CCR “reage” e sobe 5%; banco salta 15% após venda à chinesa e a ação de energia tem nova derrocada na bolsa

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (27)

Lara Rizério

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CCR (CCRO3)

A CCR chegou a cair, mas virou para fortes ganhos. No início da sessão, os papéis chegaram a registrar queda de 2%, acumulando baixa de 20% em apenas quatro pregões em meio às acusações na Operação Lava Jato. A virada ocorre após relatório de analistas do UBS afirmarem que risco de solvência da empresa não é uma preocupação importante devido ao atual índice de alavancagem e à forte posição de caixa da empresa.  A CCR estima investimentos de R$ 2,5 bilhões em 2018, sendo que parte poderia ser adiada; tem R$ 3,4 bilhões em dívida vencendo neste ano. O  UBS estima geração de caixa de R$ 1,85 bilhões (excluindo Capex e a variação da dívida) e uma posição de caixa pró-forma de R$ 3 bilhões.

Contudo, segundo o banco, independentemente do resultado da investigação, a CCR pode enfrentar dificuldades em rolar sua dívida com custos de financiamento mais atraentes nos próximos meses, o que pode afetar o custo consolidado da dívida. Em cenário negativo no qual as alegações sejam comprovadas, maior preocupação seria que CCR fosse considerada inidônea e fosse impedida de participar de leilões por pelo menos dois anos. 

Cabe lembrar que, no fim de semana, a empresa esclareceu em nota as acusações publicadas na última sexta-feira de que Adir Assad envolveu a concessionária de infraestrutura e o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, em um esquema de corrupção. Assad acusou Souza de receber “comissões” pela indicação do empresário para participar de um esquema que envolvia a CCR. Na sexta-feira, os papéis fecharam em queda de cerca de 5%. 

JBS (JBSS3)
As ações da JBS operam próximas à estabilidade após a forte queda de 3,59% na véspera com o acordo de delação de Joesley Batista rescindido. Na noite da última segunda-feira, a JBS informou que seu conselho de administração aprovou, em reunião realizada no último dia 20, a venda da totalidade das ações representativas do capital social da JBS Five Rivers Cattle Feeding LLC, de titularidade da controlada Moyer Distribution LLC, para a Pinnacle Arcadia Cattle Holdco, LLC, por US$ 200 milhões (R$ 647,5 milhões).

Conforme a ata da colegiado que aprovou a transação, a venda inclui o valor de mercado do estoque de silagem e grãos na data do fechamento e sujeito a ajuste pela variação do capital de giro também na data do fechamento nos termos e condições estipulados no Contrato de Compra e Venda, atendendo a condição precedente para fechamento da operação.

Banco Indusval (IDVL4)

O Banco Indusval salta após executar a venda de ações da Guide à chinesa Fosun. O total de ações ordinárias e preferenciais vendidas representarão, na data de encerramento da operação, 70% do capital total da Guide, pelo valor de até R$ 290 milhões, segundo fato relevante ao mercado. 

O Banco Indusval manterá participação minoritária de 20% do capital social da Guide. O preço total será recebido em três parcelas diferentes, sendo a primeira no valor de R$ 12 milhões em até 20 dias; a segunda de R$ 158 milhões na data de fechamento da operação; a terceira de R$ 120 milhões sujeita aos resultados financeiros da Guide nos exercícios fiscais de 2018 e 2019. O valor da empresa atribuído a 100% do capital social da Guide é de R$ 414 milhões. A transação está sujeita a aprovações de entidades reguladoras. 

Pão de Açúcar (PCAR4)
O Pão de Açúcar é um dos destaques de alta do Ibovespa. A companhia teve a recomendação elevada a compra pelo Citi, com preço-alvo de R$ 84. 

Vale (VALE3)
As ações da Vale registram leves perdas em um dia de queda para o minério de ferro e de olho no resultado do quarto trimestre de 2017, que será divulgado nesta quinta-feira.

Com relação ao minério, a commodity foi negociada em Dalian com queda de 0,37%, a 543,5 iuanes. 

Veja mais em: Vale deve ver lucro aumentar 242% e atingir R$ 5,38 bilhões no 4º tri – e mercado já olha para dividendos

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes, dona da Riachuelo, teve no quarto trimestre de 2017 um lucro líquido de R$ 327 milhões,  29,6% acima do registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A receita líquida da companhia subiu 9,3% no mesmo período, para R$ 2 bilhões, enquanto a de mercadorias somou R$ 1,574 bilhão, 11,4% superior. As vendas em ‘mesmas lojas’ (unidades abertas há mais de um ano) cresceram 7,7%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 41%, para R$ 541,3 milhões.

