Santander salta após balanço e puxa bancos; Vale, siderúrgicas e Petrobras “ignoram” commodities e sobem até 3%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (31)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao cenário internacional com menor aversão ao risco e após dois pregões de queda, o Ibovespa retoma um movimento de expressiva alta, embalado ainda por mais um balanço positivo, desta vez do Santander Brasil. O resultado também animou as outras ações do setor bancário que registram um dia de ganhos após a queda na véspera. Banco do Brasil (BBAS3, R$ 39,77, +2,50%), Bradesco (BBDC3, R$ 39,84, +2,15%; BBDC4, R$ 41,39, +2,45%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 52,54, +2,04%) sobem mais de 2%. Enquanto isso, Fibria e Suzano registram baixa após as altas nos últimos pregões. Veja mais destaques:

Petrobras (PETR3, R$ 21,50, +1,51%;PETR4, R$ 19,78, +1,49%) 
Acompanhando o movimento de recuperação nos mercados internacional e doméstico e após a forte queda da véspera, as ações da Petrobras sobem, a despeito da queda do petróleo. O WTI cai 0,60%, a US$ 64,11, enquanto o brent tem baixa de 0,59%. 

No radar da estatal, o CEO da Petrobras Pedro Parente afirmou em evento no Credit Suisse em São Paulo que os atuais preços do petróleo Brent devem ajudar a Petrobras a atingir a meta de alavancagem de 2,5 vezes em 2018. Ele ainda afirmou que a reunião sobre a cessão onerosa acontecerá na primeira semana de fevereiro. 

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Além disso, após anunciar uma queda do preço médio nas refinarias em 2,9% para a gasolina e em 1,3% para o diesel na véspera (válidos para esta quarta), a Petrobras anunciou um novo corte significativo dos preços. Desta vez, de 1,5% na gasolina e de 1,4% no diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite da próxima quinta-feira (1).

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A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho do ano passado. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente.

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Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Cesp (CESP6, R$ 15,50, +0,98%)

A Cesp tem ganhos após marcar a data para uma audiência pública para discutir a privatização da empresa. Ela acontecerá em  19 de fevereiro das 10 às 12 horas e terá a intenção de apresentar e obter subsídios e informações adicionais para o aprimoramento do processo de alienação do controle acionário.

Ultrapar (UGPA3, R$ 80,30, +0,44%)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá iniciar 2018 reprovando ou exigindo a venda de ativos para aprovar fusões apresentadas ao órgão. Estão sendo negociados acordos entre empresas e o conselho em quatro operações, e a tendência é que pelo menos uma delas seja barrada: a compra da Liquigás, da Petrobras, pela Ultragaz. Segundo apurou o Estadão, dois conselheiros tentam viabilizar para aprovar a operação, mas a maioria do conselho estaria contra.

A operação Ultragaz/Liquigás, de R$ 2,8 bilhões, faz parte do plano de desinvestimentos da Petrobrás e une as duas líderes do mercado de GLP. O acordo negociado pela conselheira Cristiane Alkmin prevê o compartilhamento de bases de operação e a venda de marcas secundárias, como Tropigás e Novogás. Uma segunda opção aventada é vender a marca Liquigás.  

No entanto, uma regra da Agência Nacional do Petróleo (ANP) impede que uma empresa use o botijão de outra concorrente – o quepode inviabilizar a venda de marcas, pois isso exigiria a recompra de milhões de botijões pelo País. Seria caro e demorado entregar os botijões com a grafia da empresa vendida para quem comprar uma fatia do negócio.

 Por isso, tanto a relatora quanto outros conselheiros estariam preocupados com a viabilidade de aplicar “remédios” para a operação. “Entendemos que remédios não são factíveis, e o caminho deve ser a reprovação”, disse o advogado Ricardo Lara Gailard, representante da Copagaz, concorrente que se pronunciou no processo.

