Ibovespa Futuro sobe e segue bom humor externo com avanço da reforma de Trump

Alta das commodities também ajuda o mercado nesta segunda-feira

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em fevereiro registravam alta de 1,24%, aos 73.880 pontos, às 9h16 (horário de Brasília) desta segunda-feira (18), seguindo o bom humor do mercado internacional com os avanços da reforma tributária nos EUA e a alta das commodities, em especial do minério de ferro na China. Vale lembrar que hoje teremos o vencimento de opções sobre ações na B3 e será divulgada a segunda prévia da nova composição do Ibovespa, que vigorará entre janeiro e abril de 2018.

Depois da aprovação de projetos distintos na Câmara dos Deputados e no Senado, ambas as Casas agora trabalham para chegar em um texto único para aprovação final. Na noite da última sexta-feira (15), os republicanos divulgaram seu plano final de reforma tributária e Marco Rubio e Bob Corker, dois senadores que se mostravam indecisos na semana passada, declararem que apoiarão o projeto. Com os votos necessários, os republicanos pretendem aprovar a reforma ainda nesta semana, assim como prometido por Donald Trump.

Em vista deste otimismo, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operam em baixa de 2 pontos-base, cotados a 6,93% e 9,25%, respectivamente. No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em janeiro registrava desvalorização de 0,26%, aos 3.289 pontos.

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Bolsas mundiais

Com o otimismo por conta da aprovação da reforma tributária, os mercados europeus sobem nesta segunda-feira, guiados também pela recuperação das commodities. O petróleo tem terceira alta e volta a se aproximar de US$ 58 com redução das sondas de perfuração nos EUA, enquanto os contratos futuros de minério de ferro na China dispararam após o resultado acima do esperado do setor imobiliário.

Os preços de moradias no país subiram 0,4% na passagem de novembro para outubro, enquanto os analistas de mercado esperavam crescimento de 0,3%, revelando um aquecimento inesperado do setor, que utiliza muito a matéria prima para a construção. Na comparação anual, o valor médio cresceu 5,5% em novembro, depois de avançar 5,7% em outubro.

Às 9h16, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,51%

*S&P 500 Futuro (EUA) +0,35%

*Nasdaq Futuro (EUA) +0,61%

*CAC-40 (França) +1,18%

*FTSE (Reino Unido) +0,38%

*DAX (Alemanha) +1,42% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,70% (fechado)

*Xangai (China) +0,07% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,55% (fechado)

*Petróleo WTI +0,82%, a US$ 57,77 o barril

*Petróleo brent +1,04%, a US$ 63,89 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +7,09%, a 536 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin +0,60%, a R$ 69.380 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda de indicadores na semana

Nesta segunda, destaque ficou por contao do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que registrou avanço de 0,29% na passagem de setembro para outubro, enquanto os analistas de mercado esperavam por estabilidade na passagem. O índice é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) oficial. Às 15h, serão revelados os dados semanais da balança comercial, enquanto a Aneel realizará o leilão A-4 de geração de energia às 9h. Além disso, hoje haverá o vencimento de opções sobre ações na B3 e será divulgada a segunda prévia da nova composição do Ibovespa, que vigorará entre janeiro e abril de 2018.

Na quarta-feira (20), o BC divulga a Nota do Setor Externo do mês de novembro, que a GO Associados projeta déficit de US$ 2 bilhões na balança de transações correntes no mês, levando o déficit das contas externas a US$ 10,8 bilhões no acumulado em 12 meses. Já na quinta-feira (21), será apresentado o Relatório Trimestral de Inflação do último trimestre do ano, que deve reforçar o tom da última ata e mostrar que o Copom segue inclinado a reduzir a taxa Selic em 25 pontos-base na primeira reunião do ano que vem entre 6 e 7 de fevereiro. No mesmo dia, o IBGE divulga o IPCA-15 referente ao mês de dezembro, que deve encerrar o ano abaixo do piso da meta de inflação em 3%. Por fim, sem dia definido, o Ministério do Trabalho deve divulgar os dados do Caged referente ao mês de novembro, com expectativa de saldo líquido positivo de 35 mil vagas de emprego formal no mês.

Entre os indicadores no exterior, teremos na quinta-feira o resultado final do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA do terceiro trimestre, que deve confirmar o bom ritmo da atividade no período, com um crescimento anualizado ligeiramente superior a 3,0% ao ano, segundo estimativas da GO Associados.

Luta contra o downgrade

Com a decisão confirmada de adiamento da reforma da Previdência para fevereiro de 2018, a política agora perde força com o Congresso esvaziado e as discussões sendo passadas para o próximo mês. Contudo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já está conversando com as agências de rating para tentar convencê-las sobre a aprovação da reforma da Previdência em 2018 para evitar um downgrade do Brasil.

O ministro tentará mostrar que o fechamento de questão de dois dos maiores partidos, PMDB e PSDB, é um ótimo sinal mesmo que a reforma seja votada em fevereiro. Contudo, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, apesar das tratativas, o ministro da Fazenda recebeu uma sinalização pessimista, uma vez que o ceticismo de que a reforma não passará aumentou com o adiamento da data. Sem ela, os olhos dos analistas se voltaram aos perdões de dívidas e isenções aprovados pelo Congresso nas últimas semanas, que prejudica ainda mais a expectativa para o quadro fiscal e eleva a probabilidade de um rebaixamento.

Em meio a esse cenário de dificuldades para a aprovação (a consultoria política Eurasia, por exemplo, reduziu as chances de aprovação de 40% para 30%), os jornais noticiam pressões por mais concessões na já enxuta reforma da Previdência, para facilitar a aprovação do projeto. O Globo aponta que uma das ideias em estudo é adiar os efeitos da reforma para servidores públicos que ingressaram na carreira até 2003.

Noticiário corporativo

Em destaque no radar corporativo, a Eletrobras prevê investimentos de R$ 19,8 bilhões entre 2018-2022, enquanto a Statoil anunciou a compra de 25% de Roncador da Petrobras por até US$ 2,9 bilhões. O Itaú Unibanco aprovou a recompra de até 28,6 milhões de ações ordinárias e 50 milhões preferenciais até 19 de junho de 2019 e na MMX o conselho nomeou Pedro Borba como presidente, substituindo Ricardo Guimarães. Já no radar de recomenrações, a Kroton foi elevada a ’outperform’ por Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 23.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.