SÃO PAULO – Além da temporada de balanços, com os números de Suzano, CVC e Totvs, mais notícias são destaques nesta quinta-feira, como a Petrobras anunciando que vai modificar forma de divulgar reajuste, enquanto a Hypermarcas mudou de nome e o Bradesco propôs aumento de capital de R$ 8 bilhões e bonificação para acionistas. Veja mais destaques:
Suzano (SUZB3)
A Suzano registrou lucro líquido de R$ 358 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo prejuízo líquido de R$ 440 milhões registrado um ano antes. O resultado, entretanto, é 55,3% inferior ao ganho de R$ 801 milhões obtido no terceiro trimestre de 2017.
O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) consolidado, principal métrica de desempenho da empresa, passou de 13% em setembro para 14,5% ao final de dezembro. No final de 2016, o ROIC estava em 10,5%.
De outubro a dezembro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, termômetro do mercado para mensurar a capacidade operacional das empresas, atingiu R$ 1,425 bilhão. A performance representa um avanço de 58,1% ante igual intervalo de 2016.A margem Ebitda ajustada passou de 36,1% em dezembro de 2016, para 45,4%. Em setembro, a margem estava em 45,7%.
A receita líquida totalizou R$ 3,142 bilhões no quarto trimestre de 2017, alta de 25,8% em relação ao mesmo período de 2016. Em comunicado sobre os resultados, a empresa ressalta ainda a conclusão de sua migração para o Novo Mercado, que contribuiu para a conquista do grau de investimento pela Fitch Ratings no ano passado.
Em 2017, o lucro líquido da Suzano cresceu 6,8% ante o ano anterior, para recorde de R$ 1,807 bilhão. Na mesma base de comparação, o Ebitda ajustado registrou alta de 18,2%, para R$ 4,615 bilhões, e a margem Ebitda avançou de 39,5% para 43,9%. No ano, a receita líquida aumentou 6,5%, somando R$ 10,521 bilhões.
Segundo o presidente da companhia, Walter Schalka, a série de recordes alcançada marca “o melhor trimestre e melhor ano da história da companhia”. A performance, observa o executivo, é resultado da combinação de três pilares estratégicos: competitividade estrutural, negócios adjacentes e redesenho da indústria.
Segundo o BTG Pactual, o resultado veio forte com o Ebitda ajustado em R$ 1,425 bilhão vindo 7% acima do esperado pelo banco. Apesar do resultado fraco na divisão da papel (por conta de uma parada de manutenção), a companhia surpreendeu positivamente em volume de cellulose (veio 10% acima do esperado pelo banco) e preço realizado de exportação.
“Os resultados confirmam a força operacional, destacados pela redução contínua da alavancagem (indo para baixo de 2.1 vez), fluxo de caixa livre operacional sólido, melhora dos retornos e o controle de custos. Acreditamos que a empresa está entregando operacionalmente e seguimos muito positivos no setor. Reiteramos compra”, apontam os analistas.
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CVC (CVCB3)
O lucro líquido da CVC foi R$ 86,4 milhões no quarto trimestre de 2017 e de R$ 250,6 milhões em 2017, aumento de 25,7% e 20,6% em relação ao quarto trimestre de 2016 e 2016 Pro Forma.
O Ebitda ajustado foi de R$ 171,0 milhões no trimestre e R$ 593,6 milhões no ano, altas respectivas de 10,9% e 12,9% nas mesmas bases de comparação.
As reservas confirmadas totalizaram R$ 2,768 bilhões no trimestre e R$ 10,2459 bilhões em 2017, representando uma alta de 12,4% e 13,5%, respectivamente.
Totvs (TOTS3)
A Totvs divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 16,9 milhões no quarto trimestre e de R$ 96,4 milhões no acumulado do ano, com quedas respectivas de 43,2% e 40,5% na base de comparação anual. O Ebitda ajustado, por sua vez, subiu 13,8% no quarto trimestre de 2017, para R$ 69,1 milhões, enquanto teve baixa de 15,4%, a R$ 303,5 milhões, no ano.
A receita líquida, por sua vez, teve leve alta de 0,8% no trimestre, para R$ 554,4 milhões e alta de 2% no ano, para R$ 2,227 bilhões.
O BTG aponta que o resultado veio fraco, com a receita líquida vindo 2% abaixo do esperado pelo banco com menor receita de serviço e hardware (apesar de vendas de licenças acima das expectativas). Já a receita de subscrição segue crescendo bem, com alta de 35% na base anual, enquanto a rentabilidade segue pressionada com a margem ebitda em 12,5%. “Seguimos com uma visão mais cautelosa, aguardando sinais mais encorajadores”, apontam os analistas.
Hypera (HYPE3)
Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta quarta-feira, 7, os acionistas da Hypermarcas aprovaram, por unanimidade, a mudança da denominação social da companhia para Hypera S.A. A alteração havia sido comunicada pela Hypermarcas em dezembro do ano passado.
A empresa passa a adotar a marca corporativa Hypera Pharma. “A mudança da denominação social objetiva destacar o novo momento da Companhia, que passou a ter foco exclusivo no mercado farmacêutico a partir do ano de 2017, com sólida presença em vários dos mercados em que atua”, diz a Hypera, em nota.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras decidiu alterar o sistema de divulgação dos reajustes dos preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias. Agora, os anúncios serão com base nos preços médios e não mais por percentuais como vinha sendo feito, tanto para os casos de altas como de redução. Durante um encontro na tarde de ontem (7) da diretoria executiva da empresa com um grupo de jornalistas, o presidente da companhia Pedro Parente informou que a mudança é para dar mais transparência aos reajustes anunciados pela empresa, que seguem o movimento do mercado.
