Alerta do Nobel: correção no mercado de ações pode chegar a qualquer momento – e sem aviso prévio

Mercados podem virar de repente e não precisam nem mesmo de um motivo, disse Robert Shiller em entrevista à CNBC em Davos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As bolsas americanas seguem renovando recordes este ano (assim como a bolsa brasileira, que atingiu na véspera um novo recorde histórico ao fechar aos 81.675 pontos, mesmo em meio à queda superior a 1% do índice nesta terça). 

Contudo, o economista Robert Shiller, fez um alerta em entrevista à CNBC em Davos, onde acontece o Fórum Econômico Mundial. De acordo com o economista, ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2013 (e que ficou conhecido por ter previsto a crise no setor imobiliário dos EUA), os mercado de ações podem subir mais em 2018. Porém, uma correção do mercado pode chegar a qualquer momento e sem aviso prévio.

“As pessoas perguntam: ‘o que irá desencadear (uma correção de mercado)’? Mas não precisa de um gatilho, é a dinâmica inerente das bolhas que faz com que elas acabem eventualmente “, disse ele.

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Shiller aponta que muitas vezes o “bull market” atual em Wall Street é atribuído à situação nos EUA (sendo que o próximo catalisador será o corte de impostos para as corporações no país de 35% para 21%). 

Porém, Shiller diz que é difícil atribuir a alta totalmente à cena política dos EUA. “Isso não é exclusivo dos EUA de qualquer maneira, por isso é difícil saber qual é a história mundial que está levando os mercados no momento. Acho que é mais sutil do que nós conhecemos “, disse ele. 

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Em setembro de 2017, ele já tinha destacado esse ponto ao dizer que havia algo além da compreensão dele impulsionando o mercado americano. “Não é apenas uma questão de taxas de juros baixas, é algo sobre a atmosfera americana. É em parte a atmosfera de Trump. Os investidores adoram isso. Eu não posso explicar exatamente – talvez tenha algo a ver com possíveis [perspectivas de] cortes nos impostos. Mas eu não acho que é só isso. É algo mais profundo que está empurrando o mercado americano “, afirmou no ano passado.

O professor da Universidade de Yale disse que era difícil definir cientificamente o que poderia desencadear uma correção dos mercados. “Algo será inventado para explicá-lo quando [a correção] acontecer. Se você voltar os olhos para a correção mais famosa, de 1929, não houve (um evento) em que as pessoas olhem para trás e consigam encontrar um motivo. Quando encontram, é um tanto artificial”, disse ele. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.