Itaúsa sobe forte com “super dividendo” pago pelo Itaú; Fibria dispara 6,6% com volta de rumor de fusão

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (16)

Rodrigo Tolotti

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Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3)

As ações das duas ações subiram forte nesta sessão. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Suzano e a Fibria voltaram a discutir possível fusão para criar gigante global. Segundo fontes do jornal ligadas ao BNDES, as duas empresas consultaram separadamente o banco de fomento sobre a parceria entre elas e não encontraram objeção.

Os papéis seguem em alta mesmo após a Fibria e seus acionistas informarem que não estão cientes de qualquer negociação envolvendo a companhia, disse a assessoria de imprensa da empresa em resposta enviada por e-mail. “Não existe, no momento, nada em andamento”, disse a Fibria. 

Itaúsa (ITSA4)
A holding Itaúsa deve receber R$ 6,6 bilhões do dividendo recorde de R$ 17,5 bilhões que o banco Itaú anunciou que distribuirá aos acionistas referente ao lucro de 2017. A questão é que não há expectativas de que a holding vá fazer grandes compras agora, com a única notícia no radar sendo a OPA da Alpargatas, que mesmo assim não tem expectativa de chegar a R$ 1 bilhão.

Com isso, investidores podem estar entrando no papel para querer aproveitar este “super dividendo” pago pelo Itaú e que pode ser redistribuído pela Itaúsa. Vale lembrar que a holding divulga seu resultado na segunda-feira (19) após o fechamento do mercado, podendo anunciar esta remuneração aos acionistas.

Vale (VALE3)

As ações da Vale tiveram leves ganhos de olho nos dados de produção, que vieram acima do esperado e após o relatório do Itaú BBA apontando para o fim do lock-up dos acionistas. Vale destacar que o noticiário chinês está menos movimentado por conta do Ano Novo Lunar, fazendo com que os mercados por lá não operem. 

 No noticiário da Vale, a mineradora apresentou o relatório de produção do quarto trimestre de 2017, registrando produção de minério de 93,4 milhões de toneladas no período, alta de 1,1% na base de comparação anual, acima da estimativa de 87 milhões de toneladas de analistas consultados pela Bloomberg.

Destaque ainda para o relatório do Itaú BBA que os acionistas da Vale podem vender de R$ 13 bilhões a R$ 17 bilhões  em ações após o lock-up de 6 meses estabelecido no acordo de acionistas de agosto de 2017, que acabou esta semana. 

O BNDESPar e os fundos de pensão provavelmente venderão ações, enquanto a Mitsui e a Bradespar manterão suas fatias, de acordo com o relatório dos analistas. Os analistas ainda esperam que Previ venda 20% a 40% da participação livre para reduzir a exposição; Funcef e Petros poderiam vender toda a sua participação livre, por necessidade de liquidez.  A operação pode ser feita através de vendas em blocos, o que é preferível por ser mais rápido e menos oneroso, ou através de uma oferta de ações, segundo o relatório.

“Apesar de criar diluição no curto prazo, a oferta potencial é positiva, pois poderia aumentar a liquidez da Vale em 10%” e levar a um aumento no número de membros independentes do conselho, diz Itaú BBA. 

BRF (BRFS3)

O BTG Pactual divulgou prévia sobre os resultados do quarto trimestre de 2017 para o setor de alimentos, apontando o resultado da BRF como o destaque negativo para o período. 

A BRF deve desapontar, apesar do resultado vir bem poluído por não recorrentes, provisões e reclassificações, afirma o BTG, prevendo Ebitdatda de R$ 1,1 bilhão. Segundo os analistas do banco, o Brasil deve apresentar melhora de volumes (alta de 6%), mas ofuscada por um pior mix de preços (queda de 3%), levando a margem Ebitda de 14,7% (alta de 3,7 pontos percentuais na base anual). Os analistas ainda apontam ser importante ressaltar a qualidade dos lucros, que pode levar a uma onda de revisão para baixo dos números.

BR Distribuidora (BRDT3)

As ações da BR Distribuidora tiveram a recomendação iniciada pelo UBS com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 25,00. Na semana, os papéis da companhia já subiram 8,60%. 

