Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Vitória de Donald Trump no Senado, popularidade de Michel Temer e a nova pesquisa Ipsos mostrando aumento da aprovação do ex-presidente Lula são alguns dos destaques do noticiário desta quarta-feira (20). Confira: 

1. Bolsas mundiais

O Dow Jones Futuro sobe após o Senado norte-americano aprovar o plano de corte de impostos, em uma vitória política de Trump e que pode ajudar a acelerar crescimento, já que estima-se que um corte de impostos de até US$ 1,5 trilhão no período de 10 anos. Agora, o projeto segue para a Câmara e a expectativa também é por sua aprovação.

No mercado de commodities, o petróleo se mantém acima de US$ 57 com sinal de queda maior que o esperado dos estoques nos EUA. O dia também é de ganhos para a maior parte dos metais, enquanto o minério de ferro tem leve queda em Dalian. 

Às 8h22 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,33%

*CAC-40 (França) -0,17%

*FTSE (Reino Unido) -0,11%

*DAX (Alemanha) -0,03% 

*FTSE MIB -0,44%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,07% (fechado)

*Xangai (China) -0,27% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,10% (fechado)

*Petróleo WTI +0,35%, a US$ 57,76 o barril

*Petróleo brent +0,87%, a US$ 63,78 o barril

*Bitcoin US$ 17.319 -6,81% (nas últimas 24 horas) 

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,75%, a 5229 iuanes (nas últimas 24 horas)

2. Agenda de indicadores e redução de compulsório

No Brasil, atenção para a nota de mercado aberto e setor externo a ser divulgada pelo Banco Central às 10h30 e, às 12h30, para o fluxo cambial semanal. O Ministério do Trabalho ainda deverá divulgar os dados do Caged de novembro. Nos EUA, às 13h, haverá a divulgação dos dados de vendas de moradias usadas e às 13h30 para os dados de estoque de petróleo bruto. 

Vale destacar que o Banco Central publicou na véspera a Circular nº 3.867, que reduz as alíquotas dos recolhimentos compulsórios sobre recursos à vista e a prazo. A medida, que faz parte do programa Agenda BC+ e gera um efeito líquido de R$ 6,5 bilhões de recursos depositados, contribuindo para a redução estrutural do volume de depósitos compulsórios.

3. Ibope sobre Temer e pesquisa Ipsos

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgará às 10h00 a pesquisa CNI-Ibope do quarto trimestre, com a avaliação do governo Temer. A pesquisa revela a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do governo federal, mostra o grau de confiança no presidente e a aprovação do governo em nove áreas de atuação, entre elas, saúde, educação, segurança pública e combate à fome e ao desemprego. O levantamento foi feito entre 7 e 10 de dezembro, com 2 mil pessoas em 127 municípios.

Antes disso, na manhã desta quarta-feira foi divulgada a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos, que mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu o ápice de aprovação na série histórica do levantamento. Em dezembro, Lula teve seu sexto mês seguido de melhora na avaliação, chegando a 45% de aprovação. Apesar da parcela da população que o desaprova ser maior, de 54%, ele aparece com a menor taxa de rejeição entre os presidenciáveis. Enquanto isso, outros possíveis candidatos, como Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC) sofreram desgaste na imagem. 

Cabe lembrar que, no próximo mês, Lula terá julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) um recurso apresentado contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão no âmbito da Lava Jato. Caso a condenação seja confirmada, ele pode ser impedido de concorrer novamente à Presidência da República – veja mais sobre a pesquisa clicando aqui. 

4. “Bomba” no PSDB

O jornal Folha de S. Paulo destaca que a revelação da existência do cartel das empreiteiras que tocaram diversas obras milionárias durante os governos tucanos em São Paulo caiu como uma “bomba” no PSDB. Segundo o jornal, caciques tucanos passaram a terça-feira discutindo com aliados os efeitos da notícia sobre as principais candidaturas da legenda, a começar pela provável candidatura do governo de São Paulo Geraldo Alckmin à presidência. 

O caso do cartel, inclusive, acabou levantando uma hipótese adormecida desde o final de novembro: a possibilidade de ressurreição de uma candidatura presidencial de Luciano Huck. O apresentador global anunciou no mês passado que não iria se candidatar, alegando questões pessoais e profissionais, mas pessoas próximas afirmam que essa decisão não seria definitiva. Com o sinal amarelo para Alckmin, membros de partidos do centro voltaram especular o nome de Huck, mas o jornal aponta que tudo ainda é muito especulativo – veja mais clicando aqui. 

Enquanto isso, o Estadão informa que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) vai para o tudo ou nada em busca do apoio de Temer e dos partidos da base na sua eventual candidatura ao Planalto na eleição de 2018. Segundo o jornal, no programa partidário do PSD, que será veiculado amanhã, ele vai dizer que o caminho é pelo centro, se colocando como um nome desse campo, e não pelos extremos. Meirelles também vai elogiar “a coragem” do atual governo de fazer as reformas, se colocar como responsável pelo fim da recessão e atacar a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

Vale destacar ainda as movimentações para a instituição do semipresidencialismo no Brasil. Um ofício encaminhado de maneira informal pelo ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), há 40 dias, foi protocolado por engano como uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para instituir o semipresidencialismo no Brasil.  O texto prevê uma transição para o novo regime caso a emenda constitucional não seja promulgada antes de um novo presidente assumir, em 1º de janeiro de 2019. Caso isso ocorra após a posse, o futuro presidente nomeará como seu auxiliar um ministro-coordenador, escolhido “preferencialmente” dentre os membros do Congresso Nacional. Segundo o Valor Econômico, o texto já foi discutido com Temer, Eunício e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no início de novembro. Temer tem defendido abertamente o debate sobre a proposta. Para ver mais sobre o assunto clique aqui. 

5. Noticiário corporativo

O noticiário corporativo desta quarta-feira é bastante movimentado. O destaque fica para a Oi, cujos credores aprovaram o plano de reestruturação após encontro de 15 horas. Os ajustes finais ao plano incluíram uma proposta para pagar multas devidas à Anatel, o maior credor individual da Oi, em cinco parcelas anuais após um período de carência de 20 anos.

Já a Coluna do Broad informa que, apesar da expectativa quanto ao anúncio de uma nova reestruturação no Banco do Brasil, a reunião do Conselho de Administração realizada nesta segunda-feira terminou apenas com algumas mudanças de cadeiras, enquanto a Cielo informou que suas ADRs (American Depositary Receipts) serão negociadas a partir de 02 de janeiro de 2018 em Nova York. Por fim, no radar de recomendações, a SLC Agricola foi rebaixada a ’neutra’ pelo JPMorgan, enquanto a Locamerica iniciada como ‘compra’ pela Eleven Financial. 

(Com Agência Estado e Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.