Rali sem limites: Ibovespa salta 1,7% e fecha acima de 81 mil pontos pela primeira vez

Índice segue quebrando recordes e já acumula ganhos de 6% no mês, enquanto dólar virou para queda durante a tarde e voltou para R$ 3,21

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O bom humor do mercado voltou a impulsionar o Ibovespa nesta quarta-feira (17), que, junto com os índices norte-americanos, voltou a superar sua máxima histórica, atingindo os 81 mil pontos. Por aqui, parte dos ganhos são por conta da alta de mais de 3% das ações da Petrobras, enquanto nos Estados Unidos o Dow Jones caminha para fechar acima de 26 mil pontos pela primeira vez na história.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com ganhos de 1,70%, aos 81.189 pontos, na máxima do dia, acumulando, com isso, valorização de 6,27% no mês e 2,3% desde o corte de rating, na semana passada. O volume financeiro nesta sessão ficou em R$ 9,478 bilhões. Já o dólar comercial, por sua vez, fechou próximo da mínima do dia, com queda de 0,37%, cotado a R$ 3,2170 na venda.

Enquanto isso, os juros futuros tiveram leve alta, anulando os ganhos registrados mais cedo, acompanhando a virada do dólar. Os DIs com vencimento em janeiro de 2019 avançaram 1 ponto-base, para 6,91%, enquanto o contrato para janeiro de 2021 subiu 2 pontos-base, a 8,91%.

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Na ponta positiva, ajudou o índice a bater novas máximas a disparada da Petrobras, que avançou após portaria publicada no Diário Oficial da União determinando a criação de uma comissão interministerial para concluir os termos da revisão de contrato de cessão onerosa firmado entre União e a estatal em 2010.

A comissão terá duração prevista de 60 dias, prorrogáveis por igual período, para negociar com a petrolífera o valor do contrato, volume máximo a ser explorado, prazo de vigência e percentuais mínimos de conteúdo.

No pregão passado, as bolsas dos EUA renovavam máxima até que na última hora do pregão viraram e fecharam em queda com preocupações sobre o risco de “shutdown” do governo dos EUA. Toda a tensão veio do Congresso norte-americano, que precisa aprovar uma lei de gastos até a próxima sexta-feira (19). Caso isso não seja votado, ocorre o chamado “shutdown”, que é a paralisação dos pagamentos da dívida pelo Tesouro, levando a um congelamento dos serviços e atividades governamentais até que o orçamento seja aprovado.

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Destaques de ações
Na ponta positiva, além das ações da Petrobras, também subiram forte os papéis dos bancos e da Vale, que estão entre os ativos com maior participação da carteira teórica do Ibovespa. Já entre as perdas, chamou atenção a Copel, única com queda de mais de 2%.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 SBSP3 SABESP ON 35,89 +5,34 +4,54 79,97M
 CIEL3 CIELO ON 25,50 +4,17 +8,42 150,34M
 PETR4 PETROBRAS PN 18,36 +4,02 +14,04 1,06B
 CSNA3 SID NACIONALON 10,90 +4,01 +30,07 162,86M
 GOAU4 GERDAU MET PN 6,92 +3,75 +19,52 152,61M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CPLE6 COPEL PNB 22,91 -2,22 -8,18 30,29M
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 16,90 -2,20 -3,98 56,59M
 CMIG4 CEMIG PN 6,76 -1,60 -1,60 79,88M
 BRFS3 BRF SA ON 39,17 -1,34 +7,02 104,78M
 SAPR11 SANEPAR UNT N2 55,11 -1,33 -5,47 49,39M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 18,36 +4,02 1,06B 523,18M 60.323 
 VALE3 VALE ON 43,15 +2,01 695,19M 542,76M 36.110 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 46,79 +1,65 447,34M 445,06M 27.904 
 BBAS3 BRASIL ON 35,42 +2,37 424,60M 196,61M 24.141 
 BBDC4 BRADESCO PN 36,89 +2,50 270,78M 235,32M 23.229 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 22,03 +0,59 248,33M 198,54M 20.435 
 GGBR4 GERDAU PN 15,00 +3,73 228,15M 167,95M 24.609 
 BVMF3 B3 ON 24,04 +0,84 213,16M 138,93M 20.081 
 USIM5 USIMINAS PNA 11,15 +1,73 203,53M 157,80M 15.878 
 CSNA3 SID NACIONALON 10,90 +4,01 162,86M 104,16M 19.136 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Ceticismo com Previdência
Rodrigo Maia afirmou ontem que se o governo não conseguir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, a Câmara não votará mais a proposta neste ano. O presidente da Câmara disse que prioriza a agenda da reforma “sem nenhum tipo de otimismo, sem nenhum discurso em que a gente diga que esta é uma matéria que estará resolvida em fevereiro de 2018”.

No mesmo sentido, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que o governo ainda não tem os votos garantidos para aprovar a reforma da Previdência, mas buscou mostrar otimismo: “estamos avançando na conquista de votos, não estamos preocupados no momento com a contagem de votos”, afirmou.

Outra questão que o governo enfrenta é sobre a Caixa. Michel Temer determinou o afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por um período de 15 dias. Em nota, o Planalto informou que esse será o prazo para que eles apresentem defesa das acusações de que são alvo pela Polícia Federal.

Lula e TRF

As atenções também se voltam para o dia 24 de janeiro, quando será julgado o ex-presidente Lula em segunda instância. O desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região), negou pedido do ex-presidente para que ele seja ouvido novamente antes de seu julgamento pela corte de apelação da Operação Lava Jato.

Segundo o desembargador federal, João Pedro Gebran Neto, repetição do ato em 2ª instância exigiria reconhecimento de eventual nulidade do primeiro. A defesa tinha feito pedido alegando violação de garantias fundamentais do ex- presidente.

Ontem, Lula dedicou parte de seu discurso no Rio de Janeiro para atacar o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente da instituição. O ex-presidente disse que Flores é bisneto do coronel que ordenou a invasão de Canudos, na Bahia, no final do século 19, e que culminou na morte de Antônio Conselheiro, líder da comunidade: “esse cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antônio Conselheiro. Talvez ele ache que eu seja cidadão de Canudos”, afirmou o petista.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.