Gestor de US$ 42 bilhões teme bolha nas principais ações do mundo

Companhias como Amazon.com e Alibaba Group Holding estão sobrevalorizadas, segundo Robert Naess, gestor de carteiras na equipe multimercados que administra cerca de US$ 42 bilhões em ações no Nordea Bank, o maior banco da Escandinávia.

Bloomberg

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(Bloomberg) — As maiores empresas do mundo podem esconder os maiores riscos.

O problema é que companhias como Amazon.com e Alibaba Group Holding estão sobrevalorizadas, segundo Robert Naess, gestor de carteiras na equipe multimercados que administra cerca de US$ 42 bilhões em ações no Nordea Bank, o maior banco da Escandinávia.

“Estou um pouco preocupado com o valor dessas empresas tão populares”, afirmou Naess em entrevista realizada em Oslo. “As grandes ações se tornaram mais caras. Há perigo de bolha nelas.”

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Naess e o parceiro Claus Vorm fazem análise quantitativa de milhares de empresas, investem nas que apresentam lucros mais estáveis e evitam ações caras. A estratégia produziu retorno de 10 por cento no Global Stable Equity Fund neste ano. O retorno médio nos últimos cinco anos foi de 12 por cento, superior ao retorno entregue por 75 por cento de seus pares.

Os gestores preferem ações “entediantes”, diferentes das gigantes de tecnologia que lideraram a disparada nas bolsas globais. Os papéis de tecnologia sofreram quedas no final de novembro, quando ocorreu o pior dia até agora para as ações do grupo conhecido como FANG (Facebook, Amazon, Netflix e Google). O papel da Amazon, que avançou 55 por cento neste ano, está com preço 275 vezes maior do que o lucro por ação projetado para 2017. A razão média do MSCI World Index é 18,2 vezes.

“No longo prazo, em 5 a 10 anos, as ações caras, como Amazon, Tencent e Alibaba, vão proporcionar pouco retorno”, disse Naess, que também evita papéis do Facebook. “Tenho certeza que, nos próximos 10 anos, o retorno delas será menor do que o do mercado.”

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O fundo tem ações da Apple e da Alphabet (dona do Google), que, na opinião dele têm preço “razoável”. O fundo também comprou participação na Merck e ampliou apostas em outras empresas de saúde como Amgen, CVS Health Corporation e Walgreens Boots Alliance.

Naess vê potencial de valorização de 12 por cento para as bolsas dos países desenvolvidos nos próximos 12 meses, contanto que as empresas continuem entregando o crescimento esperado para os lucros.

“Parece que 2018 será bom”, ele disse. “Normalmente, eu acho que as estimativas de lucro são exageradas. Mas acredito que as estimativas de lucro podem estar baixas para o ano que vem, dado que os lucros estão tão bons neste ano.”

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: Jonas Cho Walsgard em Oslo, jchowalsgard@bloomberg.net.

Para entrar em contato com a editoria responsável: Jonas Bergman, jbergman@bloomberg.net.

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