Fibria e Suzano disparam até 7%; só 10 das 59 ações do Ibovespa fecham em queda

Confira os principais destaques da Bolsa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO –  Em um dia marcado pela volatilidade, o Ibovespa ganhou força e bateu a máxima na última hora do pregão desta quarta-feira (6) com a confirmação de que o PMDB decidiu fechar questão a favor da reforma da Previdência. Mais cedo, já trazia um certo ânimo ao mercado o tom otimista do vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), sobre os avanços com relação aos votos da reforma.

Em meio ao otimismo, o índice encerrou a sessão com ganhos de 1,0%, a 73.268 pontos, após atingir alta de 1,20%, a 73.418 pontos, na máxima do dia, com apenas 10 das 59 ações no campo negativo. Entre elas, a Vale, que estendeu as perdas de ontem puxada pelo minério de ferro. Do outro lado, Fibria e Suzano lideraram o movimento positivo, com valorização de até 7%.

Confira abaixo os principais destaques de ações desta quarta-feira (6):

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Vale (VALE3, R$ 35,76, -0,72%)
Descoladas do otimismo do mercado interno, as ações da Vale estenderam as perdas de ontem, acompanhando a forte queda do minério de ferro. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dalian caíram 4,04% neste terça-feira, a 523 iuanes.

Seguiram o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 25,62, -0,62%) – holding que detém participação na Vale -, enquanto as siderúrgicas fecharam entre perdas e ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,13, 0,0%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,26, -0,38%), Usiminas (USIM5, R$ 8,85, +2,91%) e CSN (CSNA3, R$ 7,50, +3,31%).

Na coluna InfoTrade desta quarta-feira, do InfoMoney, o analista técnico Rafael Ribeiro indicou que a correção dos papéis da Vale deve se estender até os R$ 34,05 nos próximos dias, tendo como objetivo o fechamento de um gap no gráfico diário. A expectativa só será anulada se a ação superar a máxima do pregão de ontem nos R$ 37,40.

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Além disso, no radar da Vale, a companhia pretende reduzir a dívida líquida para US$ 10 bilhões, de cerca de US$ 21 bi atuais e um pico de quase US$ 28 bi em meados de 2016. A empresa ainda não deu uma indicação específica sobre em quanto tempo pretende alcançar o corte. Segundo estimativa média de cinco analistas pesquisados pela Bloomberg, o objetivo deve ser alcançado no início de 2019.

A Vale está aliviando uma das dívidas mais pesadas da indústria graças a uma recuperação de preços, venda de ativos que não fazem parte do negócio principal e foco em novos depósitos de alta qualidade na Amazônia, no momento em que as fábricas chinesas estão dispostas a pagar um preço maior para minério superior.

Papel e celulose

As ações do setor de papel e celulose – Fibria (FIBR3, R$ 47,87, +6,83%) e Suzano (SUZB5, R$ 18,89, +6,00%) – dispararam nesta sessão, figurando como as maiores altas do Ibovespa, descoladas do câmbio. Nesta sessão, o dólar comercial fechou em leve queda de 0,11%, a R$ 3,2298 na compra e R$ 3,2305 na venda.

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No radar, o diretor presidente da Fibria, Marcelo Castelli, disse que a recuperação no mercado de celulose provavelmente continuará por pelo menos mais alguns anos, liderada pelo aumento da demanda na China e pela falta de novas plantas.  “Os fundamentos para os próximos três anos são muito fortes”, disse Castelli em entrevista na terça-feira na sede da Bloomberg em Nova York.

Em relatório divulgado hoje, os analistas do Bradesco BBI comentam que a Fibria continua como a “top pick” do banco no setor, acreditando que mercado de celulose permanece sólido e vendo pouca possibilidade de queda de preços em 2018. “Considerando nossa estimativa de US$ 700 a tonelada para 2018 (que começa a parecer conservadora) e o dólar a R$ 3,00, estimamos yield de fluxo de caixa livre de 15% para 2018, o que é bastante atrativo especialmente considerando potencial de valorização das nossas estimativas”, apontam.

Ainda no noticiário, vale menção que, no programa “Visão Técnica” da última sexta-feira, o analista Leonardo Dutra, da Rico Investimentos, apontou para uma oportunidade de compra nas ações da Fibria, com entrada no rompimento dos R$ 45,70 e alvo nos R$ 62,00, dando um potencial de valorização de até 36% para a operação. O “stop loss” fica na perda dos R$ 43,30 (veja aqui).

