CPFL Energia desaba 17% no dia da OPA e só 7 das 59 ações do Ibovespa fecham em alta

Confira os principais destaques de ações desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Seguindo o mau humor da véspera, o Ibovespa encerrou em queda de 1,33% nesta quinta-feira (30), a 71.733 pontos, após Rodrigo Maia jogar um “balde de água fria” nas chances do governo para reunir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. Já em novembro, o índice acumulou perdas de 3,47%, no primeira queda após cinco meses no positivo.

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Nos destaques da bolsa hoje, chamou atenção as ações da CPFL Energia, que desabaram 17% no dia da OPA (leia mais aqui). Na sequência, outras elétricas apareceram entre as maiores quedas do índice: Eletrobras e Cemig. Já do lado positivo, apenas 7 dos 59 papéis do Ibovespa fecharam no campo positivo. Foram eles: Rumo, JBS, Embraer, Weg, Petrobras ON e PN e BB Seguridade.  

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Vale (VALE3, R$ 35,14, -1,57%)
As ações da Vale caíram apesar do dia de alta dos preços do minério de ferro. Os contratos futuros da commodity negociados na bolsa chinesa de Dalian subiram 2,87%, a 520 iuanes. 

Acompanharam o movimento negativo as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 25,31, -0,75%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 11,08, -0,18%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,07, -1,17%), CSN (CSNA3, R$ 7,36, -2,13%) e Usiminas (USIM5, R$ 8,56, -3,82%). 

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Papel e celulose
A Suzano (SUZB3, R$ 17,51, -2,69%) anunciou nesta quinta-feira que vai elevar os preços de celulose para Ásia, Europa e América do Norte. O reajuste de US$ 30 a tonelada será válido a partir de 1° dezembro, segundo informou a assessoria de imprensa da companhia à Bloomberg. 

O preço subirá para US$ 820 a tonelada na China, para US$ 1.000 a tonelada na Europa e para US$ 1.190 a tonelada na América do Norte. 

Vale menção que, segundo a consultoria Foex, a celulose de fibra curta na China subiu para US$ 748,83 a tonelada na semana passada, no maior preço desde junho de 2011. 

Em relatório de hoje sobre o setor de papel e celulose, o Santander reduziu a recomendação de Fibria (FIBR3, R$ 45,17, -5,50%) e Suzano para manutenção, com a Klabin (KLBN11, R$ 17,85, -1,87%) sendo a nova top pick. 

Segundo os analistas do banco, os preços médios da celulose em 2018 devem ficar acima dos de 2017, mas “uma correção está em andamento devido ao excesso de oferta e à ciclicidade”. Assim, o primeiro trimestre de 2018 deve desencadear a correção devido à sazonalidade desfavorável, ao início do projeto Horizonte 2 da Fibria e Oki/APP, além da retomada do Guaíba 2 da CMPC

“A alta correlação entre os preços das celulose e das ações deve pesar sobre a Fibria e a Suzano, mais do que compensar o rendimento de FCFE de 9% e 11% que projetamos para elas, respectivamente”, afirmam. 

Mas ponderam: “no lado positivo, no entanto, reconhecemos os valiosos recursos de hedge dessas empresas durante períodos de incerteza política no Brasil, além de melhorias financeiras”. Já a Klabin é a nova top pick do banco, favorecida pela mudança nos fundamentos domésticos e de celulose. Segundo os analistas, a companhia é “a encarnação do otimismo cauteloso”, que se beneficia da melhora da economia e é protegida pelas exportações; vê FCFE 11% e dividend yield de 5% em 2018. 

Ainda sobre o setor, a Suzano anunciou mais um aumento de preço de US$ 30 a tonelada da celulose. “Tínhamos ouvido de alguns clientes a preocupação com o atraso ou seja, essa notícia vem com um alívio”, aponta o BTG, que reitera visão positiva no setor e mantém Fibria e Suzano como top picks.

Eletrobras (ELET3, R$ 18,73, -6,30%;ELET6, R$ 21,36, -5,74%) 

O Ministério de Minas e Energia informou a Eletrobras que propôs ao presidente da República que a empresa seja privatizada com uma operação de aumento de capital, que poderá ser seguida por uma oferta secundária de ações pertencentes à União. 

