Alckmin assume PSDB, Ibovespa sobe 500 pontos e “zera” as perdas do dia; tem relação ou é mera coincidência?

Além disso, Maia afirmou que governo possui melhores condições para aprovar a Previdência

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Em um dia bastante agitado no campo político, o Ibovespa, que parecia rumar para uma segunda-feira (27) de forte queda ao marcar desvalorização superior a 1% até o começo da tarde, reverteu esse movimento e encerrou o pregão em ligeira baixa de 0,13%, aos 74.058 pontos, com volume financeiro de R$ 7,371 bilhões. Destaque também para os juros futuros com vencimento em 2019 e 2021, que recuaram 5 pontos-base, fechando aos 7,07% e 9,20%, respectivamente, refletindo o último o Relatório Focus ao apontar a redução das perspectivas para o IPCA deste ano de 3,09% para 3,06%.

Depois de recuar mais de 1% ao longo do dia, o Ibovespa consolidou fundo sobre 73.160 pontos (mínima do dia) às 16h00 (horário de Brasília) logo após a notícia de que Geraldo Alckmin aceitou tornar-se presidente do PSDB, fato que daria para o governador de São Paulo maior capital político para disputar as eleições de 2018. Considerando desde o ponto do anúncio, o mercado subiu 550 pontos e encerrou o pregão bem próximo da máxima em 74.157 pontos.

Depois do racha do partido em apoiar Michel Temer contra as duas denúncias apresentadas por Rodrigo Janot, Alckmin terá a missão de unir o partido há um ano das eleições e, principalmente, buscar aliados para lançar sua candidatura à presidência da República em 2018, que ganhou bastante força com esse movimento dentro do PSDB. O acordo será selado em jantar do partido que será realizado nesta noite no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Com Alckmin no comando, o governador poderá organizar melhor suas alianças políticas, principalmente com os partidos do centrão, que estão no centro das discussões para a aprovação da reforma da Previdência e são peças importantes para a articulação política, em especial o PMDB.

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O governado de São Paulo prometeu, caso eleito como presidente da República, privatizar a maioria das 150 estatais federais e adotar uma agenda reformista que tire o que chamou de “Estado paquiderme” das costas dos trabalhadores e dos empreendedores. Alckmin disse também que outra prioridade é combater o corporativismo: “o corporativismo estatal e o corporativismo privado levaram a esse País caro”, afirmou em evento realizado nesta tarde pela revista Veja.

Alento de Maia

Em evento promovido pela revista Veja nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que tentará pautar a reforma da Previdência, mas que ainda não há os 308 votos necessários para aprovação. Segundo ele, a situação hoje é melhor do que há três semanas, afirmando que muitos líderes partidários que eram “radicalmente contra” o texto passaram a apoiar: “vamos tentar votar sim, estamos trabalhando para isso, contar votos. Ela é urgente. Poderia ficar para fevereiro, mas tem carnaval no meio, não é um calendário simples de organizar”, afirmou. Seu otimismo também ajudou no movimento de recuperação do mercado no final da tarde.

Com o novo texto da reforma da Previdência oficialmente apresentado (veja mais aqui) na semana passada, que deve gerar uma economia de R$ 480 bilhões para os cofres públicos em dez anos, ou seja, 60% da proposta original, Temer (e o mercado) conta os votos para a aprovação da reforma na Câmara. Segundo as últimas contas da base aliada, o governo conta atualmente com 250 votos e usará as próximas duas semanas para tentar alcançar de 70 a 80 novos apoios, para conseguir com folga os 308 congressistas necessários para aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara.

Além disso, segundo informações do G1, Temer está trabalhando com a base aliada para aceitar a troca do tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo para depois da votação em primeiro turno da reforma da previdência na Câmara, prevista para o dia 6 de dezembro, dando mais uma prova do governo que está empenhado para correr com a reforma ministerial, considerada chave para a aprovação da reforma da Previdência.

Huck fora do páreo

Em artigo para a Folha de S. Paulo, Luciano Huck anunciou que não será candidato a presidente: “com a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país (…) Contem comigo. Mas não como candidato a presidente”, afirmou Huck.

Com a saída do global do páreo, que vinha ganhando força entre os eleitores, conforme a pesquisa de aprovação publicada na quinta-feira (23), quando disparou para 60% (veja mais aqui), o próximo aparecer no ranking de aprovação é justamente Luiz Inácio Lula da Silva, que também lidera as última pesquisas de intenção de voto para presidente. Além disso, outro adversário direto de Lula nas pesquisas, o prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou que nunca se apresentou como candidato para 2018 (confira a reportagem completa) e deu todo seu apoio ao seu “padrinho” Geraldo Alckmin, que está ganhando força como o nome do PSDB.

