Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de agenda pouco movimentada no Brasil, as atenções se voltam às reações ao pacote de 15 medidas do governo, enquanto o mercado externo tem um dia de cautela, aguardando pela ata do Fed. Confira os destaques desta quarta-feira (21) nos mercados:

1. Bolsas mundiais

O dia é de queda para as principais bolsas europeias, que repercutem a temporada de balanços e aguardam pela ata do Fomc. Entre os dados econômicos do continente, a taxa de desemprego do Reino Unido teve um avanço inesperado pela primeira vez em dois anos no último trimestre de 2017. O desemprego subiu para 4,4% no período, enquanto os analistas esperavam 4,3%.

Já na Ásia, a bolsa de Tóquio fechou em alta moderada nesta quarta-feira, após um pregão volátil, favorecida pela continuidade da fraqueza recente do iene em relação ao dólar durante a madrugada. Vale destacar que Xangai segue fechada por razão do feriado pelo Ano Novo Lunar, mas vai retomar os negócios na quinta-feira.

No mercado de commodities, o petróleo tem primeira baixa em cinco dias na expectativa pelo resultado dos estoques dos EUA da última semana, que será divulgado amanhã às 12h30 (horário de Brasília). Na mesma toada, os metais recuam na bolsa de Londres e pressionando as ações do setor de mineração.

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Às 8h12 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,19%

*S&P Futuro (EUA) -0,16%

*CAC-40 (França) -0,37%

*FTSE (Reino Unido) -0,21%

*DAX (Alemanha) -0,71% 

*FTSE MIB (Itália) -0,80%

*Hang Seng (Hong Kong) +1,81% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,21% (fechado)

*Petróleo WTI -0,86%, a US$ 61,26 o barril

*Petróleo brent -0,52%, a US$ 64,91 o barril

Bitcoin US$ 11.141,90 -3,18% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

No exterior, atenção especial nesta quarta para a ata do Fomc às 16h, que deve reforçar a intenção do Fed de realizar a primeira alta de juros do ano na próxima reunião, nos dias 20 e 21 de março. Além disso, fica a expectativa por novos sinais da autoridade monetária sobre o ritmo esperado de elevação do juro ao longo do ano. Segundo a GO Associados, por ora, tanto a maioria dos membros do BC dos EUA quanto o mercado esperam três altas em 2018. Entretanto, o aumento das apostas de quatro altas tem ganhado força e é um dos motivos da turbulência nas bolsas americanas, com impacto negativo sobre o resto do mundo. Além disso, o Senado e a Câmara norte-americanos entram em recesso, que dura até 23 de fevereiro.

Antes da ata, será divulgada nos EUA a prévia do PMI de serviços e composto de fevereiro às 11h45 e, às 12h, as vendas de moradias usadas de janeiro. Atenção ainda para o discurso do presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, às 11h00.

3. Intervenção no Rio de Janeiro

O Senado aprovou na madrugada de hoje, por 55 votos a 13, o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro para a área da segurança pública. Com a aprovação da medida pelos deputados e, agora, pelos senadores, o governo federal foi autorizado a nomear um interventor no estado devido ao “grave comprometimento da ordem pública”, como solicitado pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16). 

A votação no Senado durou pouco mais de três horas, a metade do tempo utilizado pela Câmara para discutir e aprovar o decreto, por 340 votos a 72, na madrugada de ontem. É a primeira vez que a União intervém em um estado desde 1988.

4. Cenário político

Em meio à intervenção no Rio de Janeiro, o governo praticamente engavetou a reforma da previdência e anunciou uma pauta prioritária do governo com 15 medidas. Contudo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) criticou o pacote. Em um novo capítulo da disputa pelo protagonismo na área econômica, Maia, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, afirmou que desconhece a lista elaborada por Temer e afirmou que não vai dar prioridade para as matérias tramitarem na Câmara: “não conheço os 15 projetos, nem li, nem vou ler”, afirmou.

Segundo o Valor Econômico, além de marcar posição de independência da Câmara, ao defender uma agenda própria, as declarações de Maia também foram interpretadas por parlamentares como mais um sinal de distanciamento em relação a Temer por causa da eleição. Com o fim das negociações para aprovar a reforma previdenciária, esses atritos devem se ampliar, segundo aliados do presidente da Câmara.

Ainda no noticiário político, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou na terça-feira seu último recurso contra a decisão do TRF-4 (Tribunal Federal da 4ª Região) que confirmou sua condenação no caso do triplex no Guarujá e ainda aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão. O recurso é chamado de embargos de declaração, quando a defesa pede explicações dos desembargadores sobre a decisão, normalmente sem eficácia para alterar o resultado da condenação. Este é o último recurso de Lula, que se tiver a condenação mantida poderá ser preso.

Já a Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a prorrogação, por mais 60 dias, do inquérito em que o presidente Michel Temer é investigado. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, analisar o pedido.

5. Noticiário corporativo

A temporada de balanços segue agitando o radar corporativo, com destaque para a Telefônica, que acumulou em 2017 lucro líquido de R$ 4,608 bilhões, enquanto a Iochpe-Maxion registrou receita líquida de R$ 1,96 bilhão, acima dos R$ 1,9 bilhão esperados pelo mercado.

O Valor informa que a Votorantim deve sair da celulose em combinação entre Fibria e Suzano. Na Prumo, o conselho se diz favorável à realização da OPA proposta pelo controlador, enquanto a CPFL Renováveis informa que a CVM discorda de preço por ação da OPA. No radar de recomendações, a Eletrobras foi rebaixada a ’underperform’ por Santander.

(Com Agência Brasil, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.