Em dia de euforia das commodities, opções da Vale e Gerdau disparam mais de 300%

SÃO PAULO – Em dia de euforia no mercado brasileiro, as opções de empresas ligadas a commodities, cujas ações têm alta mais acentuada hoje, registravam uma disparada de 3 dígitos nesta quarta-feira (14). A valorização ocorre na esteira do movimento dos ADRs (American Depositary Receipts) dos últimos dois pregões, já que a B3 ficou fechada na segunda e terça-feira por conta do feriado do Carnaval, e da alta do minério de ferro, que subia 2,6%, a US$ 539,5 iuanes, na Bolsa de Dalian, na China. 

Enquanto os papéis da Vale avançavam 5,93%, a R$ 44,50, as opções da mineradora saltavam mais de 300%, segundo cotação das 17h23 (horário de Brasília). Esse era o caso do contrato VALEB436, que tem preço de exercício em R$ 43,62 e vencimento em 19 de fevereiro (representado pela letra “B” no código). No mesmo horário, essa opção registrava alta de 352%, indo a R$ 1,13. 

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Outras opções da mineradora também mostravam forte alta hoje, como VALEB14 e VALEB454, com preços de exercício em R$ 44,49 e R$ 45,49, respectivamente. Eles subiam 284,6% e 125% nesta sessão. O movimento era mais intenso também por conta do vencimento das opções sobre ações na B3, que ocorre sempre nas terceiras segundas-feiras do mês (neste caso, dia 19/02), uma vez que, com a alta, esses contratos entraram no dinheiro ou estão quase no dinheiro, aumentando a probabilidade de darem exercício.

Nesse cenário, quem seguiu uma recomendação do analista técnico Fernando Góes do dia 29 de janeiro pode estar rindo de orelha a orelha. Na ocasião, ele indicou uma trava de alta com a mineradora, em que o investidor compra a opção com preço de exercício mais curto (no caso, VALEB14) e vende aquela com “strike” (preço de exercício) mais longo (VALEB454). No dia em que ele abriu o call, a montagem da operação saiu a R$ 0,10. Com a alta de hoje, quem entrou nessa recomendação vê uma valorização de 220%.

Além da Vale, também registravam forte valorização as opções da Gerdau, em meio à alta de 6,27% da ação, a R$ 14,91. Os contratos GGBRB43, que tem preço de exercício em R$ 30,53, subiam 300% hoje, a R$ 13,95. Registravam forte alta também os contratos GGBRB14, com “strike” (preço de exercício) em R$ 14,20. No mesmo momento, eles subiam 267%, a R$ 0,5

O que é o mercado de opções?
A opção é um derivativo negociado no mercado financeiro. E como qualquer derivativo, seu preço “deriva” da oscilação do ativo ao qual ela se lastreia – no caso de uma opção de ação, o contrato varia de acordo com as oscilações desta ação na Bovespa. Quem compra uma opção está adquirindo o “direito” de comprar ou vender alguma ação a um preço previamente estabelecido (chamado “preço de exercício”, ou “strike”) até um vencimento estabelecido. Já quem vende a opção tem a obrigação de atender a exigência daquele que comprou o contrato.

Tomando como exemplo o caso da Vale citado na matéria: quem comprou a opção de compra VALEB436 pode escolher se quer exercer ou não seu direito de comprar as ações VALE3 a R$ 43,62 no dia 19 de fevereiro; já quem vendeu a opção de venda terá a obrigação de comprar estas ações caso o detentor da opção exerça seu direito.

Embora o mercado de opções seja muito utilizado para operações de “hedge” (proteção), o baixo custo para acessar este mercado – muitas opções chegam a custar R$ 0,01 por contrato – atrai muitos especuladores que buscam rentabilidades explosivas em um curto espaço de tempo. No entanto, é preciso ter ciência dos riscos embutidos nestes investimentos, já que o investidor corre o risco de perder 100% do capital investido caso a opção que ele comprou não torne-se financeiramente interessante para ser exercida até o vencimento dela – o que no jargão deste mercado é dito que a opção “virou pó”.