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AES Tietê (TIET11)

A AES Tietê encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 43,4 milhões, 47,8% menor frente o mesmo período do ano anterior. Já a receita operacional líquida da companhia subiu 28,2% no trimestre, no comparativo anual, totalizando R$ 466,1 milhões, enquanto os custos e despesas operacionais subiram 40,3% na mesma base, somando R$ 333,1 milhões. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio mais fraco que esperado por conta da estratégia de GSF. “Para 2018, devemos ver um GSF menor e ainda assim, a TIET11 está 21% descontratada (hedge)”, apontam os analistas. 

Transmissão Paulista (TRPL4)

A Transmissão Paulista teve lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 1,36 bilhão em 2017, 72,3% menor frente o ano anterior, com o número sendo afetado pela contabilização das indenizações por ativos antigos não amortizados, lançados em 2016, que e começaram a entrar em caixa da companhia em 2017. Excluído esse efeito, o lucro seria de R$ 489,6 milhões,  25,4% menor ante o obtido em 2016. Já a receita líquida somou R$ 2,7 bilhões no ano passado, queda de 65%, também afetada pela contabilização das indenizações. Excluindo o efeito, a receita teria sido de R$ 1,343 bilhão, 4,75% superior na comparação anual. O Ebitda foi de R$ 2,059 bilhões em 2017, queda de 72,2%. Sem as indenizações, o Ebitda teria somado R$ 759,2 milhões, queda de 15,75%.

Segundo o BTG, o resultado veio forte  por conta de receita mais alta vinda do RBSE, enquanto os custos vieram mais altos em cima da realização de manutenção civil e reformas nas subestações.

Taesa (TAEE11)

A Taesa teve lucro líquido de R$ 648,2 milhões em 2017, 24,8% menor frente o apurado no ano anterior. A receita líquida da companhia caiu 22,6% no intervalo, para R$ 1,077 bilhão. Já o Ebitda passou de R$ 1,492 bilhão para R$ 1,536 bilhão na mesma comparação. 

Já no quarto trimestre do ano passado, houve um aumento de 51,2% do lucro líquido, em relação aos últimos três meses de 2016, totalizando R$ 277,6 milhões.

De acordo com o BTG, o balanço veio melhor que esperado, impactado por não recorrente na linha de outras receitas de R$ 25 milhões reerentef a encargos (excluindo isso, resultado teria vindo em linha). Segundo eles, a situação de balanço é bem confortável e dá espaço para crescimento. 

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)
Os analistas do BTG Pactual fizeram uma revisão de curva de preço de celulose e por conta disso, o preço-alvo de Fibria subiu para R$71 de R$ 60 e Suzano para R$ 27 de R$ 25, mantendo compra em ambas. Os analistas estão neutros com Klabin (KLBN11), elevando o preço-alvo de R$ 21 para R$ 22.  Os analistas também destacaram uma retrospectiva com a evolução do Ebitda da Fibria impressionante ao ver que ela saiu de R$ 5,5 bilhões em agosto de 2017 para R$ 7,7 bilhões em fevereiro de 2018.

“Antes mesmo do fluxo positivo de notícias sobre fusão e aquisição no setor, o ciclo está ajudando muto”, avaliam, reiterando call positivo de preço com a oferta apertada. Já sobre fusão e aquisição, os analistas acreditam que o tema vai ficar por alguns meses sobre a mesa, uma vez que trata-se de um tema complexo com alguns cenários possíveis. “A Fibria está claramente no holofote e segue como top-pick”, apontam os analistas. 

Embraer (EMBR3)

A intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro e a criação do Ministério da Segurança Pública tendem a atrasar as negociações para criação de uma nova empresa entre Boeing e Embraer, segundo o Estadão. A preocupação surge após o Ministério da Defesa ser convocado a liderar a ação militar no Rio e Raul Jungmann ser indicado ao novo ministério. Jungmann é o principal interlocutor das duas companhias com o governo e toda a negociação é feita na esfera do Ministério da Defesa. 

