Bradesco anuncia novo presidente; Credit rebaixa três construtoras, Ibama acusa Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (5)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a escolha do novo presidente do Bradesco, Octavio Lazari, além de recomendações do Credit Suisse e a acusação do Ibama contra a Petrobras. Veja este e outros destaques:

Bradesco (BBDC3;BBDC4)

O Bradesco aprovou a indicação de Octavio de Lazari Junior para assumir a presidência da diretoria executiva do Bradesco. O atual presidente, Luiz Carlos Trabuco Cappi, permanecerá na presidência do Conselho e cumprirá o seu atual mandato de presidente da diretoria executiva até a primeira reunião do Conselho a ser realizada após a próxima Assembleia Geral Ordinária prevista para 12 de março de 2018. 

“A indicação de Octavio está respaldada por um processo formal de sucessão e nomeação e devidamente avalizada pelo Comitê de Sucessão e Nomeação da Organização Bradesco, cujo nome será referendado na reunião do Conselho citada acima. Seus méritos pessoais são reconhecidos entre seus companheiros e merecerá deles toda distinção, mantendo-se a linha de continuidade e renovação, o que será fundamental para assegurar a posição de destaque que o Banco detém nos cenários financeiros nacional e internacional”.

Com 54 anos, atualmente é diretor executivo vice-presidente do Bradesco, além de Diretor-Presidente do Grupo Bradesco Seguros, onde permanecerá exercendo essa função.

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Petrobras (PETR3;PETR4)

O Ibama está acusando a Petrobras de fraude ambiental, informa o jornal O Globo. Segundo informa a publicação citando parecer técnico do Ibama, a estatal forneceu dados falsos para análise de contaminação de águas, fraudando o real impacto ambiental da atividade de exploração marítima de petróleo.

A Petrobras disse a O Globo que usa o mesmo método de medição do teor de óleo e graxa na água desde 1986 e que em 2015 o Ibama mudou seu entendimento sobre como as análises devem ser feitas . O jornal diz também que a estatal negocia há 6 meses um termo de compromisso com o órgão ambiental para se adequar às novas regras. O documento deve ser assinado nas próximas semanas, diz O Globo.

Em entrevista ao jornal Solange Guedes, diretora executiva de Exploração e Produção da estatal, disse que fará transição do método utilizado hoje para o apontado pelo Ibama, mais rigoroso. A Petrobras e o Ibama estão negociando um termo de compromisso que considera a migração para um outro método de medição do teor de óleo e graxa (TOG) dos efluentes das plataformas marítimas; cia. já chegou a um entendimento com o Ibama, segundo nota da assessoria de imprensa da empresa em resposta a pedido de comentários da Bloomberg News.

A assessoria disse ainda que envia dados fidedignos e verdadeiros regularmente ao Ibama, atende à legislação aplicável e que todas as plataformas de produção da empresa estão devidamente licenciadas pelo órgão ambiental. 

Ainda no noticiário da companhia, a Petrobras elevou o preço da gasolina em 0,5%, diesel em 0,6%, com cotações válidas a partir de terça-feira (6).

Vale (VALE3)

A Vale informa que divulgará o relatório de desempenho financeiro referente ao quarto trimestre de 2017 no dia 27 de fevereiro após o fechamento dos mercados. A mineradora divulgará o relatório de produção do quarto trimestre no dia 16 de fevereiro de 2018, sexta-feira, antes da abertura dos mercados.

No dia 28 de fevereiro será realizada uma teleconferência às 11h. Os detalhes sobre a conferência telefônica/webcast serão anunciados posteriormente.

Papel e celulose

Segundo o Valor Econômico, após o anúncio da Fibria (FIBR3) de aumentar o preço para a celulose de fibra curta nos três mercados mundiais de referência para fevereiro, a Suzano Papel e Celulose e a Eldorado Brasil também reajustaram os valores válidos para a matéria-prima a partir deste mês. A Suzano (SUZB5) elevou em US$ 30 por tonelada as cotações de referência na Europa e na América do Norte, mas não vai aplicar reajustes na Ásia. Com isso, o preço praticado pela companhia no mercado europeu subiu a US$ 1.030 por tonelada e a US$ 1.220 por tonelada no mercado americano. 

Oi (OIBR3;OIBR4)

Na última sexta-feira, a Oi informou que que não realizará a assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 7 de fevereiro, convocada pela Bratel, veículo de investimentos da Pharol (ex- Portugal Telecom). A Oi justificou que a ordem do dia contraria a decisão judicial que homologou seu plano de recuperação judicial. Segundo o Valor, em resposta,  a Pharol reafirmou que realizará a assembleia e ainda informou que o encontro de acionistas será na sede da Oi, no Leblon (RJ), a partir das 11h.

Construtoras

O Credit Suisse reduziu a recomendação de três construtoras de neutra para underperform (desempenho abaixo da média do mercado). São elas: MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3). O preço-alvo de Tenda foi elevado de R$ 18 para R$ 23, o de MRV foi reduzido de R$ 16 para R$ 14,50 e o de Direcional é de R$ 6,50.  

