Os três fatores que fizeram o Ibovespa subir 1,5% e o dólar cair para R$ 3,25

Exterior, alta dos ADRs na véspera e bom humor com a Previdência após fala do presidente da Câmara ajudaram na alta do mercado hoje

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na volta do feriado do Dia da Consciência Negra, o Ibovespa chegou a subir mais de 2% nesta terça-feira (21) chegando a sua terceira alta consecutiva, refletindo a alta dos ADRs (American Depositary Receipt) brasileiros negociados em Nova York na véspera, além da alta das bolsas no exterior e o bom humor com a reforma da Previdência após Rodrigo Maia afirmar que quer a votação na primeira semana de dezembro.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com alta de 1,58%, aos 74.594 pontos, após chegar a subir 2,23% na máxima do dia. O volume financeiro ficou em R$ 13,557 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial registrou queda de 0,27%, cotado a R$ 3,2524 na venda. No exterior, os principais índices de Wall Street subiram cerca de 1%.

O índice Brazil Titans 20, que reúne alguns dos principais ADRs (American Depositary Receipts) brasileiros negociados em Wall Street, fechou em alta de 0,73%, a 22.278 pontos na véspera, próximo da máxima do dia, liderado pelo desempenho dos bancos, que possuem maior participação na composição do Ibovespa, assim como acompanhando a valorização do mercado norte-americano na véspera.

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Além do impulso gerado pelos ADRs, o mercado se anima após o governo e o presidente da Câmara chegarem a um acordo para tentar votar a reforma da Previdência no plenário da Casa na primeira semana de dezembro, negociações que avançaram logo após o deputado Alexandre Baldy (GO), fiel aliado de Maia e que deve se filiar ao PP em breve, ser nomeado por Temer como novo ministro das Cidades.

Por outro lado, nesta tarde, Maia afirmou que “nunca falei data para ninguém”. “Se não tivermos condições de votar hoje, jogamos para um segundo momento. Vamos votar quando tiver voto, e acho que está longe”, afirmou o presidente da Câmara.

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Enquanto isso, Temer também liberou Maia para negociar os principais pontos da pasta, como as secretarias de Habitação, Saneamento, Desenvolvimento Urbano e Mobilidade Urbana, que serão divididos com o centrão, grupo formado por partidos como PP, PR, PTB e PRB. Ainda de acordo com o Estadão, o presidente da Câmara deve escolher também o novo presidente para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), atualmente sob comando de Paulo Rabello.

Com todas essas concessões, que deve contar ainda com a saída do tucano Antônio Imbassahy da Secretaria de Governo, Maia saiu fortalecido com a “faxina ministerial” e irá liderar as negociações com os parlamentares para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a PEC da Previdência. Segundo o presidente da Câmara, o governo está muito longe dessa marca, mas espera que a reforma ministerial mude esse cenário. Pelas contas de Beto Mansur, vice-líder do governo na Câmara, Temer conta hoje com 220 parlamentares e quer garantir pelo menos mais 100 votos com toda essa articulação política.

Para fechar a conta, o presidente da República irá reunir sua base aliada na próxima quarta-feira (22) para apresentar o nova versão da reforma da Previdência. Os pontos fechados são a idade mínima para a aposentadoria, 62 anos para as mulheres e 65 para homens, a equidade nas condições dos servidores públicos e trabalhadores do setor privado e uma regra de transição.

Enquanto isso, a equipe econômica segue com o discurso enfático de defesa da agenda de reformas. Ontem, Meirelles disse que, com o crescimento das despesas da Previdência, há o risco de acontecer no Brasil o que houve na Grécia, que teve que cortar valores pagos a aposentados. O ministro defendeu que a reforma proposta pelo governo vai estabelecer mais igualdade entre pobres e ricos e funcionários dos setores privado e público

Destaques do mercado
Na ponta positiva, além das ações do setor financeiro, destaque para os papéis da Usiminas (USIM5), que subiram após serem elevados pelo Morgan Stanley de “equalweight” para “overweight”. Fora do índice, destaque negativo para as ações da Wiz (WIZS3), que afundaram mais de 12% após a Caixa Econômica informar que a empresa não terá exclusividade em novo acordo com a CNP (veja mais aqui).

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 9,35 +7,10 +128,05 256,81M
 SMLS3 SMILES ON 81,11 +5,97 +95,13 73,07M
 RAIL3 RUMO S.A. ON 12,98 +5,96 +111,40 143,86M
 SBSP3 SABESP ON 32,35 +4,35 +16,65 56,25M
 WEGE3 WEG ON 23,17 +3,81 +51,90 64,66M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSNA3 SID NACIONALON 7,64 -1,04 -29,59 105,44M
 PETR3 PETROBRAS ON 16,36 -0,97 -3,42 134,24M
 NATU3 NATURA ON 32,60 -0,91 +42,34 51,59M
 PETR4 PETROBRAS PN 15,90 -0,75 +6,93 724,52M
 KROT3 KROTON ON ED 18,96 -0,26 +46,08 138,52M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 VALE3 VALE ON 34,05 +3,43 801,04M 635,19M 30.247 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,90 -0,75 724,52M 670,22M 35.056 
 BBAS3 BRASIL ON 33,15 +1,72 438,59M 294,45M 29.056 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 43,38 +2,00 367,47M 414,88M 19.447 
 BBDC4 BRADESCO PN 34,39 +2,29 362,27M 321,00M 24.709 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 24,28 +2,53 338,87M 210,88M 17.451 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 20,81 +1,31 275,98M 288,56M 25.176 
 USIM5 USIMINAS PNA 9,35 +7,10 256,81M 208,04M 19.388 
 CIEL3 CIELO ON 23,80 +1,71 226,28M 184,33M 15.226 
 RADL3 RAIADROGASILON 86,65 +2,67 191,06M 89,04M 11.185 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
IBOVESPA

Agenda econômica da semana
Com o feriado do dia de Ação de Graças nos EUA na quinta-feira (23) e o fechamento mais cedo das bolsas na sexta-feira (24), às 16h00, a semana promete ser marcada por volume financeiro reduzido nos mercado. Do lado da agenda econômica, o único destaque fica por conta da ata da última reunião do Fed na quarta-feira (22), quando manteve a taxa de juro inalterada. Para Luiz Fernando Castelli, economista-chefe da GO Associados, a ata deve reforçar a intenção do colegiado em aumentar a taxa de juros na última reunião do ano, em 12 e 13 de dezembro, refletindo o bom crescimento econômico do país.

Por aqui, após na segunda-feira serem divulgados os dados do Caged, apontando para a geração de 76.599 empregos em outubro, o maior número mensal desde setembro de 2014, e o IBC-Br apontar crescimento de 0,4% na passagem de agosto para setembro, em linha com o esperado pelo mercado, os investidores aguardam na quinta-feira (23) o IPCA-15 referente ao mês de novembro, que deve mostrar alta de 0,46% segundo as projeções da GO.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.