Alguns dias antes do carnaval, o Ministério da Defesa recebeu a proposta para organização societária da nova empresa a ser criada entre Boeing e Embraer. Representantes do governo analisam o documento e darão um parecer às empresas. Antes de qualquer reação, porém, as companhias foram pegas de surpresa com o anúncio de que, dias depois, o mesmo Ministério da Defesa fora convocado às pressas para coordenar a intervenção militar no Rio. 

Executivos envolvidos na negociação avaliam que a intervenção fez com que a atenção da Defesa e do próprio governo fosse direcionada para o Rio. Ainda que não tenha havido nenhuma declaração oficial do governo brasileiro, a percepção da Boeing e da Embraer é que o negócio saiu do centro do radar do Palácio do Planalto porque os nomes do governo que tratam do assunto e os líderes da intervenção no Rio são coincidentes. O entendimento foi reforçado ontem com a notícia de que o ministro Raul Jungmann, principal interlocutor da Boeing e Embraer no governo, pode mudar de cargo com a indicação ao novo Ministério da Segurança Pública.

Uma fonte que acompanha a negociação de perto diz que atualmente “a bola está com o governo” porque as conversas só podem avançar com o aval de Brasília. Dessa forma, o entendimento é que o ritmo das negociações será imposto pelo Palácio do Planalto. As empresas têm interesse em negociação rápida, especialmente a Boeing, que já sinalizou o desejo de concluir as tratativas antes que o assunto vire tema da disputa eleitoral para presidência. Ao governo brasileiro, foram apresentadas algumas propostas de organização societária. O desenho indica posição majoritária dos americanos – algumas sugestões indicam pelo menos 80% do capital da nova empresa de posse da Boeing. Apesar da fatia minoritária dos brasileiros, o poder de veto do governo – exercido por meio da chamada “golden share” – seria preservado nas atividades da Embraer. Isso acontece porque a proposta faz diferenciação explícita entre o conceito de “propriedade” e “controle” da nova companhia, o que preservaria o interesse do Brasil em temas como a unidade de defesa da Embraer. Ou seja, a Boeing seria dona, mas o Brasil poderia mandar em alguns temas. A Embraer preferiu não comentar. A Boeing não respondeu até o fechamento da edição da matéria do Estadão.

Petrobras (PETR4)

As ações da Petrobras têm leve alta apesar do movimento do preço do petróleo, com o brent e o WTI em baixa de mais de 1%. No radar da companhia, a empresa concluiu na segunda a liquidação financeira do resgate antecipado de títulos emitidos no exterior com vencimento em 2019, operação que foi anunciada na semana passada. O valor total do resgate foi de US$ 2,14 bilhões, excluindo juros capitalizados e não pagos.

Foram resgatados os notes em dólar com taxas de 3% e de 7,875% ao ano, e títulos em euros com taxa de 3,25% ao ano. A taxa de câmbio considerada para o resgate desta última categoria foi de US$ 1,2337 por euro. A operação foi financiada com recursos captados na emissão concluída em 1º de fevereiro.

Renova (RNEW11)

As units da Renova têm mais um dia de derrocada na bolsa, após fecharem a véspera com queda de 11,66%. Ontem, a Brookfield apresentou proposta vinculante para aquisição dos ativos de todo o Complexo de Alto Sertão III, bem como de aproximadamente 1,1 GW em determinados projetos eólicos em desenvolvimento, disse a Renova em comunicado ao mercado.

O valor apresentado pelo Complexo ASIII foi de R$ 650 milhões a ser pago na data de fechamento da transação, podendo ser acrescido de um earn out de até R$ 150 mil vinculados à geração futura do complexo a ser apurada após 5 anos de sua entrada em operação, além de R$ 187 mil por MW de capacidade instalada para os projetos eólicos em desenvolvimento. A empresa está avaliando a proposta e, caso a mesma venha a ser aceita, será concedido um novo período de exclusividade à Brookfield por 30 dias, prorrogáveis automaticamente por 30 dias adicionais, para finalização da transação.

Sabesp (SBSP3)

A ARSESP lançou uma nova proposta de metodologia para o estágio final de mudança da tarifa da Sabesp, agendada para abril. “Apesar da falta de surpresas na maior parte do texto, podemos notar uma alteração relevante que se refere à inclusão das despesas de royalties na tarifa final a serem consideradas pela Sabesp”, aponta o Itaú BBA em relatório.

