A “má” notícia nos EUA que fez o Ibovespa fechar na máxima do dia e o dólar cair para R$ 3,21

Índice ganhou força após os EUA registrarem deflação ao produtor, o que também derrubou o dólar

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa consolidou seu movimento da alta na tarde desta quinta-feira (11), após o índice de inflação ao produtor dos Estados Unidos (PPI) apontar deflação de 0,1% em dezembro, contra expectativa dos analistas de avanço de 0,2%, o que dá espaço para o Fed seguir com sua política monetária expansionista. Além do dado, a nova máxima do petróleo desde 2014 também ajudou no humor do mercado, puxando o dólar para suas mínimas em dois meses contra o real.  

A notícia deu um grande ânimo ao mercado, com o Ibovespa subindo 1,49%, aos 79.365 pontos, voltando a se aproximar da máxima histórica de fechamento, de 79.378 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 8,501 bilhões. Enquanto isso, o fraco dado americano também pesou no dólar, que caiu 0,30% e fechou cotado a R$ 3,2185 na venda, menor patamar desde 28 de novembro.

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O índice de inflação ao produtor norte-americano registrou deflação de 0,1% na passagem de novembro para dezembro, enquanto o mercado projetava avanço de 0,2% no último mês de 2017. Com o resultado bem abaixo do esperado, os investidores elevam as apostas de que o Fed seguirá com sua política monetária expansionista, já que a deflação revela que a economia ainda mostra sinais de ociosidade, assim como reduz a probabilidade de aumento da taxa de juros este ano. Vale lembrar que o mercado precifica 3 elevações em 2018.

Já por aqui, a primeira prévia do IGP-M de janeiro surpreendeu para cima ao apontar avanço de 0,75%, enquanto esperava-se 0,65%. Com isso, os juros futuros seguem com seu movimento de alta da véspera por conta do avanço do IPCA em dezembro, com os investidores reduzindo as apostas para um possível corte do Copom em março. Neste momento, os contratos com vencimento em janeiro de 2019 avançavam 3 pontos-base, cotados a 6,89%.

Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações do setor siderúrgico, que subiram até 8% após relatório otimista do BTG, reforçando a compra dos papéis, enquanto Fleury (FLRY3) recuou corrigindo parte dos ganhos auferidos nas últimas semanas de dezembro.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GGBR4 GERDAU PN 14,97 +8,16 +20,92 250,81M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,85 +5,85 +29,47 157,68M
 USIM5 USIMINAS PNA 10,80 +5,37 +18,68 255,65M
 GOAU4 GERDAU MET PN 6,68 +5,03 +15,37 162,67M
 CYRE3 CYRELA REALTON 13,95 +3,95 +5,52 64,98M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 17,78 -3,63 -3,37 446,63M
 FLRY3 FLEURY ON EJ 27,58 -2,02 -6,44 42,61M
 LAME4 LOJAS AMERICPN EJ 15,71 -1,81 -7,43 98,04M
 EGIE3 ENGIE BRASILON 34,92 -0,99 -1,66 36,26M
 TAEE11 TAESA UNT N2 20,33 -0,73 -4,73 23,42M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 17,25 +2,68 648,20M 499,76M 33.206 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN ED 45,37 +2,09 456,57M 546,66M 21.899 
 KROT3 KROTON ON 17,78 -3,63 446,63M 140,22M 36.108 
 VALE3 VALE ON 43,30 +1,95 438,88M 587,32M 19.553 
 BBAS3 BRASIL ON 34,05 +2,28 327,37M 213,89M 15.340 
 USIM5 USIMINAS PNA 10,80 +5,37 255,65M 130,16M 22.746 
 GGBR4 GERDAU PN 14,97 +8,16 250,81M 143,49M 27.289 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 35,50 +2,01 225,56M 276,47M 17.790 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 21,85 +1,16 188,03M 249,03M 17.596 
 RAIL3 RUMO S.A. ON 12,58 +2,11 183,95M 82,15M 9.560 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Temer no Estadão
Em entrevista ao Estadão publicada nesta quinta-feira, Michel Temer afirmou que prefere a permanência de Henrique Meirelles na Fazenda ao invês de sua saída do cargo para disputar a presidência, mas não deixou de elogiar o ministro, que seria “um grande presidente”. Para Temer, Rodrigo Maia tende a disputar a reeleição como presidente da Câmara em vez de se lançar candidato ao Planalto, enquanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), preenche os requisitos de “segurança e serenidade” que serão buscados pelos eleitores em outubro.

O mesmo jornal informa que, animados com os últimos resultados na economia, interlocutores de Michel Temer apostam agora em um aumento na popularidade do presidente, ao passo que esperam que o índice volte aos dois dígitos na pesquisa de março. 

Movimentações para 2018

Enquanto Temer sinaliza suas “preferências”, as movimentações para definir quem serão os candidatos continuam. Segundo informa o jornal O Globo, Meirelles decidiu não reagir aos ataques feitos por Maia, que partiu abertamente para a disputa pelo posto de principal candidato da base governista. Segundo interlocutores do ministro, o presidente da Câmara está adotando como estratégia política buscar um adversário e chamá-lo para brigar – por isso, a melhor forma de agir é não alimentar essa tática.

Enquanto isso, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), afirmou que a candidatura de Maia pode ser lançada já no dia 28 de fevereiro, logo após a votação da reforma da Previdência. Segundo Efraim, a data não está totalmente definida ainda, mas a convenção é o momento mais provável: “a candidatura é uma realidade. O momento ainda não está totalmente definido, mas a convenção é o local ideal, com todo partido reunido. A pré-candidatura está na rua já”, disse.

Por fim, em sua conta no Facebook, o apresentador Luciano Huck negou mais uma vez que seja candidato após a sua ida ao Domingão do Faustão recolocar à tona essa possibilidade: “como já me posicionei anteriormente, não sou candidato a nada”, disse o apresentador.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.