“A proposta deste Ministério prevê que a desestatização dar-se-á por meio de aumento de capital mediante subscrição pública de ações ordinárias, sendo vedado à União, direta ou inderetamente… subscrever novas ações decorrentes do aumento de capital”, disse o ministério em nota enviada à estatal, acrescentando que a proposta foi levada a Michel Temer.

Petrobras (PETR3, R$ 15,95, +0,25%;PETR4, R$ 15,38, +0,33%)
As ações da Petrobras viraram para alta, seguindo o movimento positivo dos preços do petróleo. Em Londres, os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,73%, a US$ 63,57 o barril. 

Ainda no radar da estatal, a Petrobras cortou o preço da gasolina, desta vez em 0,8%, enquanto o diesel foi cortado em 1,8%, com novos valores válidos a partir da próxima sexta-feira (1).  A nova política de revisão de preços foi divulgada pela petroleira no dia 30 de junho. Com o novo modelo, a Petrobras espera acompanhar as condições do mercado e enfrentar a concorrência de importadores. Em vez de esperar um mês para ajustar seus preços, a Petrobras agora avalia todas as condições do mercado para se adaptar, o que pode acontecer diariamente. Além da concorrência, na decisão de revisão de preços, pesam as informações sobre o câmbio e as cotações internacionais.

Além disso, destaque para uma boa notícia para a companhia. A Câmara aprovou o texto-base da Medida Provisória 795/17, que cria um regime especial de importação de bens a serem usados na exploração, no desenvolvimento e na produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. 

Setor aéreo
As ações do setor aéreo – Gol (GOLL4, R$ 14,04, -2,84%) e Azul (AZUL4, R$ 26,87, -3,17%) – afundaram nesta sessão após o plenário do Senado rejeitar, ontem à noite, um projeto de resolução que propunha a redução de 25% para 12% da alíquota máxima do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do querosene usado na aviação.

Para ser aprovada, a medida precisava contar com apoio de 54 parlamentares, o que não ocorreu por conta da falta de quórum e menor engajamento dos senadores em torno da matéria. Sendo assim, o texto foi derrubado mesmo com o maior número de favoráveis à sua aprovação: 43 contra 17.

O resultado da medida, que beneficiaria o setor aéreo como um todo, foi considerado uma vitória de São Paulo, dono da maior malha aérea do país, em contraste como os estados das regiões Norte e Nordeste.

De acordo com o BTF Pactual, apesar de não colocar essa medida na conta (e nem o mercado), havia uma pequena expectativa (com uma baixa probabilidade) que isso passaria. “Numa eventual queda das ações das aéreas, somos compradores”, apontam os analistas do banco.

Banrisul (BRSR6, R$ 13,00, -4,76%)
Em sua conta no microblog Twitter, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou, no início da noite desta quarta-feira, que o presidente Michel Temer assinou decreto que finaliza o processo que permite a venda de ações do Banrisul. Na última segunda-feira, o Conselho Monetário Nacional já havia aprovado o processo. O governo de José Ivo Sartori prevê vender 49% das ações ordinárias do banco, mantendo o controle do Estado, e os 14,2% das preferenciais que ainda detém. 

Oi (OIBR4, R$ 3,88, -1,27%)

A Justiça nomeou o novo presidente da Oi, Eurico Teles, como o “responsável pessoal para conduzir e concluir as negociações com os credores da recuperação”. Caberá a Teles apresentar ao juiz o plano de recuperação judicial que será votado na assembleia geral de credores, “independentemente de aprovação pelo Conselho de Administração”. Teles é diretor jurídico e atua na companhia há mais de 30 anos.

A decisão é do juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7.ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia. Na prática, o ato retira os poderes dos atuais acionistas da Oi sobre a proposta, particularmente a Pharol (antiga Portugal Telecom) e o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure.

