Ibovespa sobe mais de 4% em dois pregões e zera perdas da “semana do pânico”

Índice perde força na reta final, mas fecha com ganhos de quase 1%

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a ter alta nesta quinta-feira (15), acumulando ganhos de mais de 4% em apenas dois pregões com o mercado digerindo a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que apontou que a inflação baixa abriria espaço para uma flexibilização adicional e aumentou a probabilidade de corte da Selic em março. Além disso, os dados econômicos publicados nos EUA nesta manhã também ajudaram a sustentar o otimismo.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 0,90%, aos 84.290 pontos, após chegar a subir 1,37% na máxima do dia. Com isso, o Ibovespa acumula alta de 4,19% em dois pregões e zera as perdas de 3,74% registradas na última semana, quando o mercado entrou em “pânico” com a bolsa dos EUA. O volume financeiro ficou em R$ 11,089 bilhões. Já o dólar comercial fechou com alta de 0,26%, cotado a R$ 3,2359 na venda.

Quer investir em ações pagando só R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O PPI (Producer Price Index) avançou 0,4% na passagem de dezembro para janeiro, em linha com as projeções do mercado e apontando que os preços seguem administrados no país. Contudo, a produção industrial na passagem de dezembro para janeiro recuou 0,1%, enquanto os analistas aguardavam por um avanço de 0,2%.

Além disso, o resultado de dezembro foi revisado de um crescimento de 0,9% para 0,4%. O dado, somado ao resultado aquém do esperado das vendas ao varejo ontem, coloca em xeque as análises de que a economia dos EUA está superaquecida e que ainda há espaço para o Fed seguir com sua política de estímulos.

Ata do Copom

Depois de um novo corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros, hoje em seu menor patamar da série histórica, a 6,75% ao ano, o Banco Central voltou a sinalizar menores chances para a continuidade do ciclo de flexibilização monetária, mas ainda não excluiu totalmente tal possibilidade.

Continua depois da publicidade

Em ata referente à última reunião, o BC ressaltou o cenário externo como fator desfavorável a uma nova redução na Selic na próxima reunião, marcada para março, ao passo que um ambiente de inflação baixa poderia oferecer espaço para um movimento adicional: “de um lado, a continuidade do ambiente com inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, com intensificação do risco de sua propagação, abriria espaço para essa flexibilização adicional”, aponta o documento.

Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de operações da Mirae Asset Wealth Management, pelo movimento dos contratos de juros futuros no mercado, estão precificados 33,5% de probabilidade de corte de 25 pontos-base na Selic na próxima reunião do Copom, contra 66,5% de manutenção do atual patamar. Ontem, a mesma chance de corte estava em torno de 25%.

Por conta desta “brecha” deixada pelo Copom, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 registraram queda de 4 pontos-base, cotados a 6,64% a 8,73%, respectivamente. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em março registrava desvalorização de 0,19%, aos R$ 3,221.

Continua depois da publicidade

Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações da Cemig, depois de divulgada a RAB (base de ativos) acima do esperado pelo mercado. Do outro lado, os papéis da JBS recuam após sua subsidiária nos EUA, Pilgrim’s Pride, reportar resultado abaixo do esperado pelo mercado (veja mais aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MGLU3 MAGAZ LUIZA ON 79,21 +6,04 -1,26 95,23M
 CMIG4 CEMIG PN 7,92 +5,32 +15,28 154,81M
 BRAP4 BRADESPAR PN 34,77 +4,35 +21,07 133,76M
 LREN3 LOJAS RENNERON 35,00 +3,24 -1,38 115,64M
 VALE3 VALE ON 45,95 +3,24 +14,13 1,41B

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF SA ON 30,50 -1,99 -16,67 141,16M
 JBSS3 JBS ON 9,66 -1,93 -1,53 88,44M
 TIMP3 TIM PART S/AON 14,09 -1,81 +7,56 29,89M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,56 -1,77 +26,01 85,93M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 10,23 -1,45 -16,83 19,57M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 52,67 +0,02 1,43B 785,49M 45.283 
 VALE3 VALE ON 45,95 +3,24 1,41B 711,40M 62.364 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,40 +0,78 619,60M 938,52M 42.123 
 BBAS3 BRASIL ON 39,90 +0,86 448,11M 412,17M 21.286 
 BVMF3 B3 ON 25,11 +2,74 348,01M 258,24M 27.626 
 CCRO3 CCR SA ON 14,65 +1,17 300,15M 85,16M 25.781 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 38,74 +0,41 262,66M 518,48M 23.925 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 22,30 +0,27 229,88M 267,43M 20.693 
 USIM5 USIMINAS PNA 12,13 +1,34 213,56M 189,32M 17.630 
 PETR3 PETROBRAS ON 20,73 +1,72 171,12M 200,63M 20.156 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Huck candidato
Após uma nova rodada de especulações acerca de uma possível candidatura à presidência da República, o apresentador de televisão Luciano Huck desistiu de participar da disputa e anunciará a decisão nesta sexta-feira (15). A notícia foi dada pela coluna do jornalista Lauro Jardim no site do jornal O Globo e confirmada também pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.

Enquanto isso, atenção para o desenrolar do caso do ex-presidente Lula. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ontem parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o pedido de habeas corpus  protocolado pela defesa do ex-presidente para evitar a eventual prisão preventiva dele após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. No parecer, Dodge argumenta que o habeas corpus não pode ser concedido pelo STF porque o mérito do mesmo pedido ainda não foi julgado pela instância inferior, no caso o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Previdência só ano que vem?

O governo estabeleceu fevereiro como limite para a negociação e votação da reforma da previdência e, deste modo, vale ficar atento às últimas movimentações da base aliada. Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segue negociando nos bastidores uma proposta alternativa ao limite de dois salários mínimos para o acúmulo de aposentadoria e pensão por morte, previsto na reforma da Previdência.

Já o Estadão afirma que, descrente de que o governo reúna os 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência, o presidente da Câmara já prepara o discurso para anunciar, no final de fevereiro, o engavetamento da matéria.

De acordo com o jornal, para evitar que o ônus do anúncio recaia sobre o Congresso Nacional e, muito menos, sobre ele, Maia deve responsabilizar o governo por não ter obtido apoio suficiente à proposta. Deve dizer, ainda, que não vale a pena colocar a matéria em votação para ser derrotada.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.