Presidente da Oi renuncia, Vale elevada pelo Morgan e mais 4 recomendações; Petrobras e outros destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta segunda-feira (27)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A semana já começa movimentada, em meio à repercussão sobre a renúncia do presidente da Oi, mais detalhes sobre o projeto de privatização da Eletrobras, além de diversas recomendações de ações, com destaque para a elevação da Vale pelo Morgan Stanley (que também elevou o Brasil). Veja mais destaques desta segunda-feira (27) no noticiário corporativo: 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O projeto de lei que prevê a privatização da Eletrobras deve ser enviado ao Congresso ainda este mês e autoriza o governo a criar uma nova estatal, que será controladora da Eletronuclear e Itaipu Binacional, cias. que não podem ser privatizadas, diz O Globo citando texto do projeto de lei ao qual teve acesso.

O projeto autoriza a criação de uma empresa de economia mista, com sede em Brasília, diz a reportagem. O texto também prevê a criação de golden share na Eletrobras, que dá à União poder de veto em decisões estratégicas, segundo o jornal. Além disso, é o governo quem vai indicar o presidente do conselho da Eletrobras.

O governo também decidiu limitar o poder de voto, após a privatização, a 10% das ações da empresa, diz O Globo. O objetivo é transformar a Eletrobras em uma corporação e impedir que uma empresa já consolidada no setor assuma o controle da estatal. Além disso, acionistas não poderão formar blocos para o exercício de direito de voto superior a 10%. O governo quer aprovar o projeto até junho, em seguida convocar uma assembleia de acionistas para decidir sobre a privatização e dar andamento ao processo.

Oi (OIBR4)

O presidente executivo da Oi, Marco Schroeder, entregou na sexta-feira sua carta de renúncia ao conselho de administração da operadora, um mês após começar a se desentender com os acionistas da tele, que está em recuperação judicial desde junho de 2016. A saída de Schroeder aprofunda a crise na empresa, que tem assembleia agendada para o dia 7 de dezembro para definir o futuro da companhia.

Na carta, o executivo atribui a saída a alterações profundas recentes no conselho da tele. Ele menciona ter vivido, junto a seus colegas de diretoria e conselho, grandes desafios e dificuldades nos meses recentes. O diretor jurídico da companhia, Eurico Teles, vai assumir o cargo interinamente. Ainda na carta, Schroeder faz referência à sua remuneração, lembrando que seu contrato é regido pela CLT. O executivo pede para que seu desligamento seja encaminhado sem justa causa e cita também ter atingido uma meta prevista em contrato, a qual não teria sido paga.

O presidente da Oi, conforme fontes de mercado, deveria receber comissão de sucesso relacionado à aprovação de plano de reestruturação, com menor grau de diluição dos acionistas. 

 Schroeder estaria se desgastando com os maiores acionistas da companhia – o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, e a Pharol (antiga Portugal Telecom). Nesta semana, o conselho de administração apresentou uma nova versão desse plano, que pretende aprovar na assembleia do dia 7. Uma fonte do governo afirmou ontem que o executivo tinha apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Justiça para continuar no cargo, mas que a pressão do conselho deve pesado para o pedido de demissão.

De acordo com o Credit Suisse, a notícia é negativa para os detentores do ativo, pois mostra a dificuldade em achar um termo em comum para todos os acionistas, mostrando um desalinhamento entre o Conselho e a direção e aumenta as chances de uma intervenção da Anatel. Os analistas acreditam que a Anatel poderia impor um plano com termos mais favoráveis aos credores (e maior diluição do que a proposta atual) para aumentar as chances de aprovar na reuniões do dia 7 de dezembro. 

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou nesta segunda-feira, 27, em comunicado enviado ao mercado, que a empresa e seus parceiros iniciaram no domingo, 26, a produção do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, com a entrada em operação do FPSO Pioneiro de Libra (unidade flutuante que produz, armazena e transfere petróleo), dedicado a testes de longa duração e sistemas de produção antecipada. Essa é a primeira unidade da Petrobras equipada para injetar todo o gás produzido durante os testes.

Segundo a estatal, o Pioneiro de Libra tem capacidade de processar, diariamente, até 50 mil barris de petróleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás associado. “Com duração prevista de um ano, o Teste de Longa Duração tem o objetivo de avaliar o comportamento do reservatório de petróleo e ampliar o conhecimento das características da jazida”, informou a Petrobras.

Depois da conclusão desse primeiro teste, o FPSO Pioneiro de Libra será deslocado para operar os Sistemas de Produção Antecipada em outros poços de Libra, ainda segundo a empresa. “O objetivo será aumentar o conhecimento da jazida, como também apoiar o desenvolvimento e otimização de todas as futuras unidades a serem instaladas na área”.

Até o momento, foram perfurados 12 poços no bloco de Libra. O consórcio de Libra é liderado pela Petrobras, com participação de 40%, em parceria com a Shell (20%); Total (20%); CNPC (10%) e CNOOC Limited (10%). O consórcio ainda conta com a participação da companhia estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) como gestora do contrato.

Recomendações

Atenção ainda para as diversas recomendações de ações. A Cemig (CMIG4), que anunciou redução em sua fatia na Taesa para 21,7% do capital após block trade, teve a recomendação elevada pelo JPMorgan para overweight; o banco também elevou a Taesa (TAEE11) para neutra. Já a Gafisa (GFSA3) foi rebaixada a underweight e a Sabesp (SBSP3) foi elevada a overweight pelo mesmo banco. A Vale (VALE3), por sua vez,  foi elevada de equalweight para overweight pelo Morgan Stanley. A ação VALE5, aliás, deixará de ser negociada a partir desse pregão. 