 As divergências entre o conselho e a diretoria da companhia foram apontadas como a causa da renúncia do então presidente da Oi Marco Schroeder, na semana passada. A situação é mencionada na decisão do juiz, que diz ser fato “público e notório” que a saída de Schroeder se deu “em razão da forte instabilidade e conflitos” entre a diretoria e o conselho a respeito ao plano de recuperação a ser apresentado aos credores. Teles foi escolhido presidente interino na semana passada e sua nomeação foi confirmada pelo conselho na última segunda-feira, dia 27.

Viana também manteve a decisão que determina que os novos diretores escolhidos pelo Conselho, Hélio Costa e João Vicente Ribeiro, ligados aos acionistas, se abstenham de interferir nas questões relativas à recuperação judicial. O novo plano deverá ser apresentado por Teles até o dia 12 de dezembro. Por isso, o juiz decidiu adiar a assembleia geral de credores da Oi o dia 7 para o dia 19 de dezembro. 

O BTG Pactual acredita  que o novo plano que será proposto tende a ser mais favorável aos credores versys o anterior (desenhado e aprovado pelo Conselho da empresa). “Os títulos da empresa devem reagir bem a decisão, enquanto as ações deveriam sofrer”, apontam os analistas do banco. 

Embraer (EMBR3, R$ 15,65, +0,64%)

A Embraer anunciou nesta quinta-feira, 30 um pedido de seis aviões de ataque leve e treinamento avançado A-29 Super Tucano para a Força Aérea das Filipinas (PAF, na sigla em inglês). Segundo a empresa, o Super Tucano foi selecionado como parte do plano de modernização da PAF após um abrangente processo de licitação pública, que contou com a participação de vários fabricantes de todo o mundo.

 A aeronave será utilizada em missões de apoio aéreo tático, ataque leve, vigilância, intercepção e contra-insurgência. As entregas começarão em 2019.

“Estamos orgulhosos de sermos selecionados pela Força Aérea das Filipinas, nosso segundo operador na região da Ásia-Pacífico”, comentou em nota o presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider.

Segundo a Embraer, o A-29 Super Tucano é um avião turboélice robusto e versátil, capaz de realizar uma ampla gama de missões, mesmo operando a partir de pistas não preparadas. Até o momento, o Super Tucano já foi selecionado por 14 forças aéreas em todo o mundo. Uma vez que a entrega dessas aeronaves esteja concluída, elas serão operadas e mantidas pelo 15º Esquadrão de Ataque, o usuário final dentro da PAF.

Eternit (ETER3, R$ 0,97, -7,62%)
As ações da Eternit estendem a queda da véspera (quando afundaram 6,25%), acumulando perdas de quase 13% nos últimos dois pregões, após o Supremo Tribunal Federal decidir, por 7 votos a 2, proibir em todo o país o uso do amianto crisotila em construções – material usado pela empresa na fabricação de telhas de fibrocimento.

Em resposta, a companhia informou ao mercado nesta manhã que só vai se posicionar sobre a decisão do STF após ter mais informações sobre a aplicabilidade da decisão e seus efeitos sobre a cadeia produtiva no País. 

Além disso, a companhia lembra que vem se adequando às mudanças do mercado consumidor e já iniciou há alguns anos a substituição da utilização do amianto como matéria-prima no seu processo industrial. Na última terça-feira, a empresa anunciou que deixará de utilizar amianto crisotila na fabricação de telhas de fibrocimento a partir de dezembro de 2018. para se adequar à tendência dos consumidores de rejeitarem produtos com amianto. A empresa informou ainda que concluirá o processo de substituição do amianto, que tem seu uso proibido em alguns Estados do país, por fibras sintéticas.

Copel (CPLE6, R$ 23,07, -4,67%)
A Copel informou o mercado que participará, como vendedora, de oferta pública de distribuição secundária de units da Sanepar (SAPR11, R$ 53,00, -4,07%). 

Também no noticiário da companhia, destaque para o balanço “atrasado” do terceiro trimestre, que foi divulgado na noite de quarta-feira. Entre julho e setembro deste ano, a Copel registrou uma receita líquida de R$ 3,64 bilhões, alta de 25% na comparação com o mesmo período de 2016, e um lucro atribuído a controladores de R$ 383,3 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 87,2 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.

