Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quinta-feira (22) é de queda para os principais mercados mundiais, ainda digerindo a ata do Fomc da véspera, enquanto a sessão é de alta para os mercados chineses na volta do feriado de ano novo lunar. No Brasil, atenção para a primeira fase da Lava Jato de 2018, a discussão sobre autonomia do Banco Central e para a temporada de balanços. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Enquanto as bolsas europeias caem e os contratos futuros nos EUA têm ligeira baixa, ainda reagindo à ata da última reunião do Fomc, os negócios na China foram marcados por fortes ganhos na volta do feriado do ano-novo lunar.

A queda em Wall Street veio após a interpretação de que a ata da última reunião de política monetária já nasceu “datada”. No documento, o BC norte-americano apontou que novos aumentos “graduais” de juros serão necessários, contudo, o último encontro do Fed foi encerrado em 31 de janeiro e, desde então, os indicadores mais recentes dos EUA deram sinais de avanço na inflação e de solidez no mercado de trabalho, fatores que favorecem aperto mais agressivo das condições monetárias. Um outro sinal é de que o Fed traçou um quadro positivo da economia norte-americana, fortalecendo a expectativa de maior aperto monetário.

No mercado de commodities, o dia é de queda para o petróleo, com os investidores na expectativa às 13h00 pelo relatório dos estoques da commodity nos EUA, com expectativa de avanço na última semana. Destaque para a volta dos contratos futuros de minério de ferro negociados em Dalian, que subiram 0,56%.

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Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,14%

*S&P Futuro (EUA) -0,05%

*CAC-40 (França) -0,33%

*FTSE (Reino Unido) -0,91%

*DAX (Alemanha) -0,74% 

*FTSE MIB (Itália) -0,42%

*Hang Seng (Hong Kong) -1,48% (fechado)

*Shangai (China) +2,17% (fechado)

*Nikkei (Japão) -1,07% (fechado)

*Petróleo WTI -0,65%, a US$ 61,28 o barril

*Petróleo brent -0,44%, a US$ 65,13 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +0,56%, a 538,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin US$ 10.318,10 -7,87% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

A agenda está focada nos EUA e Europa, com atenção para os números de pedidos de auxílio-desemprego às 10h30 e, às 13h, para os estoques de petróleo. No velho continente, as atenções estão para a divulgação da ata da última reunião do BCE (Banco Central Europeu) marcada às 9h30.

3. Operação Integração

A Polícia Federal cumpre hoje sete mandados de prisão temporária e 50 de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná, na primeira etapa da Lava Jato este ano.  A ação faz parte da 48ª fase da Operação da Lava Jato, batizada de Integração, e tem como alvo, segundo a PF, a apuração de casos de corrupção ligados à concessão de rodovias federais no Paraná. Essas estradas fazem parte do chamado Anel da Integração.

As investigações detectaram o uso das estruturas de lavagem de dinheiro “reveladas na Operação Lava Jato para operacionalizar os recursos ilícitos pagos a agentes públicos, principalmente por meio dos  operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, investigados na Lava Jato”, segundo a Polícia Federal.

4. 15 medidas e falta da Previdência

Uma das 15 medidas da pauta prioritária do governo no Congresso em 2018 após a reforma da Previdência ser praticamente “enterrada”, a autonomia do Banco Central será discutida entre Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, a partir das 9h45. O ministro e o presidente do BC também darão entrevistas a jornalistas ao longo do dia e participam da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) às 15h. 

Outra medida, a desoneração da folha de pagamentos, pode enfrentar dificuldades, como informa a Folha de S. Paulo desta quinta-feira. O projeto deve sair do Congresso com número maior de setores poupados do que o inicialmente previsto e efeito fiscal bastante incerto. No projeto original, o governo mantinha o benefício para alguns setores, como de comunicação, construção civil e transporte de passageiros (subdividido em metrôs, rodovias e ferrovias). A expectativa é que isso fosse preservado pelo Congresso mas, além dos setores originalmente poupados, nas negociações com os parlamentares devem ser mantidos no regime que reduz os custos da folha pelo menos mais sete setores: telemarketing, confecção, calçados, transporte de cargas, moveleiro, máquinas e equipamentos e aviação, aponta a publicação. 

Já em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informa que, sem a aprovação da reforma da Previdência, o governo terá de cortar R$ 14 bilhões de outras áreas na proposta do Orçamento da União de 2019. Esta era a economia de despesas que o governo previa para o ano que vem com a aprovação da reforma. 

5. Noticiário corporativo

O destaque do noticiário corporativo fica com a temporada de resultados. O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões no quarto trimestre de 2017, 82,5% acima do mesmo período de 2016 e superou a estimativa mais alta de analistas de mercado, que esperavam uma variação entre R$ 2,75 bilhões e R$ 2,83 bilhões. Já a Ultrapar teve lucro líquido de R$ 401 milhões no quarto trimestre, 8% inferior ao visto um ano antes e ficou abaixo do esperado.

As notícias sobre uma combinação de negócios entre SuzanoFibria também estão no radar e despertam players internacionais na Fibria, aponta o Estadão. Segundo conhecido banqueiro não identificado pelo jornal, 4 empresas estão costurando para entrar na fila: a finlandesa UPM, a chilena CMPC, a Paper Excellence -estabelecida na Indonésia e que já pagou R$ 1 bilhão por 13% da Eldorado, além da April, que também é da Indonésia e dispotou a Eldorado com sua concorrente. Sobre a Braskem, foi homologado acordo com acionistas nos EUA e a companhia pagará US$ 10 milhões para encerrar processo aberto contra a empresa, enquanto na IMC o conselho não deu seguimento à proposta incorporação da Sapore, ao passo que a Locamerica aprovou a incorporação da Unidas.

(Com Agência Estado, Bloomberg e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.