Acidente na Petrobras, professor de Cambridge defende Brasil no controle da Embraer, CSN pode se desfazer de Usiminas e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (9)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a notícia de que a CSN pode vender a fatia que detém na Usiminas, Vale concluindo venda de ativos, além de dados da Gol e da CVC. Confira os destaques:

Embraer (EMBR3)

Em entrevista ao Estadão, o professor da Universidade de Cambridge  Ha-Joon Chang, que se tornou famoso globalmente por seu livro Chutando a Escada, em que defende que países ricos já adotaram medidas protecionistas e agora tentam impedir os emergentes de fazerem o mesmo, defende que o Brasil mantenha o controle da Embraer. Chang diz que o Brasil perderá capacidade tecnológica se a Embraer for vendida para a Boeing e vê falhas no modelo de protecionismo que já foi adotado no País por não ter implementado garantias de aumento de produtividade. 

CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5)

De acordo com a Coluna do Broad, do Estadão, a venda da fatia detida pela CSN na Usiminas tem chances de, enfim, ocorrer. Os bancos de investimento – Bank of America Merril Lynch e Morgan Stanley são os mais “vocais” nesse processo – estão sondando investidores para destravar esse negócio até o fim desta semana, em uma venda de um “block trade”, ou seja, em um leilão agendado na B3.

Quer investir melhor seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos 

A CSN possui cerca de 14% das ações com direito a voto de sua concorrente mineira e 20% dos papéis preferenciais, que foram adquiridos em bolsa de valores em 2011, quando Steinbruch mirava a compra de uma participação dentro do bloco de controle da Usiminas.

Além de ajudar a sanear a CSN, que está atolada em dívidas, a venda dessa fatia é uma exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que identificou problemas concorrenciais. Na agenda da CSN para esta semana ainda está previsto um acordo com seus principais bancos credores, para alongamento de cerca de R$ 14 bilhões em dívidas. Procurada, a CSN não comentou. 

Gerdau (GGBR4)

Ainda sobre siderúrgicas, o conselho de administração da Gerdau aprovou a recompra de até 10 milhões de ações preferenciais ou recibo de ações (ADRs). Elas representam cerca de 0,96% do total em circulação, de 1,040 bilhão de ações. O prazo para aquisição vai de 9 de janeiro até 9 de abril de 2018 e as operações serão realizadas na B3 e na bolsa de Nova York pelas corretoras do Itaú, Bradesco e Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith.  

Vale (VALE3)

A Vale anunciou na véspera a conclusão da venda da Vale Fertilizantes para a Mosaic, conforme havia anunciado em fato relevante de 2 de janeiro. Na ocasião, a Vale informou que alguns ajustes finais tinham sido realizados nos termos e condições da transação. A Vale decidiu reter participação acionária no terminal portuário Tiplam, no Porto de Santos, da VLI, que anteriormente estava incluída na transação.

 A Vale receberá cerca de US$ 1,15 bilhão mais 34,2 milhões de ações da Mosaic, representando 8,9% do capital total da Mosaic após a emissão de ações. Anteriormente, a transação tinha um valor estimado de US$ 2,5 bilhões, metade em dinheiro e metade em ações. A Mosaic também divulgou nota informando a conclusão da operação. Conforme o comunicado, Luciano Siani Pires, diretor Financeiro da Vale desde 2012, foi eleito membro do conselho de administração da Mosaic.

Em nota, a Vale disse que a transação contribuirá para a redução da dívida da empresa e para a “simplificação do portfólio de ativos”.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras comunicou acidente na P-32 com um ferido. Um técnico de manutenção sofreu queimaduras nas mãos e no pescoço, em consequência de acidente durante manutenção preventiva elétrica do painel de controle de um guindaste da unidade P-32, no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, disse a estatal em comunicado.

Após primeiros socorros a bordo da plataforma, o trabalhador foi encaminhado a um hospital de Macaé, onde permanece em observação médica e passa bem. A companhia acompanha o estado de saúde do técnico e está prestando assistência necessária. Os órgãos de controle foram comunicados e não houve danos ao meio ambiente; a produção da plataforma segue normal. 

