Ibovespa engata 9ª alta seguida, renova máxima histórica e Petrobras sobe 33% no ano

Índice chegou a superar a marca de 88 mil pontos, mas perdeu força durante a tarde

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após chegar a subir 1,17% e superar a marca de 88 mil pontos, o Ibovespa perdeu força mas conseguiu chegar a sua nona alta consecutiva apoiado no bom humor do mercado externo, em especial nos Estados Unidos, onde os três principais índices subiram mais de 1%. Além disso, os investidores ficam de olho na última pesquisa do Relatório Focus, com o mercado elevando a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) e reduzindo da inflação para este ano.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,41%, aos 87.652 pontos, renovando mais uma vez sua máxima histórica de fechamento. O volume financeiro ficou em R$ 11,799 bilhões. Já o dólar comercial, por sua vez, teve queda de 0,28%, cotado a R$ 3,2326 na venda.

“O mercado está mais calmo, com todo mundo esperando uma realização para ver se compra [em nível] mais baixo. Cenário para frente é o mesmo, com juros e inflação para baixo”, disse Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H. Commcor, para a Bloomberg.

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Conforme pesquisa divulgada na manhã desta segunda-feira (26), a mediana das projeções para o PIB subiu de 2,80% para 2,89% neste ano, ao passo que no seguinte se mantiveram em 3%. Melhora também foi observada nas projeções para a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A mediana para o indicador recuou de 3,81% para 3,73% neste ano, ao passo que para 2019 as apostas continuaram em 4,25%. Já a Selic permaneceu em 6,75% para 2018 e em 8% no ano seguinte.

Com o mercado reduzindo mais uma vez sua expectativa para a inflação, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 5 pontos-base, cotados a 8,48%, da mesma forma que com vencimento em 2023 marcavam queda de 6 pontos, aos 9,28%. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,29%, aos R$ 3,231.

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Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações do setor siderúrgico e Vale, que sobem na esteira do minério de ferro, enquanto os papéis da CCR seguem em forte queda com o mercado digerindo as acusações de corrupção (veja mais aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 94,32 +8,43 +17,58 274,46M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,88 +6,04 +29,83 118,97M
 USIM5 USIMINAS PNA 12,75 +4,51 +40,11 190,95M
 GOAU4 GERDAU MET PN 8,19 +3,54 +41,45 177,11M
 CPLE6 COPEL PNB 26,28 +3,46 +5,33 37,93M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CCRO3 CCR SA ON 12,41 -10,01 -23,16 597,67M
 HYPE3 HYPERA ON 35,27 -4,57 +0,54 95,20M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 9,79 -4,30 -20,41 57,01M
 JBSS3 JBS ON 9,93 -3,59 +1,22 100,04M
 NATU3 NATURA ON 34,75 -2,93 +5,11 46,17M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 21,52 +1,89 1,04B 991,03M 45.044 
 VALE3 VALE ON 47,40 +2,86 959,85M 804,19M 32.873 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN EDJ 52,94 -0,11 611,98M 923,48M 31.592 
 CCRO3 CCR SA ON 12,41 -10,01 597,67M 112,34M 85.297 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 22,15 +0,82 418,32M 317,29M 41.571 
 PETR3 PETROBRAS ON 23,18 +2,34 363,25M 229,26M 34.447 
 BBDC4 BRADESCO PN 40,47 0,00 308,66M 525,76M 20.903 
 BRFS3 BRF SA ON ATZ 28,60 +0,70 306,68M 183,93M 23.993 
 BBAS3 BRASIL ON 43,02 +1,46 300,10M 437,40M 18.749 
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 94,32 +8,43 274,46M 115,28M 10.807 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Noticiário político

O noticiário político teve como destaque neste fim de semana para a continuidade das movimentações do ministro da Fazenda Henrique Meirelles em torno de sua candidatura. Em entrevista ao Estadão neste fim de semana, ele afirmou que está discutindo qual será seu partido, citando o tempo de TV do MDB. O jornal O Globo aponta ainda que, diante da ofensiva de Meirelles, grupos do PMDB capitaneados pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), já começaram a discutir nomes para a sucessão na pasta. Segundo interlocutores do Planalto ouvidos pelo jornal, Jucá defende que o eventual substituto seja o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.

Em entrevista ao Canal Livre, da Band, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), fez elogios ao atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn e sinalizou que estaria disposto a manter a atual diretoria da instituição: “eu até manteria essa diretoria. Acho que o Ilan é um cara muito bom”, disse. 

Ele também disse ser favorável às privatizações de estatais brasileiras, como no caso da Petrobras, desde que o processo seja amplamente fiscalizado e embasado por um marco regulatório robusto. Neste assunto, em entrevista à Folha, Paulo Guedes, economista ligado a Bolsonaro, diz ser favorável à uma privatização ainda mais intensa: “se privatizar tudo, você zera a dívida, tem muito recurso para saúde e educação. Privatiza metade e já baixa metade da dívida”, disse o economista.

No noticiário do governo, Temer deve anunciar nesta segunda-feira o novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. Segundo o Estadão, o presidente escolheu o ministro Raul Jungmann para assumir o novo ministério da Segurança Pública. No lugar de Jungmann na Defesa assume o general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. Ele foi chefe do Estado Maior do Exército e é general do Exército da reserva.

Agenda da semana
Nesta semana, o grande destaque da agenda de indicadores fica por conta do PIB do quarto trimestre e do acumulado de 2017, que será divulgado quinta-feira (1) às 9h00. O mercado espera que a economia brasileira cresça 0,5% nos últimos meses do ano, com uma alta de 1,2% no total de 2017, encerrando o período de dois anos seguidos de recessão.

Além do PIB, sairão dados fiscais, números do emprego, do setor externo e índices de inflação. Entre os principais números, na quarta-feira (28) o Banco Central apresenta o resultado fiscal do governo central, com a estimativa da GO Associados de um superávit primário de R$ 32,8 bilhões no mês, mantendo o déficit primário em 1,7% do PIB no acumulado em 12 meses. No mesmo dia também o IBGE divulga o resultado de janeiro da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, com o mercado esperando que a taxa de desemprego ficará estável em 11,8% no trimestre encerrado em janeiro.

Vale ainda destacar que, após o rebaixamento da nota soberana do Brasil na sexta-feira pela Fitch Ratings, a agência de avaliação de riscos Moody´s abre missão no Brasil e também deve seguir os passos de suas concorrentes.

A semana será bastante importante no mercado externo, em especial nos Estados Unidos. Na terça-feira (27), o recém-empossado presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará seu primeiro discurso no Congresso, marcado ao meio dia. Ele poderá dar novas pistas sobre os próximos passos do Fomc (Comitê de Política Monetária) em um momento que o mercado está dividido sobre o ritmo de altas de juros ao longo do ano. 

Entre os indicadores, na quarta-feira (28) atenção para a segunda prévia do PIB do quarto trimestre dos EUA, que deve confirma uma expansão de 2,6% no fim do ano passado, com alta acumulada de 2,3% em 2017. Além disso, na quinta-feira (1), será divulgado o PCE (Personal Consumption Expenditure), que é a medida de inflação mais acompanhada pelo Fed, com expectativa de avanço de 0,4% na passagem de dezembro para janeiro.

Na Zona do Euro, destaque para a divulgação dos dados de inflação ao consumidor, na quarta-feira (28), e para a taxa de desemprego da região, que sai na quinta-feira (1). Já na China, atenção especial paras os PMIs da indústria e serviços, que costumam ter impacto em empresas de commodities, como a Vale. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.