A empresa afirmou que o motivo que atrasou a divulgação do balanço em aproximadamente duas semanas foi a aplicação de recursos envolvendo a usina térmica de Araucária e seu consequente tratamento contábil. 

Segundo o BTG Pactual, os resultados foram sólidos, enquanto o Ebitda ajustado (de R$ 485 milhões versus previsão do banco de R$ 455 milhões) foi impulsionado por uma reversão de impairment de R$ 158 milhões e o lucro teve impacto positivo de R$ 271 milhões relacionado a reversão de impairment e benefícios a inclusão da empresa no programa de renegociação de impostos do governo. A companhia também divulgou revisão do capex para esse ano de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,3 bilhões. 

CPFL Energia (CPFE3, R$ 23,79, -5,89%)
As ações da CPFL Energia deram continuidade à derrocada recente (em 4 pregões, a queda acumulada é de 24%) no dia que ocorreu a OPA (Oferta Pública de Aquisição) por aquisição da State Grid. O leilão, que saiu por R$ 27,69 por papel (corrigido pela Selic), ocorreu a partir das 15h (horário de Brasília) na B3.

Leia mais: O “detalhe” da OPA da CPFL que ninguém viu e que levou a derrocada de 24% da ação (clique aqui)

Para estar habilitado a participar da operação, o investidor precisaria ter o papel em carteira até hoje, ou seja, válido para quem comprou a ação até segunda-feira, dado que a liquidação na Bolsa ocorre em D+3. 

QGEP (QGEP3, R$ 8,40, +2,56%)

A ANP aprovou a transferência de 10% no bloco BM-S-8 da QGEP para a Statoil. O acordo estabelece pagamento de US$ 379 milhões pela Statoil para a transferência da participação, sendo que 50% do valor total serão pagos ainda em 2017, segundo comunicado.

O saldo remanescente será pago em duas parcelas, sendo a primeira correspondente a 12% do valor total após a outorga do contrato de partilha da área adjacente ao bloco e a segunda de 38% do valor total após o acordo de individualização de produção. 

BTG Pactual (BPAC11, R$ 19,00, -0,78%)
O banco teve seu rating colocado em revisão para upgrade pela agência de classificação de risco Moody’s. A revisão ocorre diante das melhorias do banco em termos de capitalização e liquidez desde o ano passado, diz a agência. 

Multiplan (MULT3, R$ 69,54, -0,69%)
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou o rating da Multiplan em BB+ na escala global e brAAA na escala nacional. Os analistas esperam que a companhia apresente geração de fluxo de caixa operacional crescente nos próximos anos, como consequência de um plano de expansão e da incipiente recuperação econômica do país.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 26,88, +0,11%)

O conselho de administração da BB Seguridade Participações aprovou a assinatura, pela BB Corretora de Seguros e Administradora de Bens, subsidiária integral da companhia, de um Acordo de Investimentos com a PFG do Brasil 2 Participações Ltda., participada da PFG do Brasil Ltda., para atuação conjunta focada, inicialmente, na distribuição de produtos de previdência privada no canal digital.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa diz que o acordo prevê a constituição de uma nova empresa, denominada Ciclic Corretora de Seguros S.A., com capital social inicial composto somente por ações ordinárias e totalmente integralizado pela PFG2.

Outro ponto é a assinatura de Acordo de Acionistas, com vigência até 27 de outubro de 2032, e o aumento de capital da Ciclic até o montante de R$ 27 milhões, sendo R$ 6,8 milhões a serem aportados pela PFG 2 e R$ 20,2 milhões a serem aportados pela BB Corretora, mediante emissão de novas ações ordinárias e preferenciais, após a aprovação pelos órgãos reguladores, supervisores e fiscalizadores.

Após assinatura de Acordo de Acionistas e aporte de capital, a BB Corretora passará a deter 49,99% das ações ON e 100% das ações PN da Ciclic, perfazendo uma participação de 74,99% do capital total da nova sociedade. Os termos da parceria serão submetidos à apreciação do Banco Central do Brasil, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Ministério da Fazenda, e o acordo terá efeito suspensivo até que sejam emitidas as anuências dos referidos órgãos.

(Com Agência Estado)