Os 2 eventos que ofuscam a “confusão” com Fed e levam o Ibovespa aos 87 mil pontos

Contratos futuros norte-americanos amenizam as perdas e sobem nesta manhã

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Depois da “confusão” no último pregão após a divulgação da ata do Fed, o Ibovespa firmou alta e sobe 0,95% às 11h19 (horário de Brasília) desta quinta-feira (22), retomando os 87 mil pontos, refletindo a fala do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, alertando que um aumento prematuro nos EUA poderá comprometer o crescimento da economia, como o tom mais leve da ata da última reunião do BCE (Banco Central Europeu).

Em entrevista para CNBC, Bullard, membro votante do Fed e uma espécie de “porta-voz” do BC dos EUA, afirmou que o Fomc (Federal Open Market Committee) precisa ter cuidado ao subir os juros este ano, pois poderia atrasar a prometida recuperação da economia norte-americana, um dos principais anseios da gestão de Trump: “a ideia de que precisamos subir os juros em 100 pontos-base este ano parece muito para mim”, afirmou.

Para completar o tom dovish (a favor da política monetária expansionista) que dominou o mercado e reverteu a queda dos contratos futuros dos EUA, o que acabou dando ânimo para o Ibovespa, a última ata do BCE apontou que os membros acreditam que ainda é muito cedo para alterar o viés expansionista: “a política monetária continuará a se desenvolver com o objetivo de evitar ajustes abruptos ou desordenados em um momento posterior”, apontou a ata.

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“Confusão” da ata

No último pregão, o Ibovespa superou os 87 mil pontos pela primeira vez na história (o índice chegou a 87.358 pontos) após a ata da última reunião do Fomc sinalizar que as altas de juros nos EUA serão “graduais”, afastando momentaneamente o receio de que os juros por lá subam mais forte que o esperado. No entanto, instantes após essa disparada, investidores “lembraram-se” que a ata foi feita antes da divulgação dos dados de janeiro da inflação do consumidor e do relatório de emprego, ambos com números melhores que o esperado, o que trouxe a ideia de que a ata, embora favorável ao mercado, estaria defasada da realidade atual.

Essa percepção desencadeou uma reviravolta na bolsa norte-americana, que fechou em baixa na última quarta-feira, mas esse sentimento negativo foi dissipado nesta manhã, vide a alta dos contratos futuros nos EUA e a recuperação do Ibovespa. Corroborando esse cenário, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,52%, aos R$ 3,256.

Destaques do mercado

Além dos bancos, destaque de alta para as ações da Eletrobras, com mais notícias sobre o processo de privatização, enquanto as ações da Ultrapar recuam em vista do resultado abaixo do esperado pelo mercado (veja mais aqui).

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 JBSS3 JBS ON 10,52 +5,31 +7,24 24,76M
 ELET6 ELETROBRAS PNB 28,54 +4,35 +25,73 10,88M
 BBAS3 BRASIL ON 42,89 +4,30 +34,79 111,95M
 ELET3 ELETROBRAS ON 24,30 +4,07 +25,65 5,30M
 FIBR3 FIBRIA ON 62,44 +2,28 +30,49 16,18M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 10,39 -1,80 -15,53 2,06M
 KROT3 KROTON ON 16,30 -1,63 -11,41 6,80M
 CCRO3 CCR SA ON 15,02 -1,51 -7,00 4,77M
 UGPA3 ULTRAPAR ON 77,41 -1,44 +3,21 3,90M
 QUAL3 QUALICORP ON 29,21 -1,32 -5,77 2,37M
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o)

15 medidas e falta da Previdência

Uma das 15 medidas da pauta prioritária do governo no Congresso em 2018 após a reforma da Previdência ser praticamente “enterrada”, a autonomia do Banco Central será discutida entre Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, a partir das 9h45. O ministro e o presidente do BC também darão entrevistas a jornalistas ao longo do dia e participam da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) às 15h. 

Outra medida, a desoneração da folha de pagamentos, pode enfrentar dificuldades, como informa a Folha de S. Paulo desta quinta-feira. O projeto deve sair do Congresso com número maior de setores poupados do que o inicialmente previsto e efeito fiscal bastante incerto. No projeto original, o governo mantinha o benefício para alguns setores, como de comunicação, construção civil e transporte de passageiros (subdividido em metrôs, rodovias e ferrovias). A expectativa é que isso fosse preservado pelo Congresso mas, além dos setores originalmente poupados, nas negociações com os parlamentares devem ser mantidos no regime que reduz os custos da folha pelo menos mais sete setores: telemarketing, confecção, calçados, transporte de cargas, moveleiro, máquinas e equipamentos e aviação, aponta a publicação. 

Já em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informa que, sem a aprovação da reforma da Previdência, o governo terá de cortar R$ 14 bilhões de outras áreas na proposta do Orçamento da União de 2019. Esta era a economia de despesas que o governo previa para o ano que vem com a aprovação da reforma. 

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