Ibovespa Futuro ignora queda do petróleo e sobe acompanhando reviravolta nos EUA

Contratos futuros norte-americanos amenizam perdas nesta manhã

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em abril sobem 0,62%, aos 87.150 pontos, às 9h26 (horário de Brasília) desta quinta-feira (22), ignorando a queda do petróleo e acompanha a reviravolta dos índices futuros nos EUA, que zeraram as perdas e operam em alta neste momento, com o S&P 500 marcando valorização de 0,3% neste momento. 

Seguindo com o movimento de realização do pregão passado, os contratos futuros norte-americanos iniciaram o dia em queda, com os investidores ainda digerindo a ata da última reunião do Fed. Assim que divulgada,  o tom menos agressivo da ata animou os mercados e levou o mercado para as máximas, com o documento apontando que novos aumentos “graduais” de juros serão necessários. Porém, esse sentimento foi revertido rapidamente assim que os investidores “se lembraram” que os sinais expostos pelos membros do Fed não levavam em conta o forte resultou do último Relatório de Emprego, como ao avanço inesperado da inflação ao consumidor em janeiro, dados que abriram caminho para a forte queda da segunda semana do mês.

Esses dados, somados a percepção dos membros do Fed de que a economia dos EUA está avançando bem e que o dólar mais fraco poderá ajudar impulsionar a inflação neste ano desencadeou uma reviravolta na bolsa norte-americana, que fechou em baixa na quarta-feira. Contudo, esse sentimento negativo foi dissipado e os contratos futuros norte-americanos sobem nesta manhã.

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Corroborando esse cenário positivo, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,26%, aos R$ 3,26. Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam em queda de 2 pontos-base, aos 6,54% e 8,56%, respectivamente, na expectativa pelo resultado do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) na passagem de janeiro para fevereiro amanhã.

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Bolsas mundiais

Enquanto as bolsas europeias caem ainda reagindo à ata da última reunião do Fomc, os negócios na China foram marcados por fortes ganhos na volta do feriado do ano-novo lunar, com o movimento liderado pelas empresas de consumo e transporte.

No mercado de commodities, o dia é de queda para o petróleo, na expectativa pelo relatório dos estoques da commodity nos EUA às 13h00, com projeção de avanço na última semana. Destaque para a volta dos contratos futuros de minério de ferro negociados em Dalian, que subiram 0,56%.

Às 9h26, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,11%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,34%

*CAC-40 (França) -0,26%

*FTSE (Reino Unido) -0,88%

*DAX (Alemanha) -0,60% 

*FTSE MIB (Itália) -0,42%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,48% (fechado)

*Shangai (China) +2,17% (fechado)

*Nikkei (Japão) -1,07% (fechado)

*Petróleo WTI -0,65%, a US$ 61,28 o barril

*Petróleo brent -0,44%, a US$ 65,13 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,56%, a 538,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -0,79%, R$ 35.220 (confira a cotação da moeda em tempo real)

15 medidas e falta da Previdência

Uma das 15 medidas da pauta prioritária do governo no Congresso em 2018 após a reforma da Previdência ser praticamente “enterrada”, a autonomia do Banco Central será discutida entre Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, a partir das 9h45. O ministro e o presidente do BC também darão entrevistas a jornalistas ao longo do dia e participam da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) às 15h. 

Outra medida, a desoneração da folha de pagamentos, pode enfrentar dificuldades, como informa a Folha de S. Paulo desta quinta-feira. O projeto deve sair do Congresso com número maior de setores poupados do que o inicialmente previsto e efeito fiscal bastante incerto. No projeto original, o governo mantinha o benefício para alguns setores, como de comunicação, construção civil e transporte de passageiros (subdividido em metrôs, rodovias e ferrovias). A expectativa é que isso fosse preservado pelo Congresso mas, além dos setores originalmente poupados, nas negociações com os parlamentares devem ser mantidos no regime que reduz os custos da folha pelo menos mais sete setores: telemarketing, confecção, calçados, transporte de cargas, moveleiro, máquinas e equipamentos e aviação, aponta a publicação. 

Já em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informa que, sem a aprovação da reforma da Previdência, o governo terá de cortar R$ 14 bilhões de outras áreas na proposta do Orçamento da União de 2019. Esta era a economia de despesas que o governo previa para o ano que vem com a aprovação da reforma. 

Noticiário corporativo

O destaque do noticiário corporativo fica com a temporada de resultados. O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões no quarto trimestre de 2017, 82,5% acima do mesmo período de 2016 e superou a estimativa mais alta de analistas de mercado, que esperavam uma variação entre R$ 2,75 bilhões e R$ 2,83 bilhões. Já a Ultrapar teve lucro líquido de R$ 401 milhões no quarto trimestre, 8% inferior ao visto um ano antes e ficou abaixo do esperado.

As notícias sobre uma combinação de negócios entre SuzanoFibria também estão no radar e despertam players internacionais, aponta o Estadão. Segundo conhecido banqueiro não identificado pelo jornal, 4 empresas estão costurando para entrar na fila: a finlandesa UPM, a chilena CMPC, a Paper Excellence -estabelecida na Indonésia e que já pagou R$ 1 bilhão por 13% da Eldorado, além da April, que também é da Indonésia e dispotou a Eldorado com sua concorrente. Sobre a Braskem, foi homologado acordo com acionistas nos EUA e a companhia pagará US$ 10 milhões para encerrar processo aberto contra a empresa, enquanto na IMC o conselho não deu seguimento à proposta incorporação da Sapore, ao passo que a Locamerica aprovou a incorporação da Unidas.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.