“As notícias são positivas para a Sabesp, dada a relevante criação de valor implícita na proposta. Por outro lado, ainda vemos alguns desafios para que esta medida seja aprovada”, avaliam os analistas, citando o fato de 2018 ser um ano de eleições. “Vamos agora acompanhar as negociações entre a empresa e o governo do Estado de São Paulo para analisar a viabilidade disso”. 

BRF (BRFS3)

A BRF, atualmente em crise após os fundos de pensão Previ e Petros terem pedido a convocação de uma reunião extraordinária para avaliar a troca de membros do conselho de administração, anunciou  que seu vice-presidente de operações globais, Hélio Rubens Mendes dos Santos Junior, renunciou ao cargo.

Em comunicado, a companhia não explicitou os motivos para a saída do executivo, a quem agradeceu “pelos longos anos de trabalhos realizados”.

“Importante destacar que Hélio era um dos membros mais antigos da gestão da companhia e isso pode representar uma perda importante para a companhia num momento delicado”, afirmam os analistas do BTG, que seguem com recomendação neutra para os ativos. 

B3 (BVMF3)

De acordo com informações do site Jota, o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) manteve cobrança tributária de aproximadamente R$ 147 milhões lavrada contra a então BM&FBovespa – agora B3. O montante diz respeito ao IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) incidente sobre ganho de capital apurado por parte dos investidores residentes no exterior, devido à incorporação de ações da antiga Bovespa Holding pela Nova Bolsa. A operação ocorreu em 2008 para dar origem à BM&FBovespa.

Localiza (RENT3)

A Localiza concluiu a oferta de CRI da RB Capital no valor R$ 370 milhões. Os  Certificados de Recebíveis Imobiliários têm série única, vencimento em 21 de novembro de 2037, com opção de resgate pelos titulares dos certificados em 21 de novembro 2024 e remuneração de 99,0% do CDI, diz comunicado da empresa.

Mills (MILS3)

Na Mills, Gustavo Zeno renunciou à diretoria financeira. O presidente Sérgio Kariya vai acumular o cargo.

CSN (CSNA3)

A CSN entrou com recurso junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a aprovação da compra da Votorantim pela ArcelorMittal, autorizada pelo órgão no dia 07 de fevereiro por quatro votos a dois.

No recurso, a CSN pede que o julgamento seja anulado e uma nova análise da operação seja feita. O embargo deverá ser julgado na sessão do Cade marcada para amanhã. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a CSN aguarda o julgamento do embargo para decidir os próximos passos, que poderão incluir um recurso à Justiça.

A companhia alega que a conselheira relatora, Polyanna Vilanova, baseou seu voto em um relatório do Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Cade que só foi anexado aos autos no dia 9 de fevereiro, dois dias após o julgamento, ainda assim de forma sigilosa.

A CSN questiona se todos os conselheiros tiveram acesso ao estudo antes da sessão de julgamento.

Um dos conselheiros que votaram pela reprovação do negócio, João Paulo Rezende, apresentou um voto escrito após o julgamento em que questiona o relatório do DEE dizendo que o documento apresenta premissas “falhas”e que levam a conclusões erradas.

A CSN argumenta no recurso que, se o relatório tivesse sido apresentado antes, essa análise de Rezende teria sido feita em plenário e poderia ter convencido outros conselheiros a votarem contra a operação, o que poderia ter levado, em tese, à reprovação do negócio. Procurados, Arcelor, Votorantim, CSN e Cade não se pronunciaram. 

Prumo (PRML3)

Segundo a Coluna do Broad, do Estadão, mesmo com a OPA (oferta pública de aquisição de ações) aprovada pela CVM e com o leilão já marcado para o dia 9 de março, os minoritários da Prumo voltaram a apontar problemas no laudo de avaliação da empresa. O documento chegou a ser questionado pela própria B3. Depois de idas e vindas, o preço da ação no âmbito da OPA foi definido em R$ 11,50, conforme laudo elaborado pelo Brasil Plural. A instituição financeira refez o laudo, após a Bolsa, por meio de ofícios, exigir atualização do documento.

Depois disso, no entanto, os minoritários dizem que o Brasil Plural fez uma “conta de chegada”, quando se começa um cálculo sabendo do resultado final, conseguindo manter o valor da ação a ser pago pelo controlador. Embora tenha revisado os números com as mudanças salientadas pela B3, os minoritários apontam que o banco alterou premissas, colocando um cenário mais negativo e não considerou a queda na taxa de juro no Brasil, o que reduz o custo de capital, por exemplo.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.