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SÃO PAULO – Entre o “susto” com a S&P e a euforia de Wall Street, contaminada pela aprovação da reforma tributária de Trump e a expectativa de recuperação da economia dos EUA, o Ibovespa disparou nesta quinta-feira (21). Também ajudou o forte movimento das blue chips, destaque para as ações dos bancos, em especial os papéis do Itaú Unibanco, além de Petrobras e a Embraer (EMBR3), que chegou a disparar 40% com a notícia de união de negócios com a Boeing.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 2,41%, aos 75.133 pontos, em seu melhor pregão desde 8 de novembro, quando avançou 2,69%. O volume financeiro ficou em R$ 9,656 bilhões. Já o dólar comercial não seguiu o mesmo otimismo e encerrou o dia com alta de 0,44%, cotado a R$ 3,3090 na venda.
O mercado passou por momentos de stress no final da manhã após notícia da Bloomberg de que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s tomará uma decisão sobre o rating do Brasil até semana que vem. Mesmo assim, o pessimismo foi deixado de lado e o otimismo das bolsas dos EUA tomou conta do mercado brasileiro.
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Segundo informações da Bloomberg, a S&P disse aos integrantes da Fazenda, em reunião realizada ontem, que deve tomar sua decisão sobre o rating soberano brasileiro na próxima semana. De acordo com a fonte da Bloomberg, a S&P disse que não anuncia decisões sobre ratings em ano eleitoral. Contudo, logo depois da notícia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que não foram discutidas alterações no rating brasileiro nas reuniões com as agências de classificação de risco.
Segundo Wagner Parente, diretor superintendente da consultoria Barral M. Jorge, o fato do rebaixamento pode servir para reforçar o discurso dos governista pela aprovação das reformas: “talvez haja um aumento da mobilização do empresariado, inclusive de setores que ainda não se posicionaram”, disse o diretor, que lembra que um rebaixamento tem impacto direto no encarecimento do crédito.
Além das questões envolvendo o rating brasileiro, o mercado digere o Relatório de Trimestral de Inflação, com o BC “cravando” mais um corte da Selic em fevereiro, como ao PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA abaixo do esperado no terceiro trimestre, que sugere que o Fed seguirá com sua política monetária expansionista e reforça a importância do plano de Trump. Destaque também para o IPCA – 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de dezembro, que encerrou o ano abaixo do piso da meta de inflação, três fatores que ajudam manter o otimismo no mercado.
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Inflação em foco
O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,32% para 0,35% na passagem de novembro para dezembro, em linha com o esperado pelo mercado. Com o resultado, o índice acumulado em 12 meses apontou inflação de 2,94%, encerrando o ano abaixo do piso da meta de inflação e comprova o comportamento benigno dos preços neste ano, elevando a probabilidade do IPCA também ficar abaixo de 3%. Além da divulgação do índice de inflação, os investidores digerem o RTI, com as atualizações das projeções econômicas do BC. A autoridade monetária elevou sua expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem de 2,2% para 2,6%, assim como reduziu as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano de 3,2% para 2,8%, abaixo dos 2,9% previstos na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Sobre a Selic, o BC “cravou” um corte da Selic na reunião de fevereiro, lembrando que o mercado trabalha com uma redução de 25 pontos-base, para 6,75% ao ano: “o Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural (…) para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, aponta o documento. Com relação ao IPCA projetado para o ano que vem, a autoridade monetária espera inflação de 4,2%, em linha com o projetado na ata da última reunião do Copom e muito próxima da meta central do governo de 4,5%. “O cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, descreve o BC. PIB dos EUA abaixo do esperado
