Três ações vão de alta de 8% à queda de 3% após balanços; small cap salta 30% em 2 sessões após “call” do BB

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (19)

Lara Rizério

Publicidade

Suzano (SUZB3) e Fibria (FIBR3)

A Suzano e a Fibria informaram que recentemente foram estabelecidas discussões “muito preliminares” com representantes dos controladores da Fibria sobre possível negócio envolvendo as empresas, diz Suzano em comunicado ao mercado. Na última sexta-feira, as ações das duas companhias dispararam após o Estadão informar que as empresas votaram a conversar sobre uma fusão. A Suzano, naquela data, disparou 5,18%, enquanto a Fibria saltou 6,60%.

“Não há qualquer formato ou estrutura definida para o possível acordo”, diz a Suzano, acrescentando que não há nenhum fato ou evento a ser divulgado no momento. A Suzano diz ainda que consultou seus acionistas controladores, que também confirmaram não haver nenhum fato ou evento a ser divulgado.

Em outro comunicado, a Fibria afirmou que os acionistas da companhia foram procurados e a resposta foi: “fomos procurados por representantes da Suzano Papel e Celulose S.A. com o objetivo de discutir alternativas estratégicas”. “Cientes da nossa responsabilidade frente à legislação e
regulamentação aplicável, comunicaremos tempestivamente, se houver, eventuais desdobramentos relevantes do assunto em questão”.

Via Varejo (VVAR11)

A Via Varejo reportou lucro líquido de R$ 129 milhões no quarto trimestre de 2017, resultado 72% superior ao do mesmo período do ano anterior. A companhia, dona das redes de varejo de eletroeletrônicos Pontofrio e Casas Bahia, acumulou em 2017 lucro de R$ 195 milhões, revertendo prejuízo de R$ 95 milhões em 2016, conforme dados auditados.

A empresa também informa o resultado pro forma, que já inclui nos resultados de 2016 os números da operação de comércio eletrônico de forma integrada. A combinação dos negócios de e-commerce com a operação de lojas físicas ocorreu apenas durante o quarto trimestre de 2016. Segundo esse critério, a variação no quarto trimestre é de 918,6% sobre os R$ 13 milhões registrados no quarto trimestre de 2016, enquanto o resultado no acumulado do ano.

Há ainda outras variações, se considerado o resultado pro forma excluindo os impactos de Lei do Bem – os números do quarto trimestre de 2016 foram ajustados por créditos no valor de R$ 399 milhões. Assim, o lucro líquido de R$ 129 milhões no quarto trimestre seria comparado a um prejuízo líquido pro forma ajustado de R$ 251 milhões no mesmo período do ano anterior e o lucro líquido anual, de R$ 195 milhões, reverteria prejuízo pro forma ajustado em 2016 de R$ 1,013 bilhão.

De acordo com o Credit Suisse, a impressão é que o resultado operacional veio acima das expectativas, mas o lucro veio 8% abaixo da expectativa por causa da maior alíquota de imposto. Chamou a atencao o forte crescimento da receita líquida em B&M (alta de 15%) e online (alta de 10%), além de uma melhora nas margens brutas e Ebitda. “Do lado negativo, a inadimplencia como porcentagem da receita bruta aumentou 290 pontos-base na comparação anual.

“Acreditamos que o bom momento de lucro deve continuar forte e a Via Varejo deve se beneficiar da recuperação econômica, alavancagem operacional e das iniciativas implementadas nos últimos 2 anos”, apontam os analistas do Credit. 

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade teve lucro líquido ajustado de R$ 941 milhões no quarto trimestre de 2017, queda de 12,5%  ante os R$ 1,075 bilhão registrados em igual período de 2016, informou a empresa nesta segunda-feira.

Em 2017, o lucro líquido ajustado foi de R$ 3,911 bilhões, 4,8% abaixo do lucro de R$ 4,107 bilhões em 2016.

Para o ano de 2018, o braço de seguros do Banco do Brasil prevê variação do lucro líquido ajustado entre queda de 2% e alta de 2%. 

De acordo com o Credit Suisse, o guidance de 2018  deve ser marginalmente negativo. “O lucro líquido foi pior do que antecipado pelos dados da Susep, principalmente por causa do resultado de brokerage”. Sobre o guidance, está em linha com os números do banco, mas 5,2% abaixo do consenso. 