Santander Brasil  (SANB11, R$ 37,13, +4,15%) 

O Santander Brasil salta após divulgar seu resultado do quarto trimestre e consolidado de 2017 na última terça-feira. O banco apontou lucro societário de R$ 2,5 bilhões nos últimos três meses do ano, alta de 66,5% na base de comparação anual, e acima das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 2,36 bilhões. 

Já o lucro gerencial, ou recorrente, foi de R$ 2,752 bilhões no quarto trimestre, 38,4% maior ante os R$ 1,989 bilhão na base anual. No ano, o lucro gerencial alcançou R$ 9,95 bilhões, alta de 35,6% e o maior da história da instituição no País.

“Em 2017 alcançamos resultados historicamente destacados, refletindo uma dinâmica de forte aceleração comercial, velocidade das inovações e serviços”, disse o banco em comunicado.

Ao final de dezembro, a carteira de crédito ampliada do Santander somava R$ 347,907 bilhões, alta de 3,4% ante setembro, de R$ 336,409 bilhões. Em um ano, quando a cifra era de R$ 322,783 bilhões, foi visto crescimento de 7,8%.

Os ativos totais do Santander Brasil alcançaram R$ 683,732 bilhões no quarto trimestre, montante 1% maior que o visto no trimestre anterior. Em um ano, porém, foi vista queda de 2,6%. Já o seu patrimônio líquido atingiu R$ 58,869 bilhões no fim de dezembro, com recuo de 4,4% em relação a setembro, mas elevação de 5,9% em 12 meses. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) do banco, ajustado pelo ágio, foi a 18,3%, acima dos 17,1%, registrados no terceiro trimestre.

Os analistas do Bank of America Merrill Lynch destacaram que o resultado foi acima da expectativa e que a gestão da instituição está fazendo um excelente trabalho para melhorar a lucratividade do banco e ganhar participação no mercado, destacando o aumento da margem financeira e com uma forte geração de receita, além do ROE se expandindo pelo novo trimestre seguido. Contudo, a recomendação do BofA para o banco segue neutra em meio ao valuation.

Gol (GOLL4, R$ 18,04, +2,05%)

A Gol precificou uma emissão adicional de US$ 150 milhões em Senior Notes com vencimento em 2025, e remuneração de 7% ao ano. A expectativa da companhia aérea é encerrar a emissão no dia 2 de fevereiro.

As novas notas foram somadas a uma outra emissão realizada em 11 de dezembro de 2017 de US$ 500 milhões, o que aumenta o valor captado para US$ 650 milhões.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 20,35, +1,24%)

O conselho de administração da BR Distribuidora aprovou a eleição de Alípio Ferreira Pinto Júnior como diretor executivo de operações e logística. O mandato  vai de fevereiro de 2018 até julho de 2019.

Vale (VALE3;R$ 41,87, +0,96%)

Seguindo o movimento positivo internacional, as ações da Vale sobem apesar da queda de mais de 1% do minério de ferro em Dalian, na China. O movimento é seguido pelas siderúrgicas, com destaque para Usiminas (USIM5, R$ 11,97, +3,37%), destaque de alta do Ibovespa. 

Em destaque para a companhia, o Bradesco BBI chamou a atenção para os principais temas que devem direcionar os resultados da cia no ano, como: ganhos de eficiência (decisão de alocação de capital já dando frutos em 2018), desalavancagem, dividendos e reclassificação dos múltiplos, entre outros fatores. Sobre o preço do minério, os analistas, que seguem com recomendação neutra para o papel devido ao valuation, esperam que o minério se sustente a US$ 70 a tonelada até o final do primeiro trimestre, mas depois deva ceder entre US$ 55 e US$ 60 a tonelada durante o segundo trimestre após o aumento de estoque de siderúrgicas em março.

 

CSN (CSNA3, R$ 11,01, +1,66%)

As ações da CSN sobem seguindo o ânimo do mercado, a despeito das notícias sobre o conflito familiar que pode afetar a empresa. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, os herdeiros da família Steinbruch, dona da CSN, devem dar início a uma longa disputa societária que poderá mudar o desenho acionário de uma das maiores siderúrgicas do País. A briga se dá na Vicunha, que controla a CSN e outros negócios da família. Os irmãos Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch – representados pela holding Rio Purus – entraram em rota de colisão com os primos Clarice e Léo Steinbruch, da CFL Participações. 

