Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após um novo dia de alta do Ibovespa em meio ao cenário de menor aversão ao risco no exterior, a sessão desta sexta-feira (16) promete ser de novos ganhos para o índice, com a continuidade do movimento positivo nos principais mercados mundiais. Por aqui, atenção continua para a política, com as notícias de que a intervenção do governo no Rio de Janeiro podendo ser mais um obstáculo à reforma da Previdência e com o mercado digerindo a desistência do apresentador Luciano Huck à presidência. Confira os destaques desta sexta:

1. Bolsas mundiais

Na Europa, os índices registravam ganhos seguindo o bom desempenho de ontem nos mercados acionários em Nova York, reagindo também aos bons resultados apresentados pelas empresas, bom humor que também influenciou a bolsa japonesa, que fechou em forte alta pelo segundo dia seguido. Destaque também para os contratos futuros dos EUA, que seguem com o movimento de alta do pregão passado. Outras bolsas relevantes da Ásia não operaram hoje devido ao feriado do ano-novo chinês. 

No mercado de commodities, o petróleo tem a terceira alta seguida com baixa do dólar levando investidor a buscar commodities; cobre e outros metais sobem em Londres.

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Às 8h22 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,41%

*S&P Futuro (EUA) +0,46%

*CAC-40 (França) +0,97%

*FTSE (Reino Unido) +0,83%

*DAX (Alemanha) +1,03% 

*FTSE MIB (Itália) +1,20%

*Nikkei (Japão) +1,19% (fechado)

*Petróleo WTI +0,49%, a US$ 61,64 o barril

*Petróleo brent +0,47%, a US$ 64,63 o barril

Bitcoin US$ 9.917,48 +1,31% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Na agenda de indicadores doméstica, o destaque fica para os dados de volume de serviços de dezembro às 9h a serem revelados pelo IBGE, com estimativa de queda de 0,3% na comparação mensal. Vale destacar ainda que o Banco Central oferta até 9.500 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de março, 11h30 às 11h40, o resultado será a partir das 11h50.

Já nos EUA, às 11h30, atenção para os números de novas construções residenciais de janeiro e, às 13h, para os dados prévios de confiança do consumidor de Michigan de fevereiro. 

3. Huck desiste 

No final da tarde da última quinta-feira, ganhou espaço nos jornais a decisão de Luciano Huck de ficar de fora da corrida presidencial deste ano, o que confirmou posição assumida pelo apresentador de televisão em novembro do ano passado, quando assinou artigo no jornal Folha de S.Paulo. Segundo o Estadão, Huck afirmou a amigos ter ficado triste com a decisão de desistir por “estar seguro de que conseguiria formar um governo histórico”, mas disse que não poderia deliberar sobre isso até abril como exige o prazo da lei eleitoral.  

Huck ainda avalia apoiar algum candidato na disputa ao Planalto e, entre os presidenciáveis que estão no radar, ele é mais próximo do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que aparece como o maior beneficiário com a saída do apresentador do páreo. De acordo com analistas consultados pela publicação, um eventual apoio do apresentador pode até não ajudar o tucano eleitoralmente, mas para o meio político mostra aglutinação em torno da sua candidatura. Isso é importante em um momento em que Alckmin ainda patina nas pesquisas e em que busca unir o centro para evitar um segundo turno entre o candidato do PT e Jair Bolsonaro. 

Contudo, destaca a Eurasia Group, os riscos para mercado podem aumentar sem ele na disputa, pois não há outro reformista claro com credenciais para aproveitar a onda “antiestablishment”. A consultoria aponta ainda que o prazo final para candidatos se filiarem a partidos políticos é 7 de abril; “em teoria, Huck ainda pode decidir mais perto dessa data anunciar sua candidatura à Presidência”. De qualquer forma, as chances de ele concorrer diminuíram”.

Veja mais em: Qual é o significado da desistência de Luciano Huck das eleições?

4. Intervenção no Rio e Previdência

O Rio de Janeiro acordou nesta sexta-feira com a notícia de que o presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública do estado. Com isso, o Exército assumirá a segurança pública do Estado, com responsabilidade sobre as polícias, bombeiros e a área de inteligência, inclusive com poder de prisão de seus membros. O interventor será o general Walter Braga Neto que, na prática, substituirá o governador do Rio na área de segurança pública.

Segundo a Folha de S. Paulo, essa decisão do governo pode suspender a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, que já enfrentava bastante dificuldades para ser aprovada. De acordo com um dispositivo do texto constitucional, a Constituição não pode sofrer modificações “na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”. Contudo, a medida poderia ser suspensa apenas por um dia para votação da reforma. 

Destaque ainda para o depoimento do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, à Polícia Federal. Ele afirmou que fez gesto de “dinheiro” com os dedos durante o encontro com Temer em março do ano passado no Palácio do Jaburu. De acordo com o empresário, o gesto foi feito ao perguntar ao presidente se podia tratar de todos o assuntos com o ex-deputado e ex-assessor especial do presidente, Rodrigo Rocha Loures. A assessoria do Planalto rebateu: “o bandido Joesley Batista continua acrescentando mais mentiras a suas fantasias absurdas, já desmascaradas por suas próprias gravações que revelaram seus propósitos criminosos e políticos.”

5. Noticiário corporativo

O destaque do noticiário corporativo fica para a Suzano e Fibria que, segundo o Estadão, voltam a discutir possível fusão para criar gigante global. Segundo fontes ligadas ao banco de fomento, as duas empresas consultaram separadamente o BNDES sobre a parceria entre elas e não encontraram objeção. Já sobre a Vale, o Itaú BBA afirmou que os  acionistas controladores da mineradora podem vender de R$ 13 bi a R$ 17 bi em ações após o lock-up de 6 meses estabelecido no acordo de acionistas de agosto de 2017, que acabou esta semana. A Itaúsa, por sua vez, informou que a CVM deferiu o pedido de OPA da Alpargatas, enquanto o Valor informa que a Eletropaulo pode pagar R$ 1,6 bilhão à Eletrobras em um acordo para encerrar uma disputa judicial que já dura trinta anos. 

(com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.