Antes, a empresa divulgava um percentual de aumento ou de diminuição de preços médios no país. O que vamos passar a informar é o valor de preço médio de venda no país do diesel e da gasolina, dando maior transparência à informação que a empresa fornece. O objetivo é exatamente esse, de dar essa maior transparência”, disse.
De acordo com Pedro Parente a previsão da companhia é colocar em prática o novo sistema após o carnaval. “Devemos fazer essa mudança na semana seguinte à semana do carnaval, daqui a uns dez, onze dias”, informou.
Para o presidente da Petrobras, a informação ficará mais clara para o consumidor, que poderá avaliar a diferença entre o preço anunciado pela estatal e o que ele paga nos postos de combustíveis. “Acho que fica mais claro para o consumidor, porque antes era um percentual que era informado e agora se tem uma informação absoluta de quanto a Petrobras, em média, está vendendo o litro da gasolina e do diesel nas suas refinarias”, disse.
Pedro Parente destacou que a Petrobras não tem poder de influenciar o preço ao consumidor, mas aumentando a transparência dá ao consumidor e à sociedade como um todo a possibilidade de avaliar de maneira completa a cadeia de produtos provenientes do petróleo.
Ainda sobre a companhia, um laudo preparado pela Polícia Federal, no Paraná, levantou suspeita sobre o valor de venda da Petroquímica Triunfo, da Petrobrás, para a Braskem, do grupo Odebrecht, em 2009. De acordo com o documento, obtido pelo Estadão, a negociação teria provocado um prejuízo para a estatal entre R$ 144,4 milhões e R$ 191,2 milhões. O relatório, feito por um perito criminal federal, foi incorporado à investigação que corre em segredo de Justiça e está no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo fontes do jornal, o inquérito começou em 2014, com denúncias dos ex-sócios da Petrobras na Triunfo. A estatal detinha na companhia, localizada no Rio Grande do Sul, uma fatia de 84,4%, por meio da sua subsidiária Petroquisa. O restante pertencia à Petroplastic, companhia da família Gorentzvaig.
Em 2008, antes do negócio com a Braskem, a Petrobras tinha recebido uma oferta da Petroplastic para comprar a Triunfo por R$ 355 milhões. Mas a venda não foi fechada porque a estatal justificou que a sócia teria perdido o prazo para concluir a transação. O argumento da família era que o processo de avaliação da empresa ainda não tinha sido concluído. O caso foi parar na Justiça e, logo em seguida, a estatal iniciou conversas com a Braskem, de quem também era sócia, para fazer a incorporação da Triunfo por cerca de R$ 250 milhões, valor bem abaixo da oferta dos Gorentzvaig.
Nessa época, já era pública a estratégia de Braskem e Petrobrás de assumir relevância mundial no setor petroquímico. Para isso, a estatal repassaria à empresa do grupo Odebrecht uma relação de ativos na área, que incluía, além da Triunfo, a Central Petroquímica do Sul (Copesul), a Petroquímica Paulínia, a Ipiranga Química e a Ipiranga Petroquímica.
Com a incorporação da Triunfo, a Braskem conseguiu o controle do Polo Petroquímico do Sul. Mais tarde, em 2010, também passou a controlar o Polo Sudeste, ao incorporar a Quattor, antiga Suzano Petroquímica. A compra dessa última empresa pela Petrobrás, em 2007, também está sendo investigada pela Polícia Federal. O valor pago, R$ 2,7 bilhões, foi considerado alto, por estar muito acima do preço mínimo, conforme delação de Paulo Roberto Costa. “Como praxe, seria esperado que o preço de aquisição fosse próximo do mínimo, afim de atender aos interesses comerciais da Petrobrás”, explicou o ex-diretor, na delação. Procurada, a Suzano Holding afirmou em nota que “toda a transação para venda da empresa atendeu a todos os requisitos legais. A avaliação dos ativos e a definição do valor da operação foi suportada por análises independentes feitas por bancos de primeira linha”.
Além disso, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, com restrições, a compra da Companhia Petroquímica Suape e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), que pertencem à Petrobras, pelo grupo mexicano Petrotemex. A venda da Petroquímica Suape e da Citepe, por US$ 385 milhões, foi aprovada pela Petrobras em 28 de dezembro de 2016.
Bradesco (BBDC3; BBDC4)
O Bradesco fez uma proposta para aumento de capital a ser deliberado pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 12 de março. O aumento será de R$ 8 bilhões, com o capital da companhia passando de R$ 59,1 bilhões para R$ 67,1 bilhões.
A proposta prevê a emissão de 610.896.190 novas ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 305.448.111 ordinárias e 305.448.079 preferenciais, que serão atribuídas gratuitamente aos acionistas na proporção de 1 nova ação para cada 10 ações da mesma espécie de que forem titulares na data-base, que será informada após aprovação do processo.
Segundo o banco, a operação de bonificação tem como objetivo aumentar a liquidez das ações no mercado, possibilitar um ajuste na cotação das
ações para tornar o preço mais atrativo e acessível, e melhorar a adequação do saldo das reservas de lucros frente aos limites legais.
Além disso, o Bradesco ressalta que os juros sobre capital próprio pagos mensalmente serão mantidos em R$ 0,017249826 por ação ordinária e R$ 0,018974809 por ação preferencial, com pagamento líquido de R$ 0,014662352 por ação ordinária e R$ 0,016128588 por ação preferencial. “Dessa forma, o montante global pago mensalmente aos acionistas será incrementado em 10%, após a inclusão das novas ações nas suas posições”, explica o banco.
- Recomendações
A JSL (JSLG3) foi iniciada com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) por Safra, com preço- alvo de R$ 13. A Cosan (CSAN3), por sua vez, teve a recomendação reduzida a ‘neutra’ pelo UBS, com preço-alvo de R$ 46.
- (Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)