Proposta da Boeing para a Embraer; Itaú lucra R$ 6,28 bi e mais 4 balanços; recomendações e outros destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (6) 

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue movimentado, com destaque para os números do Itaú Unibanco e da TIM do quarto trimestre. A proposta da Boeing para Embraer, recomendações e mais destaques estão no radar:

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú registou lucro líquido recorrente de R$ 6,28 bilhões no 4º trimestre de 2017, em linha com a expectativa do mercado de R$ 6,23 bilhões, mas 8% acima do visto no mesmo período de 2016. No ano passado, o lucro acumulado foi de R$ 24,88 bilhões, alta de 12% frente aos R$ 22,15 bilhões vistos um ano atrás.

O Produto Bancário, que seria uma “proxy” da receita, atingiu R$ 27,5 bilhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 5% em relação ao mesmo período de 2016. Em 2017, a conta somou R$ 109 bilhões, um ligeiro recuo de 2% em relação aos R$ 111,4 bilhões acumulados em 2016.

O ROAE (Retorno Médio Sobre o Patrimônio Líquido) do banco no período entre outubro e dezembro do ano passado ficou em 21,9%, acima dos 21,6% vistos no terceiro trimestre de 2017. Ainda falando sobre o desempenho do banco, o índice de inadimplência de 90 dias recuou de 3,2% para 3% na mesma base de comparação, ao passo que o Índice de Eficiência subiu de 47,3% para 48,6% na passagem do terceiro para o quarto trimestre do último ano.

Os ativos totais da instituição fecharam o ano em R$ 1,5 trilhão, uma alta de 2,3% em relação ao visto no terceiro trimestre de 2017. Na mesma toada, os ativos sob gestão do banco também subiram, passando de R$ 938,5 bilhões para R$ 969,8 bilhões.

Segundo o Santander, foi reiterada a forte convicção em revisões de ganhos para cima de 2018 em diante. “Reafirmamos Itaú como a melhor escolha no setor”, apontam os analistas. Já o Credit Suisse destacou o guidance para 2018 acima das expectativas.  

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TIM Participações (TIMP3)
A Tim apresentou lucro líquido de R$ 604 milhões no quarto trimestre de 2017, alta de 66% em comparação com o mesmo período de 2016. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) normalizado somou R$ 1,769 bilhão, crescimento de 13,3% na comparação entre os mesmos períodos. A margem do Ebitda normalizado no período chegou ao recorde de 41,6%, correspondendo a um aumento de 2,9 pontos porcentuais. 

A operadora reportou receita líquida de R$ 4,257 bilhões, um crescimento de 5,3% nas mesmas bases de comparação.

 O avanço do lucro da TIM resultou de alta no faturamento com serviços móveis, associada à melhora das margens, além de aumento da receita com serviços fixos e maior controle de custos.

A companhia ainda teve um menor impacto de imposto de renda. Esta linha somou R$ 5 milhões no trimestre, queda de 95%, principalmente explicada pela dedutibilidade do pagamento de juros sobre capital próprio de R$ 190 milhões realizado em novembro de 2017.

 Por sua vez, o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 119 milhões, uma piora de 17,7%.

No acumulado de 2017, o lucro líquido da Tim totalizou R$ 1,235 bilhão, avanço de 64,5% em relação a 2016. O Ebitda normalizado no ano atingiu R$ 1,769 bilhão, aumento de 13,3%. A margem do Ebitda normalizado foi a 36,6%, ganho de 3,2 pontos porcentuais e a receita líquida alcançou R$ 16,234 bilhões, incremento de 3,9%.

O Credit Suisse apontou o resultado como forte com destaque para o crescimento do Ebitda e da margem Ebitda, o que deve suscitar revisões para cima do mercado. 

Duratex (DTEX3)

A  Duratex – fabricante de painéis de madeira, pisos, louças e metais sanitários – teve lucro líquido de R$ 84,618 milhões no quarto trimestre de 2017, elevação de 235,7% frente ao mesmo período de 2016. No acumulado do ano, o lucro alcançou R$ 185,015 milhões, avanço de 605,4%.

A evolução do lucro reflete a economia de custos e despesas, os aumentos de preços das mercadorias implementados ao longo do ano e um resultado financeiro mais favorável em virtude da queda da taxa de juros e da redução da dívida financeira.

