Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quinta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta quinta-feira é de feriado nos EUA, o que deve levar a um menor volume de negociação para a bolsa brasileira. Contudo, o noticiário é bastante movimentado, com destaque para as negociações para a reforma da previdência, além da alta do minério (apesar do tombo das bolsas chinesas). Confira os destaques desta quinta-feira no mercado: 

1. Bolsas mundiais

Em um dia de feriado nos EUA, o grande destaque fica por conta da queda das bolsas chinesas. Os índices do país fecharam nos menores níveis em meses por conta dos esforços do governo para regular serviços financeiros. Nos últimos dias, autoridades chinesas tomaram providências para impedir a forte expansão da oferta de microcrédito na internet e revelaram planos de reforçar a supervisão de produtos de gestão de ativos vendidos por instituições financeiras. Além disso, preocupações com o mercado chinês de bônus, onde o juro do título de 10 anos tem oscilado em torno de 4% – o maior nível em três anos -, contribuíram para a correção das bolsas.

Na Europa, as bolsas registram em sua maioria queda acompanhando o mercado chinês, mas também repercutindo os dados econômicos da região. O PMI Composto (Índice de Gerentes de Compras) do IHS Markit para a zona do euro saltou para 57,5 neste mês, nível mais alto desde abril de 2011 e superando a estimativa de 56,0. Já o PIB no Reino Unido registrou crescimento de 0,4% no terceiro trimestre ante o anterior e avançou 1,5% na comparação anual, em linha com as estimativas do mercado. 

Entre as commodities, o petróleo tem leve baixa após subir 2,1% ontem, para US$ 58, com baixa de estoques nos EUA e expectativa sobre Opep. Enquanto isso, os contratos futuros do minério de ferro subiram em Dalian ao maior nível em dois meses com oferta apertada.

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Às 8h (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,18%

*FTSE (Reino Unido) -0,29%

*DAX (Alemanha) -0,16% 

*FTSE MIB +0,26%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,99% (fechado)

*Xangai (China) -2,26% (fechado)

*Petróleo WTI -0,33%, a US$ 57,83 o barril

*Petróleo brent -0,55%, a US$ 62,97  o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +3,05%, a 507,5 iuanes

2. Agenda econômica
Com o feriado nos EUA, o grande destaque da agenda econômica ficará para o IPCA-15 de novembro, que será divulgado pelo IBGE às 9h (horário de Brasília). A inflação medida pelo índice deve acelerar para 2,83% em novembro na comparação anual, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após alcançar 2,71% na medição anterior. Na base mensal, o índice deve acelerar de 0,34% para 0,38%. 

Já às 10h30, o Banco Central revelará a nota à imprensa do setor externo, com dados da conta corrente e investimento estrangeiro direto de outubro. À noite, o Japão divulgará os dados prévios de manufatura de novembro às 22h30. 

3. Reforma da previdência
O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, apresentou na noite de ontem o novo texto para viabilizar a aprovação das mudanças, durante jantar no Palácio da Alvorada. Foram mantidas as idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 para homens, a equiparação entre trabalhador público e privada, enquanto as contribuições sociais deixaram de ficar submetidas à DRU. O tempo de mínimo de contribuição para aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social foi diminuído de 25 para 15 anos. Contudo, em troca de apoio à reforma, os jornais de hoje informam que Temer se compromete com medidas negativas para o ajuste fiscal, como reajustar os salários dos servidores em 2018, ceder na questão da dívida do Funrural e desonerar exportações. 

Ainda sobre as movimentações para a aprovação da reforma, vale destacar a confusão da véspera em meio à quase nomeação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a Secretaria do Governo. Depois de bater o martelo na indicação do deputado para o ministério, sob intensa pressão da bancada do PMDB na Câmara, Temer suspendeu a posse do correlegionário, que substituiria Antonio Imbassahy (PSDB-BA), uma vez que não houve entendimento sobre novo posto para o tucano. Segundo o Estadão, o senador Aécio Neves pediu uma saída digna para ministros tucanos.

Em levantamento feito pela MCM Consultores mostrou que o governo conta com 251 deputados que provavelmente o apoiarão nesta votação, mas existem ainda mais 64 deputados com chances de apoiar o governo, totalizando 315 parlamentares, suficiente para aprovação da PEC, que precisa do apoio de 308 congressistas.

4. 2018 vem aí…

O noticiário sobre as movimentações para 2018 também segue no radar. Em destaque, pesquisa Barômetro Político feita pelo Instituto Ipsos e divulgada nesta quinta-feira (23) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a aprovação ao nome de Luciano Huck, cotado para disputar a presidência, apresentou um salto de 17 pontos porcentuais desde setembro, passando de 43% para 60%, indicando uma significativa melhora de imagem no período. Depois de Huck, entre os presidenciáveis, o próximo a aparecer no ranking de aprovação é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 43% de avaliação positiva e 56% de negativa, com melhora paulatina desde junho. Michel Temer e Aécio Neves lideram o ranking de rejeição. Confira mais clicando aqui. 

Atenção ainda para a aproximação da eleição do presidente do PSDB. Segundo a coluna Painel, da Folha, o senador Tasso Jereissati (CE) admite abrir mão da candidatura à presidência da legenda para que Geraldo Alckmin assuma o posto. O grupo ligado ao cearense diz que o partido não pode correr o risco de eleger Marconi Perillo (GO), alinhado a Aécio Neves (MG) e a Temer. 

5. Noticiário corporativo
A Petrobras assinou com a Eneva cessão de participação Campo Azulão, enquanto a Localiza aprovou desdobramento de ações na proporção 3 para 1 ON, ao passo que a TIM foi elevada a ’outperform’ por Itau BBA, com preço-alvo de R$ 16. Já em relatório, o Bradesco BBI apontou que os credores não devem aprovar novo plano da Oi. Por fim, na BRF, José Aurélio Drummond Jr foi eleito diretor presidente global. 

(Com Agência Brasil e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.