A terceira (e última) revisão do PIB norte-americano referente ao terceiro trimestre apontou para um crescimento de 3,2%, ligeiramente abaixo da previsão dos analistas de 3,3%, que era o valor referente a segunda revisão. Embora aquém do esperado, esse foi o ritmo mais rápido desde o primeiro trimestre de 2015 e marcou uma aceleração da taxa de 3,1% do segundo trimestre. Com o resultado abaixo do esperado, os deputados republicanos voltaram a destacar a importância da aprovação da reforma tributária de Trump na última quarta-feira (20). A proposta, que deve entrar em vigor em 1º de janeiro do ano que vem, prevê uma redução de 35% para 21% dos impostos pagos por empresas e simplifica as categorias de pagamento de imposto de renda, que diminuem das sete atuais para quatro, sendo a máxima de 37%, resultando em um corte de impostos de até US$ 1,5 trilhão no período de 10 anos. Destaques do mercado
Do lado positivo, o grande destaque ficou para a Embraer, que chegou a saltar 39,48% na máxima do dia com a notícia de que ela está em conversas com a Boeing para a união de negócios das duas empresas. Além da fabricante de aeronaves, chamaram atenção as ações da Eletrobras, que subiram após ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que o projeto de lei que autoriza a privatização da estatal está na reta final de análise, além dos papéis da Embraer. As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram: As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram: As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram: * – Lote de mil ações Candidaturas para 2018 Garantiu, no entanto, que o nome escolhido será de alguém com o compromisso de dar continuidade às reformas: “quem vier a ser candidato terá que defender as reformas e, ao defender as reformas, estará cravado no programa dele o governo Temer”, declarou o peemedebista, que não se vê disputando as eleições de 2018. Vale ainda ressaltar a entrevista do ex-presidente Lula a diversos jornais na manhã da última quarta, que é destaque nesta quinta. Ele afirmou que não quer ser visto como radical. “Eu não vou ser mais radical. Estão dizendo que estou mais radical. Não tenho cara de radical nem o radicalismo fica bem em mim. Estou é mais sabido”, afirmou. Lula pregou um estado forte, afirmando que não pode perder a sua capacidade de ter influência nas decisões econômicas do país. “O Estado não é neutro. O Estado é indutor”.
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
EMBR3
EMBRAER ON
20,20
+22,50
+27,95
341,76M
ELET6
ELETROBRAS PNB
20,95
+5,70
-14,05
26,09M
ELET3
ELETROBRAS ON
18,00
+4,96
-14,76
81,59M
PETR3
PETROBRAS ON
16,65
+4,32
-1,71
98,42M
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN EJ
42,68
+4,10
+30,88
822,53M
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
VIVT4
TELEF BRASILPN
49,75
-1,03
+17,96
108,02M
CIEL3
CIELO ON
23,10
-0,13
+2,51
95,57M
Código
Ativo
Cot R$
Var %
Vol1
Vol 30d1
Neg
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN EJ
42,68
+4,10
822,53M
505,71M
37.307
PETR4
PETROBRAS PN
15,86
+4,07
737,91M
557,60M
37.968
VALE3
VALE ON
39,73
+1,48
464,97M
761,80M
26.400
ABEV3
AMBEV S/A ON EJ
20,97
+1,30
381,14M
294,92M
18.774
BBDC4
BRADESCO PN
33,97
+2,94
342,92M
327,43M
20.724
EMBR3
EMBRAER ON
20,20
+22,50
341,76M
37,88M
15.007
BBAS3
BRASIL ON EJ
31,19
+1,10
266,48M
285,36M
20.030
BVMF3
B3 ON
22,28
+1,32
225,41M
235,72M
28.700
ITSA4
ITAUSA PN
10,95
+3,69
174,61M
159,72M
20.460
BRFS3
BRF SA ON
36,33
+1,59
145,72M
137,88M
11.494
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Em entrevista para a rádio BandNewsFM, o presidente Michel Temer também falou sobre o cenário eleitoral para o ano que vem. Temer afirmou não saber quem será o candidato que terá o apoio do governo, como será a aliança, nem se seu próprio partido, o PMDB, terá candidatura própria.