No final de outubro, tanto a pesquisa Datafolha (veja mais aqui), como do Ibope (confira aqui), apontaram que o petista liderava as intenções de votos no primeiro turno, como ganharia sem dificuldades o segundo turno contra Geraldo Alckmin, João Doria ou até mesmo Jair Bolsonaro. Uma eventual vitória do ex-presidente poderia derrubar o Ibovespa para abaixo de 55 mil pontos e resultaria em uma disparada do dólar, que voltaria negociar acima de R$ 4,10, segundo pesquisa realizada pela XP Investimentos com investidores institucionais – confira a pesquisa completa.

Destaques do mercado

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1 Links
 CPLE6 COPEL PNB 23,85 -3,95 -9,46 40,15M  
 BRKM5 BRASKEM PNA 46,50 -3,53 +35,77 86,28M  
 MRFG3 MARFRIG ON 6,89 -2,27 +4,24 4,86M  
 CPFE3 CPFL ENERGIAON 27,00 -2,10 +8,03 23,78M  
 FIBR3 FIBRIA ON 49,75 -1,62 +59,83 63,48M  

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1 Links
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 12,65 +3,52 +59,95 46,01M  
 GOAU4 GERDAU MET PN ED 5,12 +3,02 +6,67 66,25M  
 GGBR4 GERDAU PN ED 11,06 +2,69 +2,89 95,77M  
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 18,67 +2,47 +8,81 31,20M  
 USIM5 USIMINAS PNA 9,40 +2,40 +129,27 158,15M  

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE3 VALE ON 35,41 -1,06 529,84M 663,35M 30.936 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,87 -1,43 451,53M 669,79M 30.282 
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 26,98 -0,63 450,33M 99,48M 14.230 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 42,69 +0,61 262,85M 422,00M 16.486 
 BBDC4 BRADESCO PN 33,40 -0,15 234,79M 326,14M 19.619 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 32,16 -1,35 183,43M 300,49M 16.668 
 BRFS3 BRF SA ON 39,80 -1,41 173,99M 106,34M 18.615 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 20,74 +0,58 173,24M 287,57M 19.413 
 USIM5 USIMINAS PNA 9,40 +2,40 158,15M 202,02M 9.781 
 CMIG4 CEMIG PN 7,06 +2,32 147,45M 73,74M 31.378 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Agenda de indicadores

No Brasil, na terça-feira (28), a Secretaria do Tesouro Nacional informa o resultado fiscal de outubro do governo central. Segundo a GO Associados, o País deve mostrar um superávit primário de R$ 2 bilhões no mês, depois de cinco meses seguidos de déficit. Já na quinta-feira (30), o IBGE divulga o resultado de outubro da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A taxa de desemprego deve registrar queda de 12,4% para 12,1%, de acordo com a GO. “O dado de outubro refletirá a sazonalidade favorável do período, em virtude das contratações da indústria e do varejo para as festas de fim do ano, além da recuperação, cada vez mais nítida, da atividade”, explicam.

Já na sexta-feira (1), o IBGE apresenta o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. A expectativa é que País registre crescimento pelo terceiro trimestre consecutivo, projetado em 0,2% pela GO Associados. Do lado da demanda, a principal novidade será o crescimento dos investimentos, que devem ter voltado a crescer, depois de 14 quedas em 15 trimestres, afirmam os economistas.

No exterior, os EUA têm agenda importante na semana. O presidente indicado do Federal Reserve, Jerome Powell, será sabatinado no Senado na terça-feira. No dia seguinte, a atual chair da autoridade, Janet Yellen, faz discurso, após sua mensagem vista como dovish ajudar a enfraquecer dólar na última semana. Outros dirigentes do Fed também falam nos próximos dias. Ainda na quarta-feira, o Departamento de Comércio dos EUA divulga a segunda prévia do resultado do PIB referente ao terceiro trimestre. Na prévia anterior, o órgão apontou crescimento de 3,0% ante o trimestre anterior, taxa praticamente igual à registrada no segundo trimestre, mesmo com o impacto negativo dos furacões que atingir o país em agosto e setembro. A segunda prévia deve confirmar o bom crescimento econômico do período.

O Fed também divulga na quarta-feira (29) o Livro Bege, relatório elaborado pelas regionais do Fed junto aos empresários de cada distrito para captar a sensação em relação à atividade econômica. O relatório é usado como subsídio para a próxima reunião do Fomc, que ocorrerá nos dias 12 e 13 dezembro. A expectativa é o órgão suba os juros em 0,25 ponto percentual para o intervalo entre 1,25% e 1,50% ao ano. No entanto, a tendência segue sendo de bastante gradualismo, dado que a inflação segue abaixo da meta de 2,0% ao ano.