Sem medo da queda: como 7 gestoras se posicionaram na bolsa após o pior pregão desde o “Joesley Day”

O "modo pânico" foi ativado repentinamente no final do pregão da última segunda-feira no mercado - mas gestores não se abalaram com a baixa

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – O dia é de forte alta para o mercado brasileiro, mas o pregão da última segunda-feira foi de tensão para os investidores. O Ibovespa fechou a última segunda-feira (5) em uma forte baixa de 2,59%, no pior pregão para o mercado desde 18 de maio de 2017, quando recuou 8,8% no “Joesley Day”.

O “modo pânico” foi ativado no final da sessão com a derrocada das bolsas norte-americanas, em meio às considerações de que o Federal Reserve poderia acelerar o ritmo de alta de juros devido aos dados econômicos dos EUA. Após o movimento da véspera, muitos chegaram então a perguntar: após a disparada recente dos mercados, chegou então o momento derrocada? Na véspera, o editor-chefe e analista do InfoMoney, Thiago Salomão, já havia destacado que uma queda sem um grande motivo não justificava a venda de ações, podendo até ser uma boa oportunidade de compra para quem ainda não havia entrado no mercado – para conferir a análise completa clique aqui.

Assim como Salomão, os gestores consultados pelo InfoMoney também não ligaram o “modo pânico”, com muitos deles inclusive aproveitando o movimento de queda para aumentar suas exposições. Confira a opinião de gestoras e como elas se posicionaram após a forte queda do mercado na segunda-feira: 

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Alaska Asset Management

“Avaliamos que [a baixa da véspera do mercado] foi só correção mesmo e ainda não fizemos nenhuma mudança significativa [no portfólio]. Caso a queda continue, o que é provável, as ações não irão baratear na mesma magnitude, então provavelmente se criará oportunidades para diminuirmos algumas posições e aumentarmos outras. Mas ainda não há nenhuma indicação nesse sentido. Provavelmente as ações ligadas à economia doméstica, caso caiam muito mais, podem virar oportunidade. Mas estamos abertos a qualquer setor. 

Para nós, no Brasil, ocorreu só ‘sacolejo normal’ de mercado. Perigoso mesmo é o nível de preço do S&P500, mas não acho que seja início de crash, só de correção. O VIX disparou de 10 pra 49 porque estava perigosamente muito baixo por muito tempo. Isso serve para puxar as médias de 50, 100 e 200 dias do VIX para as médias históricas. Foi então finalmente um pouco de normalidade para o S&P que ‘vivia no mundo da lua’. A volatilidade que veio ontem foi pra compensar o recorde do VIX abaixo de 10 e um short squeeze de volatilidade era possível e deverá continuar. Ontem foi um clássico de fly to quality [saída de ativos mais arriscados para menos arriscados]. Vix subiu, S&P caiu, rendimento dos Treasuries fecharam, emergentes caíram. E isso tem que ocorrer de tempos em tempos. Quanto mais tempo se passa sem essas oscilações, mais de surpresa o mercado é pego quando ocorre, e mais forte é a correção. 

Ontem foi um famoso ‘presta-atenção’ pra conter abusos. Quem entrou na bolsa sem saber porque, só no oba-oba, acaba saindo bem rápido e isso é o que não vai deixar os preços subirem irracionalmente rápido. São os percalços e solavancos que um bull market precisa”.

Kondor Invest

“Estamos com postura mais neutra esperando o momento de voltar a comprar. O mercado estava muito otimista e uma realização é saudável. Mas preferimos esperar mais alguns dias”.

Moat Capital

“Sim, aproveitamos para comprar. Tínhamos reduzido um pouco o risco da carteira e compramos um pouco mais. Entre os destaques: CCR (CCRO3), BR Malls (BRML3) e Banco do Brasil (BBAS3)”.

Apex Capital

“Gostamos dos fundamentos das empresas que somos acionistas e vamos avaliar as oportunidades de compra que estão aparecendo. Seguimos com uma visão em aumentar as nossas posições nas quedas. Vemos como oportunidade”.

Hix Capital

“A carteira do fundo estava posicionada em ativos relativamente defensivos então sofremos pouco com o sell off. Estamos aproveitando para fazer ajustes pontuais na carteira e comprar mais do que caiu mais e estava na carteira ou não estava por uma questão de preço. Não mudamos nossa visão estrutural e continuamos ‘cautelosamente’ otimistas com o Brasil e achamos que a correção de mundo é natural e pode nos afetar por tabela no curto prazo”.

Fundo Teorema
“Nossa posição em caixa ainda é grande e estamos aguardando momentos de compra como este. Obviamente, cada caso é um caso, mas sim, começamos a comprar alguns papéis que atingiram preços que achamos interessantes”

Lis Capital

“Ficamos animados sim para colocar dinheiro para trabalhar em empresas que analisamos. Se o movimento de queda se pronunciar, devemos acelerar as compras. 

Nossa estratégia de proteção constante do fundo, principalmente neste ano de eleições e também por entendermos que o mercado americano encontra-se em níveis perigosos de valuation, ajuda bastante nesses momentos de pânico em dois sentidos:  i) esses derivativos valorizam-se exponencialmente e viram efetivamente caixa para o fundo, exatamente quando as melhores oportunidades de compra surgem com as quedas de preços; e  ii) nos dão a tranquilidade psicológica/cognitiva para nos mantermos com a cabeça no lugar, não entrar no frenesi do mercado e tomar decisões racionais.

É muito difícil dizer se esse movimento do mercado lá fora é ou não só um soluço ou o começo de uma grande correção. O fato é que os valuations estão bastante puxados lá fora, muito em função das políticas dos Banco Centrais de injetar enormes quantias de liquidez por anos e anos seguidos, algo que, pelo menos nessa escala, o mundo nunca tinha visto antes. Nossa visão é que essa experiência pode não acabar bem, mas antecipar o timing disso é quase impossível.  Por outro lado, o Brasil vive um momento de recuperação cíclica muito forte e os valuations por aqui estão ainda muito atrativos. Esses dois pontos nos levam a crer que uma queda acelerada de preços é uma ótima oportunidade para ir às compras”.

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