Os analistas acreditam que existe um descasamento entre o operacional de curto-prazo e de médio-prazo para o setor voltado à baixa-renda. O curto-prazo parece bem encaminhado e os lançamentos da faixa 1,5 devem continuar fortes em ano eleitoral  e garantir um resultado robusto, apontam eles. Já o médio prazo apresenta um desafio maior e, segundo os analistas, o programa deve estabilizar em um patamar 40% abaixo do atual. Enquanto isso, a melhora de governança da Caixa Econômica Federal parece ser positiva para garantir a longevidade do setor, apontam os analistas do banco suíço.

Lista de ações do Itaú BBA

Ainda no radar de recomendações, o Itaú BBA, revisou a “Brazil Buy List” para fevereiro. Azul (AZUL4), Tegma (TGMA3) e Cemig (CMIG4) entraram no portfólio, substituindo Smiles, Randon e Camil, que foram removidas depois de o Itaú BBA apurar ganhos com as duas primeiras e perda na terceira, segundo relatório assinado por Lucas Tambellini, Luiz Cherman e Tiago Binsfeld.

A Azul sinaliza “uma história de crescimento atraente”, com expectativa de bons resultados e de recuperação econômica; o quarto trimestre pode ser um gatilho positivo para as ações. A recomendação é outperform; preço-alvo no fim de 2018 R$ 40. Já a Tegma é, segundo os analistas, a “melhor maneira de se alavancar com a melhora do setor automotivo”; o quarto trimestre deve mostrar números excepcionais devido ao maior número de veículos transportados, aumento na distância média e bom desempenho da divisão de logística integrada. A recomendação é outperform, com preço-alvo no fim de 2018 de R$ 27. A Cemig foi adicionada devido aos altos e atrativos prêmios de risco, com múltiplos baratos e risco positivo de se beneficiar do cenário político em Minas Gerais. A recomendação é outperform, com preço-alvo no fim de 2018 de R$ 14. A carteira agora inclui Azul, Banco do Brasil, BRF, Cemig, Cyrela, Gerdau, MRV, Petrobras, Tegma e TIM.  

Minerva (BEEF3)

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) concedeu, no início da noite de domingo,  liminar pedida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e liberou o navio MV NADA, com 25.197 bovinos da Minerva Foods, para deixar o Porto de Santos (SP) e seguir para a Turquia, destino da carga viva. 

A liminar, assinada pela desembargadora Diva Malerbi, suspende a decisão do juiz federal Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo, que, na sexta-feira (2), vetou a exportação de gado vivo pelo Brasil e proibiu a saída do navio do País. “(…)Verifico presente o periculum in mora reverso à integridade e saúde dos animais, tendo em vista que encontrando-se completamente embarcada a carga viva e impossibilitada a limpeza do navio no porto de Santos, por questões ambientais (para não contaminar a costa brasileira), a permanência no navio aguardando os procedimentos de reversão, que sequer encontram-se programados, provocará maior sofrimento e penoso desgaste aos animais do que o prosseguimento da viagem”, informa a decisão.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que trabalhou nos bastidores para reverter a decisão em primeira instância, comemorou a liminar anunciada logo após ele deixar reunião com o presidente Michel Temer para tratar sobre o impasse. “É isso que eu chamo de segurança jurídica. É o Brasil dando suporte aos negócios e aos que produzem”, disse o ministro ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Já a assessoria da Minerva Foods confirmou que a companhia recebeu a decisão do TRF-3, mas que ainda não sabe informar quando o navio será liberado.

A decisão em primeira instância aumentou a polêmica sobre o embarque de gado vivo pelo porto paulista. Antes da proibição, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) suspendeu, em 12 de janeiro, os embarques como medida preventiva por causa de processo que tramitava no órgão regulador, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No dia 25 de janeiro a Antaq decidiu não haver impedimento ou necessidade de autorização especial para a movimentação de carga viva no porto e os embarques foram retomados.

Outras decisões judiciais impediram o embarque também ao longo da semana passada e a empresa foi multada em R$ 1,4 milhão, pela Prefeitura de Santos, sob a acusação de maltratar os animais. Em nota, antes da decisão da noite deste domingo, a Minerva Foods reafirmou que seu processo de exportação de gado vivo, “segue todos os procedimentos adequados para preservar o bem-estar dos animais durante o transporte, embarque e no decorrer da viagem até o destino”. A companhia informa que a “exportação é uma atividade mundialmente rotineira e, no Brasil, devidamente regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”.

Paralelamente – caso a proibição fosse mantida pela Justiça até os recursos finais – o Ministério da Agricultura elaborava uma operação de desembarque dos animais, o que poderia durar ao menos um mês. O ministério estimava ser necessária a contratação de 60 funcionários localmente, destinar ao menos 860 caminhões para o transporte dos animais, bem como buscar locais para abrigar os bovinos. Outro entrave seria a necessidade de deixar os animais em quarentena, já que se alimentam de feno importado, que pode conter pragas exóticas às pastagens brasileiras. Risco também poderia vir do contato dos bois com funcionários da embarcação. Esses empregados podem participado de operações semelhantes em outros países, o que também traria uma ameaça à sanidade do País.

Se o impasse não fosse resolvido judicialmente, os animais teriam de ser hidratados com uma operação montada para trazer água doce do continente, já que a embarcação não estava em funcionamento e não havia o processamento de dessalinização da água do mar para o consumo interno. Não seria possível também limpar fezes e urina dos animais, o que poderia provocar um forte odor de amônia e aumentar o risco de mortalidade.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.