Petrobras (PETR3, R$ 16,00, +0,50%; PETR4, R$ 15,52, +1,37%)
As ações da Petrobras subiram apesar da forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional. A commodity intensificou perdas nesta tarde após dados do DoE (Departamento de Energia, na sigla em inglês) apontarem aumento nos estoques de gasolina de 6,8 milhões de barris nos Estados Unidos, contra expectativa de analistas consultados pela Bloomberg de alta de apenas 2,85 milhões de barris. Já os estoques de petróleo caíram 5,6 milhões de barris, contra projeção de redução de 2,5 milhões de barris.

Em Londres, os contratos futuros petróleo Brent recuavam 2,6%, a US$ 61,22 o barril, enquanto os contratos do WTI, negociados em Nova York, fecharam em queda de 2,88%, a US$ 55,96 o barril.

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No radar, a Petrobras anunciou na terça-feira ajuste para os combustíveis, com queda de 0,10% no preço da gasolina nas refinarias e recuo de 1,40% no preço do diesel, válidos a partir desta quarta-feira. Já na manhã desta quarta, o preço da gasolina foi elevado em 2,1% e o preço do diesel em 0,1%, válidos para quinta-feira.

A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho passado. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores.

Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Recomendações

No radar de recomendações, o Safra iniciou cobertura para duas ações do setor de saneamento, com recomendação neutra para a Sabesp (SBSP3, R$ 32,93, R$ 33,47, +1,27%) e outperform (desempenho acima da média do mercado) para a Sanepar (SAPR11, R$ 52,40, -0,10%).

Já o Santander reduziu a recomendação para a B3 para manutenção, com preço-alvo de R$ 25, enquanto a Porto Seguro foi reduzida a underperform (desempenho abaixo da média do mercado), com o preço-alvo sendo elevado de R$ 30 para R$ 34,00.

Oi (OIBR4, R$ 3,90, -0,51%)

Os desentendimentos entre acionistas e credores da Oi em torno do plano de reestruturação para a companhia estão afastando potenciais investidores interessados em fazer um aporte na tele. Segundo o Estadão,  a China Telecom desistiu, por ora, de fazer uma oferta pela operadora. Prefere esperar que os envolvidos cheguem a um consenso sobre como recuperar a empresa.

Fontes próximas ao governo ouvidas pelo jornal já não contam mais com uma possível injeção de dinheiro novo antes de um acordo entre as partes, mas lutam para costurar um consenso. Há muitas dúvidas de que esse entendimento seja possível até o próximo dia 19 – nova data da assembleia da Oi, já remarcada duas vezes.

A gigante China Telecom contratou o banco Goldman Sachs e a consultoria McKinsey para formular uma oferta pela Oi. Estaria disposta a colocar R$ 10 bilhões na tele e chegou formalizar uma proposta. Mas agora recuou, segundo apurou o Estado. Os recursos seriam injetados em parceria com o fundo de infraestrutura Texas Pacific Group (TPG), levantado na Ásia, e que tem como assessor o banco Modal.

Após intensas conversas em Brasília, os assessores da China Telecom concluíram que os desentendimentos internos inviabilizam, por enquanto, o investimento na Oi. Segundo uma pessoa próxima ao assunto, vários cenários foram traçados e, em nenhum deles, a conta fecha nem no curto nem no médio prazos. Embora não tenham desistido completamente do acordo, os chineses preferem esperar o desfecho do plano de reestruturação da empresa. Procurados, nenhum dos envolvidos quis comentar o tema.

O problema é que não há um prazo de quando um acordo entre credores e acionistas poderá ocorrer. Conforme a última proposta apresentada pela tele, a expectativa é fazer uma capitalização de R$ 9 bilhões na companhia, dos quais R$ 6 bilhões em dinheiro novo. Deste total, R$ 2,5 bilhões viriam de acionistas e R$ 3,5 bilhões de credores. Outros R$ 3 bilhões viriam de conversão de dívida em ações.

No entanto, credores discordam desse plano, pois a proposta prevê pouca diluição da participação dos atuais acionistas. Os principais sócios da Oi são o fundo Société Mondiale, do empresário Nelson Tanure, e Pharol (ex-Portugal Telecom). Os credores, representados em sua maioria pelo banco Moelis e G5, só se comprometeriam a injetar dinheiro com uma diluição mais radical dos acionistas.

Eletrobras (ELET3, R$ 19,10, +0,95%; ELET6, R$ 22,28, +2,77%)

Segundo a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a Eletrobras estuda retomar uma captação externa de dívida, o que pode acontecer na primeira janela de 2018, no começo do ano, após a Cemig fechar com sucesso uma captação de US$ 1 bilhão em bônus no exterior. Bradesco e Bank of America Merril Lynch (BofA) já foram, inclusive, contratados para conduzir o processo, diz o jornal.

