Gerdau vende mais ativos, construtora é rebaixada pelo Santander, leilão na Eletrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque novos desinvestimentos da Gerdau, a Gafisa tendo a recomendação reduzida pelo Santander, além de novidades sobre o leilão de privatização de distribuidoras da Eletrobras. Confira os destaques do mercado:

Gerdau (GGBR4)

Em reunião realizada na quarta-feira, o Conselho de Administração da Gerdau aprovou a venda dos complexos energéticos Caçu e Barra dos Coqueiros, no Estado de Goiás, para a Kinross Gold Corporation, por R$ 835 milhões. Os complexos são geradores de energia elétrica.

Em comunicado, a Gerdau informa que os complexos foram inaugurados em 2010, e têm capacidade instalada total de 155 MW.

“Com a venda das hidrelétricas, damos mais um importante passo em nosso plano de desinvestimentos, em linha com a estratégia de focar nos ativos mais rentáveis no segmento do aço”, afirma o diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck. Com essa transação, o valor econômico dos desinvestimentos da siderúrgica ultrapassa os R$ 6 bilhões nos últimos quatro anos.

“Com esta operação o total desinvestido chega a quase R$ 3 bilhões em 2018 e, somado a potencial geração de caixa de mais de R$ 2 bilhões em 2018, vemos a companhia atingindo 1, 7 vez a relação entre a dívida líquida e o Ebitda esperado para 2018 versus o 2,5 vezes que vinham indicando para o mercado”, apontam os analistas do BTG Pactual, que reiteram recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18. 

Gafisa (GFSA3)

A ação da Gafisa foi rebaixada de neutra para underperform (desempenho abaixo da média do mercado) pelo Santander, com o preço-alvo sendo reduzido de R$ 24,41 para R$ 15,20. 

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Elétricas

Segundo informa o Valor Econômico de hoje, o processo de venda do controle da Light (LIGT3) pela Cemig (CMIG4) está se mostrando mais difícil do que o previsto pela estatal mineira. Além dos obstáculos referentes às enormes perdas por furtos na área de concessão da elétrica carioca, a operação também enfrenta a competição de outros ativos de distribuição à venda. É o caso das concessionárias da Eletrobras (ELET6) e a esperada saída da AES da Eletropaulo (ELPL4).

Já a coluna do Broad, do Estadão, informou que o leilão de privatização das distribuidoras da Eletrobras deve ocorrer em 30 de abril, na data limite do prazo indicado pelo governo para a realização do certame. Para isso, a ideia é que o edital seja publicado em 15 de março. Antes, porém, o Tribunal de Contas da União ainda precisa aprovar os processos.O processo é considerado fundamental para a posterior privatização da estatal. 

Randon (RAPT4) e Fras-le (FRAS4)

A Randon divulgou o seu guidance para 2018, vendo receita líquida consolidada 2018 em R$ 3,6 bilhões. Já a projeção para receita bruta total 2018 é de R$ 5 bilhões, segundo comunicado. Em outro comunicado, a Fras-le informou projeção para receita líquida consolidada 2018 de R$ 1,1 bilhão, enquanto o guidance para receita bruta total ficou em R$ 1,6 bilhão. 

O Itaú BBA apontou os números da Randon como positivos, destacando os números do capex de R$ 140 milhões, ante previsão do banco de R$ 129 milhões e reiterou recomendação outperform com preço-alvo de R$ 18,00. 

“Após os ajustes maciços em 2016 e em parte de 2017 (que incluiu uma redução do número de funcionários, paradas e reestruturação, entre outros), a Randon conseguiu combinar sua estrutura de custos com o novo cenário de demanda e melhorar sua posição financeira. Com uma estrutura de custo mais enxuta e uma posição financeira sólida, em 2017 a Randon ganhou considerável participação de mercado no segmento de caminhão-reboque – que foi o mais atingido pela crise – e pode divulgar resultados positivos no segmento de peças para caminhões”, apontam os analistas do Itaú BBA. 

Oi (OIBR4)

Maior acionista da Oi,  Pharol (ex- Portugal Telecom) prepara-se para pedir a instauração de um procedimento contra a operadora na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), da B3 (Bolsa de Valores), diz o Valor. Além da nova frente arbitral, a Pharol tenta reverter na Justiça a homologação do plano de recuperação judicial da operadora, aprovado por credores em assembleia de dezembro.

Bancos

A Odebrecht procurou Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander para negociar novo empréstimo de R$ 3,5 bilhões para pagar dívidas e tocar projetos no curto prazo. Mas a empresa tem enfrentado resistência dos bancos, que estão dispostos a liberar um valor menor, cerca de R$ 1 bilhão, conforme apurou o Estadão/Broadcast. O montante em negociação foi antecipado pelo jornal Valor Econômico.

O avanço na negociação com os bancos, conforme uma fonte do mercado financeiro, dependerá da contrapartida que a Odebrecht vai oferecer para obter dinheiro novo. Os credores, que ainda não bateram o martelo nem demonstraram apetite, defendem que é preciso limitar o endividamento do grupo e de suas empresas e verificar a real necessidade do recurso novo a despeito do esforço de reestruturação de dívidas e venda de ativos. “A Odebrecht ainda está estruturando as proposições”, afirma uma fonte próxima às conversas com os bancos, na condição de anonimato.

A Odebrecht teria oferecido aos bancos, de acordo com outra fonte, usar novamente as ações da Braskem, que tiveram forte valorização recentemente. Essa estrutura foi usada desde a reestruturação da dívida da Atvos (ex-Agroindustrial). Como os papéis da Braskem estão valorizados – em um ano subiram mais de 35% -, o objetivo da Odebrecht é obter mais dinheiro com a mesma garantia.

A liberação de novos recursos também dependerá de um consenso entre os bancos credores. Isso porque existe uma espécie de “pacto” das instituições financeiras em relação ao endividamento da Odebrecht. Não há nada formal, mas, segundo uma fonte, há um “combinado” entre os bancos para que movimentações de crédito para a companhia só ocorrerão com o aval de todos.

O apetite limitado dos bancos credores não é à toa. Essas instituições aportaram volumes relevantes de recursos na companhia logo após a prisão de Marcelo Odebrecht, evitando que o grupo enfrentasse uma recuperação judicial.

Apesar de duros na negociação, os bancos não querem que a Odebrecht se torne mais um caso de inadimplência em seus balanços. Pesa, sobretudo, o fato de essas instituições financeiras estarem saindo da pior crise em termos de calotes e ainda lidarem com casos específicos no setor corporativo trimestre após trimestre. Por isso, devem buscar uma alternativa.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.