PagSeguro registra pedido de IPO na NYSE; Petrobras e mais 9 notícias são destaques

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (27)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os últimos dias do ano apontam para serem mais tranquilos, mas algumas notícias movimentam a cena corporativa, como o pedido do IPO da Pag Seguro na NYSE, as leis sancionadas por Michel Temer na reta final de 2017, entre outros destaques. Confira no que se atentar nesta quarta-feira (27):

IPO… na NYSE

A PagSeguro, sistema de pagamentos de compras que pertence ao UOL, registrou pedido de IPO de US$ 100 milhões na NYSE. O controlador da companhia pretende vender ações ON classe A na oferta, segundo prospecto preliminar registrado nos EUA. As ações da PagSeguro Digital serão listadas na NYSE sob o código “PAGS”.

Os coordenadores da oferta serão: Goldman Sachs, Morgan Stanley, BofA Merrill Lynch, Credit Suisse, Deutsche e JPMorgan. A companhia pretende usar os recursos da oferta para “financiar futiras aquisições seletivas e investmentos em negócios, tecnologias ou produtos que sejam complementares ao nosso negócio”.
“Também pretendemos usar uma parte dos recursos deste oferta para financiar nosso capital de giro”, informou em comunicado. No período entre janeiro e setembro de 2017, a PagSeguro registrou receita total de R$ 1,69 bilhão e lucro líquido de R$ 290,2 milhão, segundo o documento. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras está expandindo sua capacidade de exportação de petróleo no principal porto de Angra dos Reis, à medida que a produção doméstica aumenta, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. O terminal realizou duas operações simultâneas de transferência de petróleo entre embarcações, operação conhecida com “ship-to-ship” em 22 de dezembro. A primeira vez que transferência simultânea foi observada desde que a Bloomberg começou a monitorar carregamento de navios em janeiro de 2015. Cada transferência de “ship-to-ship” compreende 2 navios posicionados um ao lado do outro, sendo um atracado, o outro ancorado
Suezmax João Candido recebeu cerca de 1 mi bbl de Roncador da embarcação Navion Gothenburg e está a caminho do Chile. A VLCC Landbridge Fortune recebeu cerca de 1 milhão de bbl de Lula do navio Brasil 2014 e está navegando para a China. A Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário.

Frigoríficos

O Diário Oficial do México publicou na terça a renovação das cotas de importação de carne de aves para aquele país, informou, em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Assim, a permissão para o México importar carne de outros países que não os Estados Unidos – onde foram detectados, há dois anos, surtos de gripe aviária – foi renovada e estendida para dezembro de 2019.

A resolução do Diário Oficial mexicano descreve que “nessas situações (de risco para ocorrência de surtos de gripe aviária) e para evitar uma escassez deste produto, é conveniente manter abertas as opções de fornecimento externo e, consequentemente, estender a validade da cota para importar carne de frango fresca, refrigerada e congelada, como medida que complementa a produção nacional”.

Conforme o presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, além de confirmar o fluxo de negócios já consolidado entre Brasil e México, a renovação das cotas de importação de carne de frango – em volume superior a 100 mil toneladas – “reforça a parceria estabelecida entre os dois países e confirma a confiança da população mexicana na qualidade da carne de frango brasileira”.

O Brasil figura como o principal país exportador de frango onde não se registrou, até o momento, nenhum surto de gripe aviária, situação que, na expectativa da ABPA, pode ser um importante fator para ampliar em 2018 as vendas externas da proteína.

Taesa (TAEE11)

A operação que consiste na aquisição de fatia na IB SPE Transmissora de Energia Elétrica, controlada pela Apollo 12 Participações, pela Taesa e Empresa Norte de
Transmissão de Energia não precisará ser analisada, segundo o Cade.

Segundo o Conselho, a operação não se enquadra em critério submissão  obrigatória já que as empresas investidas pelos fundos Perfin Apollo 12 FIP-IE e Perfin Apollo Twelve FIP-IE são empresas pré-operacionais e que,  consequentemente, não possuem faturamento. 

Açúcar e álcool

Destaque para uma notícia que pode mexer com as ações do setor de açúcar e álcool. O presidente Michel Temer sancionou com vetos a lei que cria a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), segundo texto publicado no Diário Oficial.