Alpargatas (ALPA4)

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deferiu em 7 de fevereiro o pedido de OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Alpargatas envolvendo até 34.362.456 ações ordinárias e tendo por ofertantes Itaúsa, Cambuhy I Fundo de Investimento em Ações e Cambuhy Alpa Holding, segundo comunicado da Itaúsa. 

O leilão será em 23 de março na bolsa e o preço da Oferta é de R$ 11,3390204697005 por ação ordinária, a ser pago à vista.

Petrobras (PETR4)

Em uma sessão de leves oscilações para o petróleo, com o WTI em leve alta de 0,05%, a Petrobras opera em alta, mas amenizou os ganhos durante o pregão. 

No radar da estatal, a companhia anunciou nesta sexta-feira a elevação do preço da gasolina em 1,5% e a redução do diesel em 0,8%, com os preços válidos para as refinarias a partir de sábado. Na véspera, a estatal anunciou a redução do preço da gasolina em 3,9% e do diesel em 2,3% válidos para esta sexta. 

Já o Valor Econômico informa que a Petrobras pretende avançar em março com a negociação da TAG (Transportadora Associada de Gás). De acordo com fontes do jornal, três grandes grupos estão no páreo por 90% da companhia. A notícia é positiva para os papéis, dando indicação do avanço da empresa em seu programa de desinvestimentos. 

Eletropaulo (ELPL3) e Eletrobras (ELET6)

De acordo com informações do Valor Econômico, a Eletrobras e a Eletropaulo devem anunciar um acordo para encerrar a disputa judicial que já dura trinta anos entre as companhias elétricas. Para tanto, a Eletropaulo pode pagar R$ 1,6 bilhão à estatal.

A disputa judicial é referente à atualização monetária de empréstimo tomado à Eletrobras pela então estatal Eletropaulo, em 1986. 

JBS (JBSS3)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda que regula e fiscaliza o mercado de capitais brasileiro, abriu ontem (15) inquérito administrativo para apurar possíveis violações aos deveres fiduciários dos membros do Conselho de Administração da JBS S.A., no período de 2013 a 2017.

De acordo com informação da CVM, o inquérito resulta das investigações realizadas no âmbito de inquéritos anteriores, instaurados em maio e dezembro do ano passado e instruídos pela sua Superintendência de Processos Sancionadores, em conjunto com a Procuradoria Federal Especializada da autarquia.

Esses inquéritos tinham por objetivo dar prosseguimento e aprofundar as apurações iniciadas no âmbito do processo administrativo aberto em maio de 2017 para analisar a atuação da JBS no mercado de dólar futuro, e de processo administrativo aberto em junho do mesmo ano para analisar a atuação da Eldorado Brasil Celulose S.A. e da Seara Alimentos Ltda. em negociações com contratos de derivativos cambiais em mercados de bolsa e de balcão organizado, regulados pela CVM, em maio de 2017.

Ao todo, os procedimentos administrativos abertos na CVM envolvendo apurações na JBS incluem oito processos administrativos, um inquérito administrativo, três processos administrativos sancionadores com acusações formuladas e um processo de fiscalização externa, relativo a inspeções. Os procedimentos foram abertos após notícias veiculadas no dia 17 de maio do ano passado a respeito da delação de acionistas controladores da companhia.

Até o momento, somente foi arquivado um processo administrativo aberto em maio de 2017 para analisar a atuação do Banco Original S.A., controlado pela J&F Participações Ltda., no mercado de derivativos. O arquivamento ocorreu em 17 de outubro do ano passado. As análises realizadas pela Gerência de Acompanhamento de Mercado 2 da CVM não identificaram indícios suficientes de que o Banco Original tenha tido acesso a informações privilegiadas e obtido ganhos a partir delas.

EzTec (EZTC3)

A EzTec anunciou ontem o lançamento do empreendimento Z. Cotovia, na Zona Sul de São Paulo. O projeto contará com um torre mista, 20 salas comerciais, além de 180 unidades residenciais, de padrão alto, com áreas de 24 a 52 m², para um VGV total de R$ 105,5 milhões. Segundo o BTG Pactual, o lançamento não é tão relevante, uma vez que o guidance da companhia hoje está em R$ 500 milhões a R$ 1bilhão. 

 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.