Biosev (BSEV3)

As ações da small cap Biosev já disparam 30% em apenas dois pregões. Vale destacar que na última sexta-feira o BB Investimentos publicou um relatório  em que recomenda compra para os papéis da companhia, estimando um preço-alvo de R$ 6,50, o que totaliza um upside de 52,94% em relação ao fechamento do dia 15. 

Apesar da ação já ter caído 70% desde o IPO (anunciado em abril de 2013), a ação segue com a recomendação de Outperform (performance acima do mercado) e, segundo o relatório, os analistas continuam otimistas com o ativo. 

“Consideramos os resultados do 3º trimestre de 2018 (essas empresas seguem um período diferente por conta da safra), como negativos. Apesar das melhorias no TRS (Total de Açúcares Recuperáveis, na sigla em inglês), os resultados financeiros obscureceram as figuras operacionais da empresa, mostrando que o alto nível de endividamento ainda precisa ser abordado de forma a evitar o desbalanço nos esforços apresentados em termos de custos e despesas até o momento”, escreve o analista Marcio Montes, que assina o relatório. 

Veja mais em: BB Investimentos recomenda compra para ação que caiu 70% desde IPO

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul teve lucro recorrente de R$ 323,7 milhões no quarto trimestre, ante estimativa de R$ 226,6 milhões da Bloomberg (faixa entre R$ 215,0 milhões a R$ 238,0 milhões). Os empréstimos foram de  R$ 31,93 bilhões, enquanto o retorno médio sobre o patrimônio foi de 20,2%. Os ativos totais somaram  R$ 73,29 bilhões. No ano, o lucro Líquido foi de R$ 1,05 bilhão.

Após o resultado, os papéis chegaram a subir até 8,40%.  

Petrobras (PETR4)
Em um dia de alta para o petróleo, as ações da Petrobras registram ganhos de mais de 1%. No radar da estatal, a Petrobras informou a venda de 24 milhões de ações do grupo do setor de açúcar e etanol São Martinho ao preço de R$ 18,51, obtendo R$ 444,2 milhões com o negócio realizado por meio de leilão na B3.

A Petrobras, que havia vendido em 2016 sua fatia na joint venture Nova Fronteira para a São Martinho disse que, com o negócio anunciado nesta sexta-feira encerra sua participação no capital social da São Martinho, que era de 6,593%.

Ainda sobre a companhia, em comunicado, ela informou que passa a divulgar, a partir de hoje, em seu site, o preço médio do litro da gasolina e do diesel em suas refinarias e terminais no Brasil. Os valores não consideram tributos. “Essa mudança dá mais transparência à composição do preço final dos combustíveis”, disse a estatal.

Após o reajuste que entrará em vigor amanhã, o preço médio do litro da gasolina A sem tributos comercializado pela Petrobras será de R$ 1,5148 e o do litro do diesel A será R$ 1,7369. “A média nacional considera os preços à vista, sem encargos, praticados nos diversos pontos de venda, que variam ao longo do território nacional, para mais ou para menos em relação à média”, informa a companhia.

Cosan (CSAN3)

O BTG Pactual atualizou as suas estimativas para a Cosan, elevando o preço-alvo de R$ 51 para R$ 56 com alta convicção de compra, apontando que ela é top pick para 2018. Segundo os analistas, ela oferece um combo positivo de exposição à recuperação macroeconômica, dividendos, boa execução e exposição relevante aos fundamentos do etanol. 

Cemig (CMIG4)

A Cemig informou que o processo de alienação de participação da Light segue sob análise interna da companhia depois de divulgação de comunicado em novembro dando conta de recebimento de propostas não vinculantes relacionadas ao processo de desinvestimento, como resultado da primeira fase de acesso aos documentos e informações contidos na Sala de Informações do Grupo Light (Data Room), diz Cemig em comunicado.

As propostas estão em análise interna para eventual seleção para a próxima fase. Após eventual seleção, conclusão do processo de desinvestimento estará ainda sujeita a due diligence, envio de propostas vinculantes, negociações e aprovações finais para assinatura de acordos definitivos da operação. 

