Minério de ferro pode voltar para US$ 50 e Brasil está entre os responsáveis pela derrocada

Projeto da Vale em Carajás elevará o nível da oferta e pressionará os preços

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Prevendo uma maior oferta de minério de ferro no próximo ano, os analistas do Goldman Sachs projetam que a commodity, que neste mês subiu cerca de 15%, deve voltar para a região de US$ 50 a tonelada nos próximos 12 meses, revisitando os níveis de junho do ano passado. De acordo com o banco de investimento, China e Brasil serão os responsáveis pela derrocada.

Do lado do gigante asiático, a pressão dos preços será por conta da produção de aço, que está próxima de atingir seu pico, assim como pelos esforços do governo em reduzir o nível de poluição, inclusive impedindo o fornecimento de aço para as fábricas, o que deve impactar na demanda pelo minério de ferro. Vale lembrar que a China é o maior produtor de aço, representando metade da oferta global.

Com relação ao Brasil, o banco de investimento cita o aumento da oferta pela quantidade recorde de minério de ferro extraído pela Vale (VALE3) através do complexo S11D, que está localizado nas minas de Carajás, sudoeste do Pará, que tem como principal característica seu alto teor de ferro (66,7% em média), o que confere um bônus ao ser vendido no mercado internacional. No terceiro trimestre, foram processadas 95 milhões de toneladas e sua expansão deve elevar ainda mais esse número, projetam os analistas.