Ibovespa sobe 0,3% e renova máxima histórica no segundo pregão do ano

Mercado acompanha otimismo do mercado externo e boas notícias da economia

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Com alta de 0,3% e máxima em 78.108 pontos, o Ibovespa renovou a máxima histórica cravada em 78.024 pontos às 11h30 (horário de Brasília), acompanhando o bom humor das principais bolsas internacionais e com notícias positivas da economia brasileira, principalmente do lado fiscal. Vale destacar ainda o fluxo estrangeiro, que no último pregão seguiu forte mesmo após a sétima alta consecutiva do índice e aponta que o mercado ainda tem muita lenha para queimar neste começo de ano.

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O mercado segue repercutindo positivamente os dados da economia, como foi o caso da balança comercial, que registrou um saldo recorde de US$ 67 bilhões em 2017, como a perspectiva de que o rombo fiscal de 2017 ficará em R$ 129 bilhões, R$ 30 bilhões menor do que os R$ 159 bilhões previstos pela meta. A melhora do resultado, que será divulgado no fim do mês, se deve à execução do Tesouro e ao aumento da arrecadação de dezembro, segundo aponta a jornalista Miriam Leitão.

Completando o noticiário de perspectivas econômicas, em relatório, o Santander apontou que o consumo tem espaço para crescer mais de 5% em 2018. As taxas de juros mais baixas, retomada do mercado de trabalho e salários vão aumentar a renda disponível das famílias, independentemente das eleições e do progresso da reforma da Previdência, segundo destacou o economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, em relatório.

Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações da Embraer (EMBR3), que sobem após matéria do O Globo apontar que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, poderá permitir a venda da empresa para a Boeing (veja mais aqui). Na ponta negativa, os papéis da Eletrobras (ELET3; ELET6) recuam em vista da notícia do Valor Econômico apontando que os parlamentares podem barrar o plano de privatização da estatal.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON EJ 21,28 +3,70 +6,40 34,67M
 CSNA3 SID NACIONALON 8,93 +2,88 +6,56 32,73M
 VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 24,60 +2,07 +0,53 5,86M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 12,71 +2,01 +3,33 10,08M
 USIM5 USIMINAS PNA 9,78 +1,88 +7,47 40,25M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ENBR3 ENERGIAS BR ON EJ 13,94 -1,83 -0,43 3,05M
 WEGE3 WEG ON 24,74 -1,12 +2,61 6,28M
 FLRY3 FLEURY ON EJ 29,39 -0,67 -0,74 6,52M
 CYRE3 CYRELA REALTON 13,24 -0,60 +0,15 3,43M
 ELET3 ELETROBRAS ON 18,69 -0,53 -3,36 4,50M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Bolsas mundiais
As bolsas europeias operam em sua maioria em território positivo, quando entra em vigor um novo conjunto de regras no setor financeiro da União Europeia intitulada como Diretriz de Mercados de Instrumentos Financeiros (Mifid II, na sigla em inglês). Entre os indicadores econômicos, a taxa de desemprego na Alemanha seguiu em 5,5% em dezembro, em linha com o esperado pelo mercado.

No mercado de commodities, o petróleo oscila pouco e se sustenta acima de US$ 60, em meio aos conflitos no Irã, ao passo que os metais recuam em Londres, mas não prejudicam o desempenho positivo das mineradoras.

Às 11h54, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,24%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,17%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,15%

*CAC-40 (França) +0,50%

*FTSE (Reino Unido) +0,05%

*DAX (Alemanha) +0,54% 

*FTSE MIB (Itália) -0,29%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,15% (fechado)

*Xangai (China) +0,65% (fechado)

*Petróleo WTI +0,73%, a US$ 60,81 o barril

*Petróleo brent +0,63%, a US$ 66,99 o barril

*Bitcoin +7,15%, a R$ 52.485 (confira a cotação da moeda em tempo real)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,74%, a 536 iuanes (nas últimas 24 horas)

Agenda de indicadores
Nesta quarta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Fed às 17h, que deve trazer mais detalhes sobre os futuros planos do Federal Reserve após a alta de juros em dezembro. Antes disso, às 13h, atenção para os dados de gastos com construção de novembro e da indústria de dezembro. Mais tarde, às 23h45, os olhos estarão voltados para o PMI composto e de serviços da China.

Eleições no radar

O ano eleitoral já começou com uma rusga entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável pelo PSDB Geraldo Alckmin. Após FHC afirmar em entrevista ao Estadão na véspera que o governador paulista teria que provar a sua capacidade eleitoral, Alckmin reafirmou sua pré-candidatura. Mesmo que involuntariamente, a fala de FHC deu força a  integrantes do DEM que tentam viabilizar a candidatura de Rodrigo Maia (RJ) e também a partidários de Henrique Meirelles (PSD) e até de João Doria (PSDB), informa a coluna Painel, da Folha.

Inclusive, segundo destaca a coluna, o presidenciável tucano já prepara estratégia para minar o que pode ser o seu grande oponente para conquistar os votos mais à direita: Jair Bolsonaro. Segundo o jornal, tucanos de São Paulo preparam uma extensa agenda com evangélicos para o governador, tendo como um dos principais objetivos minar a influência de Bolsonaro nesse nicho do eleitorado.