Ibovespa Futuro inicia o ano em alta refletindo ADRs e dados positivos na China

Resultado acima do esperado da indústria chinesa impulsiona os mercados

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – No primeiro pregão do ano, os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em fevereiro registravam alta de 0,53%, aos 77.170 pontos, às 9h21 (horário de Brasília) desta terça-feira (2), refletindo o desempenho positivo dos principais ADRs (American Depositary Receipt) na última sexta-feira (29) e os dados surpreendentes da indústria chinesa em dezembro.

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O índice Brazil Titans 20, que reúne os principais ADRs (American Depositary Receipt) de empresas nacionais negociados em Wall Street, fechou o último pregão de 2017 em alta de 0,34%, aos 22.690 pontos, guiado pela valorização dos ativos da Petrobras e dos bancos. Com isso, o índice fechou o último ano com ganhos de 21,05%.

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Além de acompanhar o desempenho dos principais ADRs, o índice é impulsionado pelo resultado acima do esperado da indústria chinesa em dezembro. O PMI (Índice dos Gerente de Compras) elaborado pela Caixin subiu de 50,8 novembro para 51,5 no último mês, enquanto o mercado esperava 50,7 na passagem mensal, com subíndices apontando melhora das encomendas e exportações.

Em meio ao cenário de menor aversão ao risco, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 recuam 3 pontos-base, cotados a 6,85% e 9,02%, respectivamente, refletindo também a entrevista do presidente do BC, Ilan Goldfajn, para a rádio Jovem Pan, quando disse que há possibilidade de seguir cortando os juros sem a aprovação da reforma da Previdência. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em janeiro registrava desvalorização de 1,01%, aos R$ 3,297.

Bolsas mundiais

2018 começa com ações e moedas emergentes em alta no exterior com sentimento positivo após PMI Caixin superar previsões na China. No noticiário geopolítico, a Coreia do Sul propôs hoje que a Coreia do Norte participe de conversas de alto nível na próxima semana, em relação a sua participação nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang 2018.

No mercado de commodities, o petróleo sobe e se mantém acima de US$ 60 com pausa em perfurações nos EUA. O cobre e níquel têm leves altas, enquanto o minério de ferro estende alta.

Às 9h21, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,05%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,11%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,04%

*CAC-40 (França) -0,83%

*FTSE (Reino Unido) -0,44%

*DAX (Alemanha) -0,72% 

*FTSE MIB (Itália) -0,91%

*Hang Seng (Hong Kong) +1,99% (fechado)

*Xangai (China) +1,27% (fechado)

*Nikkei (Japão)  -0,08% (fechado)

*Petróleo WTI -0,18%, a US$ 60,31 o barril

*Petróleo brent -0,27%, a US$ 66,69 o barril

*Bitcoin +0,30%, a R$ 48.940 (confira a cotação da moeda em tempo real)

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +2,55%, a 543,5 iuanes (nas últimas 24 horas)

Agenda de indicadores da semana

Na quarta-feira (3), será apresentado um dos dados mais importantes da semana, a ata do Fomc, que deve trazer mais detalhes sobre os futuros planos do Federal Reserve após a alta de juros em dezembro. A sexta-feira (5) será o dia mais agitado deste começo de ano, com destaque, no Brasil, para os dados de produção industrial e ao Relatório de Emprego nos EUA, com expectativa de criação de 188 mil postos de trabalho em dezembro.

Noticiário político

O ano das eleições presidenciais, que já estão há meses no radar de Brasília e dos mercados, finalmente chegou, com já um grande evento para ser monitorado neste mês: o julgamento em segunda instância do ex-presidente Lula, que pode culminar com o seu impedimento para concorrer à presidência. Enquanto o julgamento não chega, destaque para a notícia da coluna Painel, da Folha, destacando os conselhos de integrantes da executiva nacional do PT a Lula. Segundo eles, o ex-presidente deve se reaproximar do empresariado nacional.

A mesma coluna apontou ainda que, mesmo tendo negado candidatura à presidência, o apresentador de TV Luciano Huck teve uma reunião em dezembro com o diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, quando pediu que seu nome não seja excluído das pesquisas de intenção de voto. O apresentador teria dito que, para o Agora!, movimento do qual participa e que prega renovação política, nenhum nome de centro conseguiu se firmar como opção viável para o Planalto.

Por fim, atenção ainda para a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jornal O Estado de S. Paulo. Segundo ele, o governador Geraldo Alckmin ainda precisa provar ser capaz de aglutinar o centro do espectro político e de “transmitir uma mensagem” aos brasileiros para se viabilizar como candidato do PSDB e de seus aliados ao Palácio do Planalto neste ano. O tucano foi enfático ao defender Alckmin, mas avaliou que, caso ele não cumpra essas tarefas, os tucanos podem apoiar outro nome para evitar a fragmentação do centro, hoje reunido em torno das bandeiras do governo.

Noticiário corporativo

O começo de ano tem como destaques no noticiário corporativo a Petrobras e a Embraer. Sobre a primeira, o Globo aponta que, com a lei para o petróleo, a estatal terá perdão de mais de R$ 20 bilhões, enquanto a Folha aponta que a oferta da Boeing pela Embraer inclui a área militar. Ainda falando sobre estatais, no apagar das luzes de 2017, o presidente Michel Temer assinou MP que dá início à privatização da Eletrobras.

Entre outros destaques, o Estadão aponta que, sob o comando da chinesa State Grid, CPFL prepara investimento bilionário. Já a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirma que a Dynamo planeja sair da BR Malls.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.