Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Esta quarta-feira (17) marca uma sessão de maior cautela nos mercados externos, que oscilam entre leves perdas e ganhos após o arrefecimento dos ganhos em Wall Street na sessão passada por conta do risco de “shutdown”. Por aqui, apesar da ofensiva de Michel Temer, o ceticismo ganhou espaço na reforma da Previdência. Em dia de agenda fraca de indicadores por aqui, os EUA estão no foco, na expectativa pela divulgação do Livro Bege. Confira os destaques da sessão:  

1. Bolsas mundiais

A sessão é de leves quedas para as bolsas europeias, que são pressionadas principalmente pelos últimos balanços divulgados, com números como das empresas Pearson e Burberry decepcionando o mercado. Na França, o conglomerado varejista Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar, divulgou mais cedo queda anual de 0,3% nas vendas do quarto trimestre de 2017 e os papéis estão entre os destaques de baixa da bolsa de Paris.

Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com algumas delas seguindo o tom negativo dos mercados acionários dos EUA, que ontem registraram perdas em meio ao risco de “shutdown” do governo. Toda a tensão veio do Congresso norte-americano, que precisa aprovar uma lei de gastos até a próxima sexta-feira (19). Caso isso não seja votado, ocorre o chamado “shutdown” do governo, que é a paralisação dos pagamentos da dívida pelo Tesouro, levando a um congelamento dos serviços e atividades governamentais até que o orçamento seja aprovado. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,35% após renovar máxima em 26 anos na sessão anterior, também em meio a preocupações com o Banco do Japão inicie o processo de retirada de estímulos na reunião da próxima semana.

No mercado de commodities, o petróleo recua à espera de dados dos EUA e Opep, enquanto a maioria dos metais em Londres registra leve baixa com receios sobre demanda chinesa, o que acabou implicando na queda dos contratos de minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian. 

Às 8h20 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro +0,43%

*CAC-40 (França) -0,22%

*FTSE (Reino Unido) -0,27%

*DAX (Alemanha) -0,23% 

*FTSE MIB (Itália) -0,03%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,25% (fechado)

*Xangai (China) +0,26% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,35% (fechado)

*Petróleo WTI -0,28%, a US$ 63,55 o barril

*Petróleo brent -0,45%, a US$ 68,84 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,84%, a 531,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

Bitcoin US$ 10.333,80 -13,87% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores

Nos EUA, às 12h15, serão divulgados o resultado da produção industrial de dezembro, enquanto o Livro Bege, com as expectativas econômicas dos membros do Fed em sua reunião, marcado para 17h00. A expectativa é que ambas as divulgações mantenham o tom positivo sobre o crescimento econômico. Na madruga de quarta-feira para quinta-feira (18), teremos o PIB (Produto Interno Bruto) da China referente ao quatro trimestre, além das vendas do varejo e produção industrial, ambos dados de dezembro.

3. Ceticismo com Previdência

Rodrigo Maia afirmou ontem que se o governo não conseguir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, a Câmara não votará mais a proposta neste ano. O presidente da Câmara disse que prioriza a agenda da reforma “sem nenhum tipo de otimismo, sem nenhum discurso em que a gente diga que esta é uma matéria que estará resolvida em fevereiro de 2018”.

No mesmo sentido, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que o governo ainda não tem os votos garantidos para aprovar a reforma da Previdência, mas buscou mostrar otimismo: “estamos avançando na conquista de votos, não estamos preocupados no momento com a contagem de votos. A chegada dos parlamentares [em Brasília] em grande número deve acontecer ao fim do recesso e nesse momento nós efetuaremos uma contagem mais efetiva. Eu posso garantir que vivemos hoje um momento muito melhor do que vivíamos antes do recesso parlamentar”, afirmou.

Outra questão que o governo enfrenta é sobre a Caixa.Michel Temer determinou o afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por um período de 15 dias. Em nota, o Planalto informou que esse será o prazo para que eles apresentem defesa das acusações de que são alvo pela Polícia Federal.

4. Lula e TRF

As atenções também se voltam para o dia 24 de janeiro, quando será julgado o ex-presidente Lula em segunda instância. O desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região), negou pedido do ex-presidente para que ele seja ouvido novamente antes de seu julgamento pela corte de apelação da Operação Lava Jato. Segundo o desembargador federal, João Pedro Gebran Neto, repetição do ato em 2ª instância exigiria reconhecimento de eventual nulidade do primeiro. A defesa tinha feito pedido alegando violação de garantias fundamentais do ex- presidente.

Ontem, Lula dedicou parte de seu discurso no Rio de Janeiro para atacar o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente da instituição. O ex-presidente disse que Flores é bisneto do coronel que ordenou a invasão de Canudos, na Bahia, no final do século 19, e que culminou na morte de Antônio Conselheiro, líder da comunidade: “esse cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antônio Conselheiro. Talvez ele ache que eu seja cidadão de Canudos”, afirmou o petista.

5. Noticiário corporativo

Pedro Parente, presidente da Petrobras, afirmou que o governo deve baixar uma portaria para determinar o prazo para o fim do debate sobre a cessão onerosa. O Carrefour Brasil divulgou prévia operacional referente ao quatro trimestre, período em que as vendas brutas somaram R$ 13,6 bilhões, uma alta de 5,3% ante o mesmo período do ano passado. Já a MRV informou que seus lançamentos somaram R$ 1,671 bilhão em VGV (Valor Geral de Vendas) entre outubro e dezembro, alta de 56% em relação ao mesmo período do ano passdo, enquanto a Coluna do Broad informa que o BB Seguridade fez proposta pelo balcão de seguros da Caixa. 

Já no radar de recomendações, a Brasil Plural elevou Lojas Renner para ‘overweight’ e Restoque para ”equal-weight”, enquanto Hypermarcas foi rebaixada a ”equal-weight”. A SulAmerica foi rebaixada para ‘neutro’ e a Porto Seguro para ‘venda’ pelo BTG Pactual, enquanto a Braskem foi iniciada como ’outperform’ por Safra. Por fim, a CSN teve ADR elevado para “neutro” pelo JPMorgan.

(Com Agência Brasil e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.