Por sua vez, o lucro líquido recorrente da Duratex foi de R$ 112,936 milhões no quarto trimestre, um salto de 1.647,4%. Em todo o ano, atingiu R$ 180,668 milhões, revertendo prejuízo acumulado no ano anterior.

O lucro recorrente desconsidera efeitos extraordinários. No trimestre, a companhia foi beneficiada em R$ 5,2 milhões pela venda de terras, mas acabou prejudicada em R$ 33,5 milhões por uma provisão para perda na recuperação de ativos, relacionada a ativos que não englobam mais os planos estratégicos.

A Duratex reportou ainda Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 279,879 milhões de outubro a dezembro, queda de 3,3%. No ano, o Ebitda chegou a R$ 986,788 milhões, alta de 9,5%.

A receita líquida consolidada somou R$ 1,102 bilhão no último trimestre de 2017, crescimento de 7,2%, e totalizou R$ 3,990 bilhões no ano, avanço de 2,1%. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 54,2 milhões no quarto trimestre, um recuo de 31,1%. No ano, foi negativo em R$ 206,113 milhões, baixa também de 31,1%.

O Bradesco BBI apontou seguir otimista com Duratex em função do ambiente macroeconômico brasileiro. 

Ainda sobre a companhia, ela informou que acertou com a Suzano para a venda firme de cerca de 9.500 hectares de áreas rurais e os ativos florestais nelas existentes pelo valor de R$ 308,1 milhões. A Duratex informou que a operaçao deverá resultar no reconhecimento de lucro extraordinário da ordem de R$ 140 milhões, quando concretizada a operação.

Brasil Agro (AGRO3)

A BrasilAgro, que atua com a aquisição, desenvolvimento e venda de propriedades rurais, teve lucro líquido de R$ 11,503 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2017/18, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,38 milhão referente a igual período de 2016/17. No trimestre encerrado em 31 de dezembro, a receita líquida foi de R$ 75,659 milhões, alta de 284% em igual comparação, sustentada pelo bom desempenho das atividades operacionais.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado foi de R$ 25,416 milhões no trimestre, alta de mais de 700% na comparação com os R$ 2,968 milhões em igual período do ano-safra anterior.

De acordo com a empresa, em nota, as condições climáticas foram boas, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras de soja e milho até o momento. “Temos boas perspectivas no cenário macroeconômico provenientes da redução das taxas de juros, que promovem uma injeção de recursos no sistema produtivo, beneficiando o setor do agronegócio como um todo”, apontou a empresa.

ABC Brasil (ABCB4)

O banco ABC Brasil teve lucro líquido recorrente de R$ 110,6 milhões no quarto trimestre de 2017, 1,9% superior ante igual período do ano anterior. O Retorno Anualizado Sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) recorrente foi de 14,0% a.a. em 2017, redução de 1,2 p.p. em relação a 2016. 

Embraer (EMBR3)

Segundo o Valor, a Boeing apresentou proposta ao governo na semana passada que prevê controle de 80% a 90% de uma nova empresa que receberia toda a área de aviação comercial da Embraer. O desenho teria agradado ao governo. Contudo, novas reuniões com Brasília só devem ocorrer depois do Carnaval. Se a proposta vingar, a nova empresa passará por uma avaliação e a Boeing proporá à Embraer a compra de 80% a 90% de seu capital em dinheiro.

Ainda sobre a Embraer, a companhia e a Skytech assinaram carta de intenção para até 6 KC-390. Empresas também concordaram em avaliar uma potencial colaboração estratégica com o objetivo de explorar novas oportunidades de negócios nas áreas de treinamento e serviços, disse a empresa. A SkyTech é uma parceria entre a HiFly, de Portugal, e a australiana Adagold Aviation, especializada em serviços de aviação e voos charter.

Oi (OIBR4)

Foi publicada na segunda-feira a decisão do Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro que homologou o plano de recuperação judicial da Oi e de suas subsidiárias, segundo comunicado.

“Como resultado da publicação da decisão, terá início o prazo de 20 dias, isto é, de 00:00 de 06 de fevereiro de 2018 até 23:59 de 26 de fevereiro de 2018, para que os credores das recuperandas possam escolher entre as opções de pagamento de seus respectivos créditos, na forma prevista no plano”. 

Recomendações

Após o balanço, a TIM foi elevada a compra pelo Safra, com preço-alvo de R$ 14,00 e teve o ADR elevado para outperform pelo Itaú BBA. No mesmo sentido, a Duratex foi elevada a ’overweight’ pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 12,50.

