Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em dia de agenda fraca no exterior, o mercado brasileiro fica de olho na intensa temporada de resultados e para o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), na expectativa por uma desaceleração na passagem anual, o que manteria o movimento de queda das taxas de juros. Nos EUA, a atenção se volta para os discursos de presidentes regionais do Fed. Veja os destaques desta sexta-feira (23):

1. Bolsas mundiais

O dia é de leve baixa para as bolsas europeias, que estão de olho na temporada de balanços e nos dados econômicos. Na agenda, o PIB (Produto Interno Bruto) da Alemanha cresceu 0,6% no quarto trimestre de 2017 ante os três meses anteriores e teve expansão de 2,9% na comparação anual do mesmo período, resultado que ficou em linha com o mercado. Já os mercados futuros dos EUA têm alta, enquanto rendimentos dos Treasuries e da maioria dos títulos europeus recuam com investidores debatendo a normalização da política monetária dos Bancos Centrais.

As bolsas da Ásia, por sua vez, fecharam em alta, seguindo o tom majoritariamente positivo dos mercados acionários de Nova York. Na China, as bolsas seguiram com o movimento de alta de ontem, quando retornaram de uma semana de feriado em comemoração ao ano-novo lunar, impulsionado pela alta do minério de ferro.

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Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,36%

*S&P Futuro (EUA) +0,20%

*CAC-40 (França) -0,18%

*FTSE (Reino Unido) -0,13%

*DAX (Alemanha) -0,02% 

*FTSE MIB (Itália) -0,15%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,97% (fechado)

*Shangai (China) +0,63% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,72% (fechado)

*Petróleo WTI -0,69%, a US$ 62,34 o barril

*Petróleo brent -0,80%, a US$ 65,86 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,05%, a 548,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 10.125,50 -2,76% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda doméstica e externa

O IBGE divulga às 9h00 o IPCA-15 referente ao mês de fevereiro, que deve mostrar alta de 0,38% na comparação mensal, segundo estimativa do mercado. Com isso, no acumulado em 12 meses a previsão é de uma desacleração de 3,02% para 2,84%, com a inflação retornando para o nível abaixo do piso da meta. Segundo a GO Associados, a divulgação do IPCA-15 ganhou importância depois da ata do Copom, que abriu a porta para novo corte de juros, de 25 pontos-base na reunião dos dias 20 e 21 de março, caso a inflação siga abaixo do esperado pelo Banco Central e o cenário externo não se deteriorar. 

Antes disso, foi  divulgado o IPC-Fipe, que mostrou deflação mais aguda que o estimado de 0,23% na quadrissemana até 21 de fevereiro na cidade de São Paulo; a menor estimativa era de deflação de 0,11%. Atenção ainda para os dados da Pnad contínua, que também serão revelados às 9h00. 

Entre outros destaques, a Aneel divulga bandeira tarifária para março; em fevereiro, bandeira é verde, sem custo extra para consumidores. Já o Banco Central oferta até 9.500 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de março entre 11h30 às 11h40, com resultado a partir das 11h50. Na agenda do presidente do BC, vale destacar reuniões às 8h15 com Armínio Fraga, sócio fundador da Gávea Investimentos e ao meio-dia com Gustavo Franco, sócio da Rio Bravo Investimentos. Ambos os encontros ocorrerão no Rio de Janeiro. 

Nos EUA, em dia de agenda fraca, os olhos do mercado se voltam para as falas dos presidentes do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, e do Fed de Boston, Eric Rosengren, às 12h15, além de John Williams, do Fed de São Francisco, às 17h40. Já à noite, às 22h30, a China divulgará índice de preço de imóveis do mês de janeiro.  

3. Conexão Brasília

Autorizada pelo Congresso Nacional nesta semana, a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro ainda alimenta muitas dúvidas sobre seus possíveis efeitos sociais e políticos de curto e médio prazos. Com a aproximação das eleições, cresceram as associações entre o episódio e a disputa pela sucessão do presidente Michel Temer. Mas qual seria a eficácia da iniciativa adotada e o que se pode esperar para os próximos dias e meses? Como a nova agenda do governo interfere na vida dos cariocas e demais brasileiros, além da própria corrida ao Palácio do Planalto? Quais medidas recomendam os especialistas para o país efetivamente enfrentar os elevados níveis de violência em muitas regiões?

Para responder a essas e outras perguntas, o programa Conexão Brasília desta sexta-feira recebe Daniel Cerqueira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), coordenador do Atlas da Violência e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Excepcionalmente nesta semana, a transmissão ao vivo ocorre às 16h40 e pode ser acompanhada pela InfoMoneyTV e pela página do InfoMoney no Facebook. Também participa do bate-papo o analista político Paulo Gama, da XP Investimentos.

4. Intervenção no Rio e cenário eleitoral

Ainda sobre o assunto, vale destacar a notícia da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, de que Michel Temer de deu uma “tacada certeira” com a medida. A repercussão da ação acendeu uma luz amarela no PT, informa a coluna. Assim, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, coordenador do programa de governo da sigla, vai se debruçar na formulação de propostas de combate ao crime e à violência até o início da caravana pelo Sul – veja mais clicando aqui. 

Sobre o cenário eleitoral, chama a atenção a entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à rádio mineira Itatiaia na tarde de ontem. Ele reafirmou que está contemplando sua candidatura à presidência, destacando que sua decisão será tomada no final de abril, discurso que foi visto como um sinal claro sobre a sucessão presidencial, em uma medida para pressionar o presidente Temer a admitir candidatura. Segundo o Estadão, o ministro admite disputar presidência até contra Temer, afirmando que neste caso competição seria maior, enquanto a Folha aponta que o Meirelles consulta marqueteiros sobre eventual campanha presidencial, citando o nome de Duda Mendonça.

Vale destacar ainda que a Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta o presidente da Fecomércio do Rio, Orlando Diniz. A ação é um desdobramento da Operação Calicute, braço da Lava Jato no Estado. Em dezembro do ano passado, Orlando Diniz foi afastado do Sesc/Senac, do Rio, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

5. Noticiário corporativo

A temporada de resultados é movimentada, com destaque para Magazine Luiza, que fechou o quarto trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 165,6 milhões, superando as projeções do mercado em seu melhor trimestre na história. A companhia também aprovou a recompra de até 3 milhões de ações em um ano. Já a RD, antiga Raia Drogasil, encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 132,6 milhões, uma alta de 43,8% ante os R$ 92,2 milhões de um ano antes, enquato a CCR viu seu lucro subir 94,2% no quarto trimestre de 2017, para R$ 329,1 milhões, ante o mesmo período do ano anterior, ao passo que a Cosan fechou o quarto trimestre de 2017 com um lucro líquido de R$ 686,4 milhões, uma alta de 274% ante os R$ 183,3 milhões registrados um ano antes. A Copasa, por sua vez,  viu seu lucro líquido subir 14,5% no quarto trimestre passando de R$ 131,7 milhões para R$ 150,8 milhões em um ano. Por fim, a BRF registrou prejuízo líquido de R$ 784 milhões no quarto trimestre de 2017, ante um resultado negativo de R$ 442 milhões em igual período de 2016. 

O Estadão, por sua vez, informou que a CSN promete vender suas ações da Usiminas no 1º semestre, mas ainda não definiu data. Na Oi, o promotor do Estado do Rio de Janeiro, Gustavo Lunz, pediu ao tribunal responsável pelo processo de recuperação judicial a suspensão dos direitos políticos dos acionistas e membros do conselho da companhia que atenderam à assembleia extraordinária de 7 de fevereiro.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.