Entre os vetos está o de dispositivo que previa que as metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa observariam “a contribuição dos biocombustíveis para a melhoria da qualidade do ar e da saúde e para a segurança do abastecimento nacional de combustíveis, inclusive seus reflexos positivos na infraestrutura logística e de transporte de combustíveis, na balança comercial, na geração de emprego, de renda e de investimentos”.

“Embora louvável, o estabelecimento de metas deve ser condizente com os objetivos traçados, de forma a minimizar seus efeitos indesejáveis, como impactos inflacionários ou distorções setoriais, além de permitir quantificação objetiva. Assim, a inclusão de parâmetros como balança comercial, infraestrutura logística, dentre outros, pode enviesar a formação das metas, desviando a política de seu objetivo original e conflitando com outros objetivos e setores”, segundo razões para o veto do trecho. Outro veto trata de acesso à base de dados das notas fiscais eletrônicas e à base de dados eletrônica. Em decorrência do sigilo fiscal, não há possibilidade de se assegurar o acesso às bases, diz a justificativa para o veto. 

Vale (VALE3)

Já para o setor de mineração, Michel Temer sancionou com vetos a lei que cria Agência Nacional de Mineração. A agência terá as funções de regulação e fiscalização do setor, em substituição ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que foi extinto, segundo lei sancionada com vetos e publicada no Diário Oficial.

Entre os vetos está um que previa unidades administrativas da agência em todos os estados. É da competência privativa do Presidente da República dispor sobre a organização e funcionamento da administração federal, segundo razões expostas para o veto desse trecho. Há outro veto que daria à ANM a prerrogativa de alterar em caráter temporário ou revogar títulos minerários como procedimento potencial na solução de conflitos.

“Impõe-se o veto do dispositivo por não haver previsão legal a permitir à Agência Nacional de Mineração a alteração ou a revogação de títulos minerários, o que causaria insegurança jurídica”, segundo a justificativa para o veto. 

Natura (NATU3)
Em comunicado enviado ao mercado, a Natura afirmou que estuda a viabilidade de realizar uma captação de recursos por meio de notas a serem emitidas no exterior. A declaração veio em esclarecimento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) após notícia publicada no jornal O Estado de S.Paulo, que afirma que o valor pode chegar a US$ 1 bilhão.

Na nota, a companhia ressalta, porém, que esta eventual nova emissão se encontra em fase preliminar e não há qualquer definição sobre o volume total da emissão, prazo, taxa de juros, ou quaisquer outras definições sobre a estrutura e formas de captação. A Natura explica que avalia a possibilidade de novas captações para o refinanciamento da sua dívida após a aquisição da The Body Shop, feita em setembro.

Cemig (CMIG4)
A Cemig informou ontem que a subsidiária da Andrade Gutierrez, AGC Energia, vendeu a totalidade de sua participação acionária na companhia, o que corresponde a 12,69% do capital social, ou 53.403.756 ações ordinárias.

Eletropaulo (ELPL3)
A Eletropaulo informou que sua diretoria ainda discute com a Eletrobras os termos de um eventual acordo sobre empréstimo tomado da estatal em 1987. Segundo comunicado ao mercado, nenhuma proposta foi submetida ainda para deliberação e aprovação do conselho de administração da companhia.

O acordo se refere a um empréstimo que a Eletropaulo contratou da Eletrobras, quando ela e a Cteep eram uma empresa só. Depois da separação ocorreu uma disputa sobre quem seria responsável pelo passivo, em uma luta que nunca foi resolvida.

Ecorodovias (ECOR3)

A aquisição pela Multilog da totalidade das ações representativas do capital social da Elog, antes pertencentes à Ecorodovias, foi aprovada sem restrições pelo Cade.

Fleury (FLRY3)
A Fleury informou que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio no valor total de R$ 41.407.771,68, o que corresponde ao valor bruto por ação de R$ 0,131540294707668.

A remuneração será paga com base na composição acionária da companhia em 29 de dezembro, com as ações passando a ser negociadas na forma “ex” juros sobre o capital próprio a partir de 02 de janeiro de 2018. O valor será pago em 15 de janeiro.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.