Ainda sobre recomendações, o Morgan Stanley elevou recomendação para o Brasil para overweight,  preferindo as indústrias alavancadas para recuperação econômica em 2018 e que se beneficiam parcialmente da fraqueza potencial da moeda antes das eleições presidenciais de outubro de 2018, como saúde, aço,
energia e transporte. O banco recomenda evitar alguns setores defensivos domésticos com fortes avaliações como bebidas e alimentos. Já os bancos privados devem continuar a ser impactados negativamente pelas taxas de juros mais baixas.

Os estrategistas do banco apontam esperar a continuidade das políticas macro no Brasil, no México e na Colômbia após as eleições presidenciais, mas o atual nível elevado de incerteza política nesses 3 países provavelmente gerará alta volatilidade dos preços dos ativos nos próximos 12 meses. O top 10 de ações na América Latina são: Petrobras, BB Seguridade, CVC, Usiminas, Estácio, Tim, Localiza no Brasil; Femsa e Gruma no México e Parauco no Chile.

Suzano (SUZB3)

A Suzano esclareceu que a previsão de redução do custo caixa de celulose “não é uma projeção, mas um patamar almejado pela companhia em linha com o seu objetivo”, segundo comunicado em resposta a pedido de esclarecimento da CVM sobre informações contidas em apresentações da cia., de previsão de redução do custo caixa de celulose dos atuais R$ 588,00/t para R$ 570,00/t em 2018 e para R$ 475,00 em 2021-2022, com incremento de até R$ 400 mi em Ebidta.

O patamar almejado “encontra-se sujeito a uma série de variáveis não influenciáveis e/ou previsíveis pela companhia, de forma que eventual impacto no Ebitda considera o resultado dos últimos 12 meses, findos em 30 de setembro de 2017, ajustado pelo custo caixa objetivo de celulose para 2021-2022 (de R$ 588/tonelada para R$ 475/tonelada) na capacidade total de produção de celulose (3,5 milhões de toneladas)”. O objetivo da companhia difundido e divulgado aos seus investidores e ao mercado é no sentido de melhoria de seu custo caixa. 

 Renova (RNEW11)

O Conselho da Renova Energia deliberou favoravelmente nesta sexta-feira ao aceite da proposta vinculante recebida da Brookfield Energia Renovável para aporte primário de R$ 1,4 bilhão ao preço de R$ 6,00 por unit, segundo comunicado.

A oferta inclui earn-out de até R$ 1,00 por unit, (relativo a qualquer valor recebido pela companhia decorrente de ajuste futuro no preço de venda do Complexo Eólico Alto Sertão II). O Conselho da Renova aprovou também concessão à Brookfield de novo período de exclusividade de 60 dias, automaticamente prorrogáveis por mais 30 dias, “para finalização dos documentos da transação”. 

A “conclusão efetiva da transação se dará após a apreciação e aprovação dos órgãos de governança da companhia e de seus controladores, bem como após o cumprimento de condições precedentes usuais em transações dessa natureza”, diz Renova. 

Magazine Luiza (MGLU3)

A última sexta-feira não foi de comemoração só para Jeff Bezos, CEO da Amazon e homem mais rico do mundo. Aproveitando o clima de Black Friday, as ações do Magazine Luiza  foram destaque dentro do setor varejista na bolsa brasileira, fechando na máxima do dia com alta de 4,67% naquela sessão, cotadas a R$ 61,45.

Mais do que uma simples empolgação pelo dia em que as pessoas gastam mais, a alta dos papéis da companhia bem superior de seus pares pode sinalizar um otimismo dos investidores em relação ao resultado da Black Friday. Segundo o Magalu, estima-se que mais de 500 mil itens foram vendidos nesta semana, mas fontes próximas da empresa acreditam que essa estimativa é “conservadora”. É possível que a empresa tenha tido neste ano a melhor black friday da sua história, afirmam.

“Acredito que isso [a Black Friday] pode sim ter ajudado um pouco nas ações, é só ver que a Via Varejo também subiu bem (VVAR11, R$ 22,65, +3,19%)”, diz um gestor de recursos que acompanha o setor de e-commerce na bolsa. Outras varejistas focadas em comércio eletrônico, como B2W (BTOW3, R$ 17,42, -1,02%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,30, -0,33%) caíram nesta sessão.

O gestor também citou os dados recentes de inflação, que indicaram uma surpreendente desaceleração na alta dos preços, o que pressiona os juros e é bom para o varejo em geral. “Magalu em especial continua igual um foguete e com os fundos de ações ainda muito ‘underweight’ (exposição abaixo da média). Qualquer novidade faz as ações subirem com mais facilidade”, afirma o gestor, que pediu anonimato. 

Copel (CPLE6)

A Copel informou que vai divulgar balanço do terceiro trimestre de 2017 no dia 29 de novembro, após o fechamento dos mercados. 

JSL (JSLG3)

A JSL  exerceu na sexta-feira a opção de compra da totalidade do capital social da Borgato Maquinas S.A., Borgato Serviços Agrícolas S.A. e Borgato Caminhões S.A. “A aquisição das Sociedades Borgato está em linha com a estratégia de crescimento da JSL no segmento de locação e comercialização de veículos e máquinas pesadas, sendo complementar ao seu atual portfólio, e contribuirá para a desalavancagem da JSL”, disse a companhia em fato relevante.

Exercida a opção, o preço para aquisição das Sociedades Borgato será pago mediante a entrega de uma participação societária de 9% na JSL Locação de Máquinas e Veículos Pesados e o pagamento de R$100 milhões a prazo.

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.