Benjamin Steinbruch, com o apoio dos irmãos, quer destituir os primos do bloco de controle da Vicunha Steel S/A, controladora indireta da CSN, e não estaria mais disposto a reconhecer o acordo de acionistas do grupo, que está em vigor desde 1994. A siderúrgica dos Steinbruch tem como principal acionista a Vicunha Aços, que detém 50,3% do capital votante da CSN. Por sua vez, a Vicunha Aços é 100% controlada pela Vicunha Steel, que tem dois sócios: a Rio Purus, com 60%, e a CFL, com os 40% restantes. Os dois ramos da família são os maiores acionistas da siderúrgica e da Vicunha Têxtil. São donos também de diversos imóveis e do Banco Fibra. Os conflitos entre as duas alas da família, agora escancarados, vêm de longa data.

Foi na assembleia geral extraordinária do dia 9 de janeiro que os Steinbruch se desentenderam de vez. “Benjamin disse não reconhecer mais o acordo de acionistas do grupo e não aceitou as indicações para o conselho feitas por Clarice”, disse Ricardo Tepedino, da Tepedino Advogados, que representa a CFL. “Tentamos um acordo e estamos estudando quais medidas tomaremos para contestar essa posição.”

Na assembleia, a CFL registrou em ata, à qual o Estado teve acesso, que Clarice não renunciou ao cargo, como diz a Rio Purus, e relatou “ato de truculência” da sócia. Procurados pelo jornal, a CSN e a advogada Luciana Ryan, do escritório Mattos Filho, que assessora a Rio Purus, não comentaram. O advogado Luiz Corvo, que assessora os Steinbruch, também não se manifestou.

Gerdau (GGBR4, R$ 14,89, +1,15%)

A Gerdau aprovou a venda de três unidades para Optimus por US$ 92,5 milhões. O acordo envolve a usina produtora de fio-máquina localizada em Beaumont, Texas, e as unidades de processamento Beaumont Wire Products e Carrollton Wire Products.

A transação deve ser fechada até o fim deste ano e está sujeita à autorização dos órgãos reguladores e às condições habituais. Goldman Sachs e Simpson Thacher & Bartlett atuaram como assessores na operação. 

Recomendações

O Santander Brasil teve a recomendação elevada para equal-weight (exposição em linha com a média do mercado) pelo Brasil Plural com o preço-alvo sendo elevado de R$ 31 para R$ 38, enquanto a Klabin (KLBN11, R$ 18,16, +0,44%) foi elevada para neutra pelo Goldman Sachs, com o preço-alvo passando de R$ 14,40 para R$ 18,30. 

Atenção ainda para as recomendações do Itaú BBA. O banco atualizou os números para a Localiza (RENT3, R$ 25,25, +1,81%), mantendo recomendação outperform e rolando o preço-alvo para R$ 28, ante R$ 21,80 de 2017. O preço-alvo da IRB (IRBR3, R$ 37,66, +1,10%) também foi rolado, passando de R$ 38 em 2017 para R$ 41, com a recomendação marketperform se mantendo.

Eletrobras (ELET3, R$ 20,36, +1,80%;ELET6, R$ 23,73, +1,85%)

Em entrevista à Bloomberg, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que a expectativa é de que a Eletrobras seja uma companhia privada no fim do ano. A privatização, apontou,  deve trazer cerca de R$ 12 bilhões ao governo federal e pode ser tão importante quanto privatização das teles na década de 90. 

Burger King (BKBR3, R$ 17,00, +1,19%)

O Cade autorizou a compra de três franqueadoras do Burger King pela BK Brasil, franqueadora da rede de restaurantes no País.  O parecer da Superintendência Geral do Cade apontou que “a simples mudança da estrutura de governança, de uma relação vertical de franchising, para uma integração vertical por meio de distribuição própria, não modificaria definições sobre o preço, produtos ou marca”.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.