Ibovespa Futuro busca 8ª alta e já toca nos 88.000 pontos; juros futuros caem após IPCA-15

Índice de preços marcou inflação de 2,86% nos últimos 12 meses; embora em linha com o esperado, bom humor no mercado internacional colabora para queda do DI futuro

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em abril sobem 0,63%, aos 88.140 pontos, às 9h28 (horário de Brasília) desta sexta-feira (23), acompanhando o bom humor dos índices futuros norte-americanos e digerindo o resultado do IPCA – 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de fevereiro, que ficou em linha com a expectativa do mercado, mas mostrou desaceleração na passagem anual, revelando que há espaço para o BC seguir com sua política expansionista. Com isso, os juros futuros longos recuam forte nesta manhã.

O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, desacelerou de 0,39% para 0,38% na passagem de janeiro para fevereiro, ficando em linha com projeções dos analistas. Em comparação ao visto em fevereiro de 2017, o índice passou de 3,02% para 2,86%, comprovando que a inflação segue comportada e retornando para abaixo da meta de inflação de 3%, fato que anima o mercado. Além disso, chamou atenção a deflação de 0,23% registrada pelo IPC-Fipe na terceira quadrissemana de fevereiro, a primeira desde setembro e muito abaixo da menor estimativa do mercado de -0,11%.

Em vista do resultado da inflação, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 4 pontos-base, cotados a 8,51%, da mesma forma que com vencimento em 2019 marcavam queda de 2 pontos, aos 6,57%. Olhando para a ponta mais longa da curva, os contratos com vencimento em 2023 registravam queda de 11 pontos, aos 9,35%, refletindo, além da inflação, a medida do CMN (Conselho Monetário Nacional) sobre repactuação de títulos públicos. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,11%, aos R$ 3,248.

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Bolsas mundiais

O dia é de leve baixa para as bolsas europeias, que estão de olho na temporada de balanços e nos dados econômicos. Na agenda, o PIB (Produto Interno Bruto) da Alemanha cresceu 0,6% no quarto trimestre de 2017 ante os três meses anteriores e teve expansão de 2,9% na comparação anual do mesmo período, resultado que ficou em linha com o mercado. Já os mercados futuros dos EUA têm alta, enquanto rendimentos dos Treasuries e da maioria dos títulos europeus recuam com investidores debatendo a normalização da política monetária dos Bancos Centrais.

As bolsas da Ásia, por sua vez, fecharam em alta, seguindo o tom majoritariamente positivo dos mercados acionários de Nova York. Na China, as bolsas seguiram com o movimento de alta de ontem, quando retornaram de uma semana de feriado em comemoração ao ano-novo lunar, impulsionado pela alta do minério de ferro.

Às 9h28, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,52%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,42%

*CAC-40 (França) -0,07%

*FTSE (Reino Unido) -0,15%

*DAX (Alemanha) +0,11% 

*FTSE MIB (Itália) +0,07%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,97% (fechado)

*Shangai (China) +0,63% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,72% (fechado)

*Petróleo WTI -0,69%, a US$ 62,34 o barril

*Petróleo brent -0,80%, a US$ 65,86 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,05%, a 548,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -2,86%, R$ 34.000 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda externa
Nos EUA, em dia de agenda fraca, os olhos do mercado se voltam para as falas dos presidentes do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, e do Fed de Boston, Eric Rosengren, às 12h15, além de John Williams, do Fed de São Francisco, às 17h40. Já à noite, às 22h30, a China divulgará índice de preço de imóveis do mês de janeiro.  

Conexão Brasília

Autorizada pelo Congresso Nacional nesta semana, a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro ainda alimenta muitas dúvidas sobre seus possíveis efeitos sociais e políticos de curto e médio prazos. Com a aproximação das eleições, cresceram as associações entre o episódio e a disputa pela sucessão do presidente Michel Temer. Mas qual seria a eficácia da iniciativa adotada e o que se pode esperar para os próximos dias e meses? Como a nova agenda do governo interfere na vida dos cariocas e demais brasileiros, além da própria corrida ao Palácio do Planalto? Quais medidas recomendam os especialistas para o país efetivamente enfrentar os elevados níveis de violência em muitas regiões?

Para responder a essas e outras perguntas, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira recebe Daniel Cerqueira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), coordenador do Atlas da Violência e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Excepcionalmente nesta semana, a transmissão ao vivo ocorre às 16h40 e pode ser acompanhada pela InfoMoneyTV e pela página do InfoMoney no Facebook. Também participa do bate-papo o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos.

Intervenção no Rio e cenário eleitoral

Ainda sobre o assunto, vale destacar a notícia da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, de que Michel Temer de deu uma “tacada certeira” com a medida. A repercussão da ação acendeu uma luz amarela no PT, informa a coluna. Assim, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, coordenador do programa de governo da sigla, vai se debruçar na formulação de propostas de combate ao crime e à violência até o início da caravana pelo Sul – veja mais clicando aqui. 

Sobre o cenário eleitoral, chama a atenção a entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à rádio mineira Itatiaia na tarde de ontem. Ele reafirmou que está contemplando sua candidatura à presidência, destacando que sua decisão será tomada no final de abril, discurso que foi visto como um sinal claro sobre a sucessão presidencial, em uma medida para pressionar o presidente Temer a admitir candidatura. Segundo o Estadão, o ministro admite disputar presidência até contra Temer, afirmando que neste caso competição seria maior, enquanto a Folha aponta que o Meirelles consulta marqueteiros sobre eventual campanha presidencial, citando o nome de Duda Mendonça.

Vale destacar ainda que a Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta o presidente da Fecomércio do Rio, Orlando Diniz. A ação é um desdobramento da Operação Calicute, braço da Lava Jato no Estado. Em dezembro do ano passado, Orlando Diniz foi afastado do Sesc/Senac, do Rio, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Noticiário corporativo

A temporada de resultados é movimentada, com destaque para Magazine Luiza, que fechou o quarto trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 165,6 milhões, superando as projeções do mercado em seu melhor trimestre na história. A companhia também aprovou a recompra de até 3 milhões de ações em um ano. Já a RD, antiga Raia Drogasil, encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 132,6 milhões, uma alta de 43,8% ante os R$ 92,2 milhões de um ano antes, enquato a CCR viu seu lucro subir 94,2% no quarto trimestre de 2017, para R$ 329,1 milhões, ante o mesmo período do ano anterior, ao passo que a Cosan fechou o quarto trimestre de 2017 com um lucro líquido de R$ 686,4 milhões, uma alta de 274% ante os R$ 183,3 milhões registrados um ano antes. A Copasa, por sua vez,  viu seu lucro líquido subir 14,5% no quarto trimestre passando de R$ 131,7 milhões para R$ 150,8 milhões em um ano. Por fim, a BRF registrou prejuízo líquido de R$ 784 milhões no quarto trimestre de 2017, ante um resultado negativo de R$ 442 milhões em igual período de 2016. 

O Estadão, por sua vez, informou que a CSN promete vender suas ações da Usiminas no 1º semestre, mas ainda não definiu data. Na Oi, o promotor do Estado do Rio de Janeiro, Gustavo Lunz, pediu ao tribunal responsável pelo processo de recuperação judicial a suspensão dos direitos políticos dos acionistas e membros do conselho da companhia que atenderam à assembleia extraordinária de 7 de fevereiro.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.