A Suzano (SUZB3) foi retomada com recomendação de ’compra’ pelo BTG Pactual, com preço-alvo de R$ 26, enquanto o UBS iniciou cobertura para Carrefour Brasil  (CRFB3) com recomendação de venda e preço-alvo de R$ 16. 

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, holding de seguros do Banco do Brasil, e a seguradora espanhola Mapfre confirmaram, em fato relevante ao mercado, a reestruturação societária e operacional das sociedades integrantes do atual Grupo Segurador BB e Mapfre. Com as mudanças, antecipadas pela Coluna do Broadcast na semana passada, será criada uma nova empresa que atuará em menos segmentos, com maior foco em seguro de vida e rural, deixando de fora, por exemplo, as carteiras de seguros de automóveis e grandes riscos.

O novo grupo BB Mapfre vai atuar junto ao canal bancário do Banco do Brasil nas áreas de seguro de vida, prestamista (que garante o pagamento de prestações), vida produtor rural, habitacional, agrícola, penhor rural, residencial, empresarial, massificados e DPVAT. No canal “affinity” (massificado), essas mesmas carteiras também poderão ser exploradas pelo “Futuro Grupo BB e Mapfre, desde que previamente acordado entre a BB Seguridade e a Mapfre”. A exceção, conforme explica a companhia no fato relevante, é quando o canal “affinity” em questão for de uma sociedade coligada do BB, hipótese essa que dispensará a aprovação prévia.

As mudanças ocorrem após seis anos de um casamento entre o BB e a Mapfre, cuja união era prevista para durar no mínimo 20 anos. Insatisfeito com as receitas que obtinha da sociedade, o Banco do Brasil propôs a revisão do negócio no âmbito dos seus esforços de otimizar receitas e melhorar sua rentabilidade na gestão de Paulo Caffarrelli, que assumiu o comando do BB na gestão do presidente Michel Temer. As conversas, conforme noticiou a Coluna do Broadcast no ano passado, perduraram durante quase todo o exercício de 2017.

 
Já a Mapfre vai atuar no canal corretor e “affinity” nos segmentos de seguro de vida, prestamista, agrícola, auto, grandes riscos, residencial, empresarial e DPVAT. Terá ainda, como antecipou o Broadcast, exclusividade para atuar no canal bancário do BB e suas coligadas no segmento de seguro de automóvel e grandes riscos. As condições dessa parceria, de acordo com a BB Seguridade, serão ainda definidas. “A reestruturação da operação de seguros no Grupo Segurador BB e Mapfre está alinhada com a estratégia de simplificação da estrutura de governança e gestão das participações adotada pela BB Seguridade”, destaca a holding, em fato relevante.

A companhia acrescenta ainda que essa estratégia tem por objetivo aumentar a ênfase na comercialização de produtos de seguro no canal bancário, buscando aperfeiçoar os serviços prestados aos clientes do BB bem como a maximização na geração de valor para seus acionistas. De acordo com a BB Seguridade, a destinação dos recursos que poderão ser eventualmente liberados será posteriormente definida.

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras diz não ter sido notificada sobre ação civil pública contra privatização das distribuidoras, informando ainda que a alienação das distribuidoras segue o previsto na lei. Na véspera, o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia (Sintergia) entrou com uma ação civil pública na 8ª Vara do Distrito Federal para tentar impedir a realização da assembleia da Eletrobras no dia 8 de fevereiro, que vai tratar da venda das distribuidoras deficitárias geridas pela estatal.

Os sindicalista preparam também uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para entrar no Supremo Tribunal Federal (STF), com o mesmo objetivo, informou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor do Sintergia-RJ Emanuel Mendes. Segundo ele, as distribuidoras devem permanecer com a Eletrobras porque não é justo a empresa ter que aportar R$ 11 bilhões para poder viabilizar a venda das seis companhias.

MRV (MRVE3)

O Conselho da MRV deu aval para a captação da Prime de até R$ 340 milhões. O Conselho aprovou a outorga de garantias reais à possível captação de recursos pela Prime no mercado local ou internacional com coordenação de empresas do grupo Itaú Unibanco, segundo comunicado ao mercado. A aprovação da garantia vale por um ano. A captação pode ser mediante, mas não está limitada a, emissão de debêntures, notas promissórias ou outros títulos de dívida.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.