Ibovespa Futuro sobe guiado por otimismo externo e à espera pelo Relatório de Emprego nos EUA

Mercado aguarda por mais um dado positivo da economia norte-americana

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em fevereiro registravam alta de 0,49%, aos 79.535 pontos, às 9h26 (horário de Brasília) desta sexta-feira (5), acompanhando o desempenho positivo dos principais mercados internacionais e na expectativa pelo Relatório de Emprego dos EUA. Destaque também para o resultado acima do esperado da produção industrial brasileira em novembro, dando mais um sinal de recuperação da economia.

Confira os destaques do Guia Onde Investir desta sexta-feira:
24 de janeiro se tornou o divisor de águas do mercado, diz Luiz Fernando Figueiredo
Mesmo sem Lula no páreo, eleição de 2018 será arriscada para o mercado, afirma diretor da Eurasia

Quer saber quais são as perspectivas para esse ano? Confira o guia Onde Investir 2018. Para ver o nosso conteúdo completo, clique aqui.

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Marcado para 11h30, o Relatório de Emprego dos EUA deve revelar a criação de 190 mil vagas de trabalho em dezembro, projeta o mercado, uma leve aceleração frente aos 188 mil postos de trabalhos anunciados em novembro. Além disso, espera-se pela manutenção da taxa de desemprego em 4,1% no último mês e uma leve queda para 0,2% com relação ao ganhos médios por hora trabalhada, componente que vem sendo acompanhado de perto pelo mercado por conta da inflação.

Ainda falando sobre economia, vale destacar o resultado surpreendente da indústria brasileira em novembro, ao marcar aceleração de 0,2% na passagem mensal, enquanto os analistas de mercado esperavam por uma queda de 0,1% em relação ao mês de outubro. Frente ao mesmo período do ano passado, a produção industrial acumulou alta de 4,7%.

Mesmo em meio ao cenário de menor aversão ao risco, o dólar futuro com vencimento em janeiro registrava valorização de 0,14%, aos R$ 3,250, refletindo o teste de um importante suporte de curto prazo (veja mais aqui). Ao mesmo tempo, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operavam praticamente estáveis, cotados a 6,77% e 8,88%, respectivamente.

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Bolsas mundiais

As bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta sexta-feira, com algumas delas atingindo os maiores níveis em muitos anos, ainda embaladas pela onda de otimismo com a perspectiva econômica que vem alimentando um rali nos mercados acionários globais nos primeiros pregões de 2018. Nos últimos dias, uma série de indicadores positivos nos EUA, Europa e China reforçou expectativas de que a economia mundial continuará se recuperando de forma sólida este ano. Agradou ontem, particularmente, a criação de 250 mil empregos no setor privado dos EUA em dezembro, número que veio bem acima da projeção do mercado, de 195 mil vagas.

No mercado de commodities, o petróleo tem leve baixa, mas segue próximo de US$ 62 o barril em NY, com o terceiro recuo consecutivo dos estoques nos EUA na última semana de dezembro. Do outro lado, cobre e níquel recuam em Londres, em um processo de realização da alta deste começo de ano com os dados positivos da economia chinesa nesta semana.

Às 9h26, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,30%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,26%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,36%

*CAC-40 (França) +0,87%

*FTSE (Reino Unido) +0,33%

*DAX (Alemanha) +1,07% 

*FTSE MIB (Itália) +0,83%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,25% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,89% (fechado)

*Xangai (China) +0,20% (fechado)

*Petróleo WTI -0,89%, a US$ 61,46 o barril

*Petróleo brent -0,79%, a US$ 67,53 o barril

*Bitcoin +3,60%, a R$ 54.400 (confira a cotação da moeda em tempo real)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,09%, a 538,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

Negociações para Previdência e fiscal em xeque
Segundo o Estadão, o Palácio do Planalto negocia entregar Secretaria de Saneamento ao PR por apoio ao texto da reforma da Previdência que deverá ser votado na Câmara em fevereiro, enquanto aliado do ministro de Comunicações, Gilberto Kassab, pode deixar Correios para ajudar na articulação da reforma, segundo a Folha. 

Apesar da expectativa de melhora da arrecadação federal por conta da recuperação da economia, a área econômica começou a discutir com Rodrigo Maia uma proposta de flexibilização da “regra de ouro”, que impede a emissão de dívida para o pagamento de despesas de custeio caso não cumprida pelo governo, sendo um dos três instrumentos de controle da política fiscal junto com a meta fiscal e o teto de gastos. 

Uma fonte do governo informou que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apoia a medida porque o risco de descumprimento da regra de ouro em 2019 é real. Para 2018, a avaliação é que a situação está mais sob controle com o pagamento antecipado pelo BNDES de R$ 130 bilhões de empréstimos feitos pelo Tesouro Nacional. A regra de ouro proíbe que o governo faça operações de crédito – empréstimos – para bancar despesas correntes, como é o caso de custeio da máquina pública; descumprimento implica crime de responsabilidade do presidente e pode resultar em impeachment.

Já o Valor Econômico destaca os desafios que o governo vê para esse ano. Segundo informa o jornal, a meta fiscal de déficit de R$ 159 bilhões não é vista como problema para este ano, mas o desafio será ficar dentro do teto de gasto. O teto para as despesas deste ano foi fixado em R$ 1,3478 trilhão, o que representa um aumento de apenas 3% em relação ao teto fixado para 2017. O problema é que a despesa obrigatória (com benefícios previdenciários e assistenciais, com educação e saúde, com o seguro desemprego e o abono salarial e com o pagamento de pessoal civil e militar) poderá crescer acima de 7%, segundo projeção do próprio governo. 

Movimentações para as eleições

Os olhos da política também se voltam para as movimentações para o pleito de 2018. A coluna Painel, da Folha de S. Paulo, informa que Jair Bolsonaro (PSC-RJ) (que desistiu do Patriota, segundo o Valor) se encontrará nesta sexta-feira o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), para se filiar à sigla. Apesar da disposição do dirigente em tê-lo nos seus quadros, a ala que tentava renovar o PSL resiste ao deputado. 

A mesma coluna também informa que, depois de anunciar que havia desistido de participar da corrida eleitoral, Luciano Huck jantou com dirigentes do PPS e economistas para discutir cenários da política nacional, mas não tratou da possibilidade de voltar ao páreo pela Presidência.

Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a coluna do Broad, a Usiminas fechou aumento de 18% a 23% com montadoras, o mesmo percentual firmado pela CSN, enquanto a Embraer convocou Assembleia Geral Ordinária no dia 12 de abril de 2018 e o mercado espera que neste dia será discutida a união dos negócios com a Boeing. Já o presidente da Azul, John Rodgerson, disse ao Valor que não cogita mudar o plano de investimento por causa de sua maior acionista individual, a chinesa HNA, que enfrenta dificuldades para pagar alguns compromissos. Por fim, a Cyrela foi elevada a ‘overweight’ por Morgan Stanley

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.