Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado na China e os avanços nas negociações para evitar o “shutdown” nos EUA devem levar a uma nova sessão de otimismo nesta quinta-feira (18) após o Ibovespa superar os 81.000 pontos na véspera. Sobre até onde pode ir o fim do rali do Ibovespa, o gestor da Adam Capital, Marcio Appel, disse ao InfoMoney que “não ficaria surpreso se o Ibovespa dobrar de valor nos próximos 12 meses”. O mais novo fundo da Adam completou 6 meses agora em janeiro com uma rentabilidade acumulada de 242% do CDI (veja a entrevista completa clicando aqui). Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

A quinta-feira é mais uma vez de tom positivo para os mercados mundiais, corroborado pelo dado positivo da economia chinesa, que cresceu 6,9% em 2017, enquanto os analistas aguardavam avanço de 6,7%, o que acaba afastando a hipótese de uma desaceleração forte da economia. Além disso, em dezembro, a produção industrial registrou expansão anual de 6,2%, enquanto o mercado aguardava crescimento de 6%, enquanto as vendas no varejo avançaram 9,4%, aquém dos 10,1% projetados pelos analistas.

O Nikkei caiu 0,44% em Tóquio, a 23.763,37 pontos, em seu segundo pregão negativo seguido, diante de uma leve valorização do iene ante o dólar durante a madrugada. Na primeira metade da sessão, porém, o índice japonês chegou a ultrapassar a barreira dos 24 mil pontos pela primeira vez desde novembro de 1991.

Na Europa, a sessão é de ganhos para a maior parte dos índices, com o mercado acompanhando o rali em Wall Street da véspera, com o Dow Jones encerrando o dia acima da marca dos 26 mil pontos pela primeira vez na história, com a possibilidade de um “shutdown” se dissipando. Na noite de terça-feira, o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, começou a costurar um acordo com republicanos para elevar o teto da dívida dos EUA e manter o financiamento ao governo até 16 de fevereiro. Com a nova medida paliativa, os republicanos ganhariam ainda mais tempo para tentar um acordo em relação à reforma imigratória com os democratas. 

Às 8h07 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro -0,07%

*CAC-40 (França) +0,16%

*FTSE (Reino Unido) -0,28%

*DAX (Alemanha) +0,39% 

*FTSE MIB (Itália) +0,26%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,43% (fechado)

*Xangai (China) +0,91% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,44% (fechado)

*Petróleo WTI 0%, a US$ 63,97 o barril

*Petróleo brent -0,17%, a US$ 69,26 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,42%, a 537 iuanes (nas últimas 24 horas)

Bitcoin US$ 11.367,80 +7,76% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Além dos dados chineses, o mercado fica de olho na agenda dos EUA, com uma bateria de indicadores a ser revelada às 11h30, como o pedido de auxílio-demprego, além de números de novas construções e concessões de alvarás de dezembro e a sondagem industrial da Filadélfia. Às 14h, saem os dados de estoque de petróleo semanal, com expectativa por uma nova queda.

Por aqui, expectativa pela divulgação pelos dados de arrecadação do governo de dezembro, com expectativa de atingir R$ 138,8 bilhões no mês passado. Já nesta quinta-feira, foi divulgada a segunda prévia do IGP-M de janeiro, que ficou em 0,82% ante expectativa de 0,75%. 

3. Problemas com a Caixa

O afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por suspeita de corrupção e irregularidades segue gerando repercussão. De acordo com o Estadão, esse afastamento pode inviabilizar o socorro de R$ 15 bilhões ao banco estatal com recursos do FGTS. A equipe econômica terá de enfrentar, no entanto, a pressão da ala política do governo, que defende o uso do dinheiro dos trabalhadores para que o banco reforce a concessão de crédito em ano eleitoral.

Enquanto isso, Michel Temer pode ter conseguido uma blindagem para não se indispor com aliados responsáveis por indicações políticas no banco, destaca o Valor. Com o afastamento temporário por 15 dias dos investigados, a partir de amanhã, passa a ser do Conselho de Administração do banco a responsabilidade pela indicação e avaliação dos executivos, o que livraria Temer do encargo político.

4. Julgamento de Lula

A proximidade do julgamento em segunda instância do ex-presidente Lula, na próxima quarta-feira (24), também segue no radar dos mercados. Hoje a coluna Painel informa que, segundo a previsão do juiz João Pedro Gebran Neto, relator do caso do ex-presidente Lula no TRF-4, o julgamento, que começará às 8h30, deve terminar por volta das 15h00. Após isso, serão duas horas de sustentação oral do Ministério Público e dos sete advogados inscritos –cada um terá direito a 15 minutos e só depois os três desembargadores votam.

O Estadão informa que o Palácio do Planalto vai condicionar a manutenção dos partidos no comando de ministérios ao apoio a um candidato que tenha aval do governo para a disputa à Presidência e seja uma espécie de anti-Lula. A estratégia de Michel Temer é aproveitar a reforma ministerial, em março, para construir ampla aliança de centro. O plano está sendo desenhado para conquistar mais da metade do horário eleitoral na TV e isolar o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

5. Noticiário corporativo

Em destaque, o governo deve iniciar esforços para antecipar o envio do Projeto de Lei que trata da modelagem da privatização da Eletrobras, segundo o Valor, que também informa que a CCR é nome certo para a disputa por 2 linhas de metrô de São Paulo amanhã na B3.

Atenção ainda para as prévias operacionais: a Cyrela informou que seus lançamentos caíram 0,4% no quarto trimestre, para R$ 1,27 bilhão, enquanto as vendas líquidas da Eztec somaram R$ 99 milhões no mesmo período. Por fim, a JBS vendeu a operação de confinamento da Five Rivers no Canadá para a Pinnacle Asset por US$ 200 milhões.

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.