Por fim, a Petrobras anunciou a elevação do preço da gasolina em 0,7% e redução do preço do diesel em 0,2%, válido para as refinarias a partir de quarta-feira. 

CVC Brasil (CVCB3)

A CVC registrou um aumento de 12,4% nas reservas no quarto trimestre de 2017 na comparação com o terceiro trimestre, totalizando R$ 2,7 bilhões nos últimos três meses do ano. Em 2017, o montante de reservas foi de R$ 10,2 bilhões. 

Caso seja considerado apenas o segmento de lazer (CVC e Visual), o incremento foi de 12,8% no ano, totalizando R$ 6,3 bilhões. O destaque ficou por conta do corporativo (Rextur Advance + Trend), com reservas confirmadas de R$ 3,3 bilhões, alta de 19,5% em relação ao ano passado. 

De acordo com o BTG Pactual, os números foram positivos e os analistas do banco seguem com visão positiva para o case,  dadas as sinergias a serem capturadas pelas aquisições recentes e um cenário macroeconômico mais benigno em 2018. 

Gol (GOLL4)

A Gol divulgou seus resultados prévios de tráfego referentes a dezembro, ao último trimestre e a todo o ano de 2017. No quarto trimestre, a taxa de ocupação dos voos oferecidos pela companhia aérea fechou em 80,9%, ante 77,6% do mesmo período de 2016. Em dezembro, a taxa ficou em 81%, ante 79% em dezembro do ano anterior, e em 12 meses, o indicador ficou em 79,7%, ante 77,5% em 2016.

No quarto trimestre, a oferta de assentos, representada pela sigla ASK, cresceu 3,5%, enquanto o indicador de demanda (RPK) avançou 7,8% na comparação anual. Em dezembro, a ASK avançou 5,5%, enquanto a RPK subiu 8,2%. Em 2017, a oferta cresceu 0,8%, ante aumento de 3,6% na demanda. O número total de passageiros transportados pela Gol no quarto trimestre cresceu 6,9%. Em dezembro, esse número aumentou 6,3%, e em 2017, ficou praticamente estável (+0,4%).

Entre outubro e dezembro, a melhora na taxa de ocupação foi impulsionada pelo mercado doméstico, com aumento de 3,7 pontos porcentuais, para 81,6%. Em dezembro, o indicador cresceu 1,9 ponto, para 81,4%. Já em todo o ano a ocupação foi de 80,2% nos voos dentro do Brasil, ante 77,9% em 2016.

No mercado local, a demanda cresceu 7,7% no trimestre, ante avanço de 2,8% da oferta. Em dezembro, a RPK subiu 7% ante 4,5% de avanço da ASK. Em 2017, houve aumento de 3,7% da demanda por voos domésticos, ante crescimento de 0,9% da oferta.

Nas rotas internacionais, a taxa de ocupação caiu no quarto trimestre, de 75,6% para 75,1% na comparação anual. Em dezembro, houve aumento de 3,2 pontos, para 77,2%. No ano de 2017, os voos para fora do Brasil fecharam com ocupação de 76%, ante 74,6% em 2016.

Nos últimos três meses do ano passado, a demanda cresceu 8,7% nos voos internacionais, ante avanço de 9,4% da oferta. Em dezembro, os crescimentos foram de 19,3% e 14,5%, respectivamente. Em 2017, a demanda cresceu 2,1%, ante oferta praticamente estável (+0,2%).

Em relação à pontualidade dos voos, a Gol registrou piora no quarto trimestre, passando de 94% para 92,5%. Em 2017, esse indicador ficou praticamente estável em 94,7%. Em dezembro, caiu de 93,8% para 90,6%.

Rumo (RAIL3)

A Rumo confirmou encontro com investidores para emissão de dívida. “A companhia avalia constantemente alternativas de financiamento e existe possibilidade de acessar mercado estrangeiro para emissão de títulos de dívida”, disse a empresa em comunicado ao mercado.

Segundo a empresa, não há definição quanto à realização de emissão, volume, prazo, taxa de juros pretendidos e demais características.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.