Siderúrgicas

O governo de Donald Trump avalia a imposição de tarifas e cotas para limitar as importações de aço e alumínio em nome da “segurança nacional”. A medida pode afetar as exportações brasileiras.

As investigações começaram no ano passado e, em janeiro, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos submeteu ao presidente americano as alegações sobre os riscos que essas importações representam à segurança. No início deste mês, um grupo de mais de 20 siderúrgicas dos EUA pressionaram Trump para que medidas fossem tomadas em caráter de urgência. Ontem, o relatório de recomendação que foi enviado ao presidente foi divulgado.

O Brasil está na lista de 12 países que podem receber a sanção mais severa, com a colocação de uma tarifa de importação de 53%. Outra recomendação seria uma tarifa global de 24%. Agora, Trump precisa deliberar sobre as propostas.

Representantes das siderúrgicas brasileiras, como o presidente da Usiminas, Sergio Leite, o presidente do Conselho diretor e o presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Alexandre Lyra e Marco Polo de Mello Lopes, respectivamente, embarcarão entre os dias 26 e 28 deste mês aos Estados Unidos para tratar de possível aumento da tarifa sobre o aço importado do Brasil.

O presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, afirma que essa segunda missão do setor aos Estados Unidos tem na pauta reuniões na Associação Americana de Minério de Ferro e Aço (AISI, na sigla em inglês) e ainda na Associação Americana do Carvão (ACC). O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviço Marco Jorge, por sua vez, se reunirá com o Secretário de Comércio Americano, Wilbur Ross.

“Nossa expectativa é mostrar que o Brasil não faz parte desse problema, mas sim parte da solução. Cerca de 80% da exportação brasileira de aço aos Estados Unidos é de semi-acabados, ou seja, é um material usado pela própria indústria americana, é uma complementaridade. Não estamos indo para dizer que a medida não deve existir, mas que o Brasil não deve ser incluído”, afirma Mello Lopes. O presidente do IABr diz ainda que o Brasil é importador de carvão e que os EUA é um dos principais fornecedores da matéria-prima ao País.

Donald Trump tem até abril para decidir se e como restringirá as importações sob a seção 232 da legislação comercial de 1962, que dá ao presidente o poder de impor tarifas e cotas se ele considerar que algumas importações ameaçam a segurança nacional.

A decisão é relevante para as siderúrgicas brasileiras. Em tempos de mercado doméstico menos aquecido, CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5)  passaram a destinar parte de seus volumes de produção para exportação, tendo os Estados Unidos como um de seus destinos. A Ternium, que recentemente comprou a CSA, vende parte de sua produção de placas para os EUA.

A Gerdau (GGBR4), que possui forte presença nos Estados Unidos, sai beneficiada com a medida, se ela for aprovada por Trump. A siderúrgica gaúcha vem apontando que as importações no país, especialmente em aços longos, vem comprimindo suas margens.

Gerdau

Ainda sobre siderúrgicas, a Gerdau estaria concluindo a venda da Siderúrgica Tultitlán para o grupo mexicano, em um negócio avaliado em US$ 100 milhões, segundo reportagem do Valor. Parte do pagamento será à vista. 

A Gerdau disse ao Valor que não comenta rumores de mercado. Já a Simec, no Brasil, disse ao Valor que não tinha informações.

JBS (JBSS3)

De acordo com com o Valor, a JBS vai fechar a mesa de câmbio no Brasil. A decisão da empresa visa preservar o espírito de colaboração adotado desde a delação premiada dos irmãos Batista, segundo reportagem do Valor, que cita uma fonte. A JBS não respondeu a pedido de comentário feito pelo Valor.

Unipar (UNIP6)

A Unipar aprovou a emissão de R$ 350 milhões em debêntures. A quarta emissão em duas séries aprovada pelo conselho de administração, segundo comunicado ao mercado. A emissão é para investidores qualificados. A debentures da primeira série tem vencimento em 2 anos, juros de 100% do DI mais sobretaxa de no máximo 1,9% ao ano. Já as debêntures da segunda série tem vencimento em 4 anos e juros de 100% do DI mais sobretaxa de no máximo 2.5% ao ano. Os recursos captados serão destinados para atender aos negócios de gestão ordinária da empresa.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.