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 42,17, +1,39%)
O Itaú precificou suas notas subordinadas perpétuas no montante total de US$ 1,25 bilhão a serem emitidas em 12 de dezembro, disse o banco em comunicado ao mercado. As notas serão emitidas à taxa fixa de 6,125%, que será válida até o 5º aniversário da data da emissão.

A partir dessa data, inclusive, a taxa de juros será recalculada a cada 5 anos com base na taxa de juros dos títulos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos para o mesmo período.

Cemig (CMIG4, R$ 6,80, 0,0%)
A Cemig comunicou que efetuará, no dia 28 de dezembro, o pagamento de proventos de R$ 190 milhões referentes à segunda parcela dos Juros sobre o Capital Próprio, o que corresponde a R$ 0,150999665 por ação. Fazem jus ao provento os acionistas que detinham ações negociadas na bolsa em 26 de dezembro de 2016.

Além disso, serão pagos R$ 101,993 milhões referentes à segunda parcela dos dividendos do exercício de 2016, o que corresponde a R$ 0,121779780 por ação. Fazem jus ao provento os acionistas que detinham ações no dia 12 de maio deste ano.

CSU (CARD3, R$ 10,07, +2,34%)
O conselho da CSU CardSystem aprovou de forma unânime o pagamento de proventos aos acionistas na forma de juros sobre o capital próprio no montante bruto de R$ 13.781.000,00, o que corresponde ao valor bruto por ação de R$ 0,333955128.

O referido pagamento será efetuado em 28 de fevereiro de 2018 e realizado com base na posição acionária da companhia em 11 de dezembro de 2017. A partir de 12 de dezembro, as ações passarão a ser negociadas “ex juros sobre capital próprio”.

Minerva (BEEF3, R$ 11,01, -0,63%)
A Minerva informou a precificação da emissão de títulos de US$ 500 milhões representativos de dívida devidos em 2028 por sua subsidiária Minerva Luxembourg. Os juros remuneratórios das novas notas serão pagos semestralmente, sob a taxa de 5,875% ao ano. A demanda apurada no procedimento de precificação foi 4 vezes superior ao montante total ofertado.

Metalfrio (FRIO3)
O acionista controlador da Metalfrio, Marcelo Faria de Lima, informou ter desistido da intenção de realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) unificada para aquisição de até a totalidade das ações dos acionistas não controladores para fins de cancelamento de registro de companhia aberta e saída do Novo Mercado.

“Não era o momento adequado diante das condições atuais do mercado financeiro e de capitais”, justificou ele. Lima disse ainda que pode reavaliar futura uma OPA de ações mediante alteração das condições de mercado.

 Dommo Energia (DMMO3, R$ 1,10, 0,0%)

A Dommo Energia divulga comunicado ao mercado referente à venda da participação de 30% no Bloco BS-4 detida pela Dommo Energia à Azibras Exploração de Petróleo e Gás.

Partes do Term Sheet vinculante não atingiram as condições precedentes dentro da data de expiração, sobretudo em relação ao aceite da transação proposta pelas outras companhias que integram o Consórcio do Bloco BS-4, disse a Dommo.

Banrisul (BRSR6, R$ 14,35, +0,70%)

Icatu e Banrisul propõem ato em capitalização à análise do Cade. As companhias pedem análise de operação que envolve reestruturação societária no setor de serviços de capitalização. A divulgação do ato protocolado junto ao Cade está no Diário Oficial; documento tem acesso restrito no website do conselho regulatório até o momento.

Estácio (ESTC3, R$ 31,32, +3,03%)

Após a entrada em vigor das novas regras trabalhistas, a Estácio comunicou nesta terça-feira a demissão de 1.200 professores. Atualmente, a instituição possui hoje cerca de 10 mil docentes. O mesmo número de professores será contratado em janeiro para substituir aqueles despedidos.

Segundo o Itaú BBA, esta iniciativa está em consonância com a estratégia que a empresa vem apresentando no mercado com o objetivo de otimizar sua estrutura de custos e, como a empresa tem atualmente 10.000 professores, esta é uma etapa relevante. “Devemos ter em mente que este processo, embora positivo e chave para apoiar a expansão da margem para o futuro, provavelmente implicará uma despesa não recorrente nos resultados do quarto trimestre de 2017”, apontam os analistas.

(Com Agência Estado)