Petrobras e Vale sobem; Wiz cai 11% com má notícia da Caixa e 5 ações reagem a recomendações

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira 

Lara Rizério

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Vale (VALE3, R$ 33,25, +1,00%; VALE5, R$ 31,02, +1,31%) 

O noticiário para a Vale é bastante movimentado na volta do feriado, que também repercute a alta de 0,70%, a 470 iuanes, do minério em Dalian. A mineradora marcou para o dia 21 de dezembro uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para que os acionistas deliberem sobre a migração da companhia para o segmento do Novo Mercado da B3. Além disso, será votada a alteração no Estatuto Social para refletir a conversão de todas as ações PNA em ON, além de outras adequações necessárias para a migração.

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A mineradora ainda confirmou a  extensão do período de negociação com o Ministério Público Federal. A companhia foi intimada da decisão do Juízo da 12ª Vara Federal de Minas Gerais que acolheu o pedido do Ministério Público Federal, Samarco e suas acionistas, a Vale e a BHP Billiton, para prorrogar até 20 de abril de 2018 o prazo para celebração de novo termo de acordo entre as partes que tratará, dentre outros assuntos, de questões relacionadas à governança para execução dos programas de recuperação, informou a empresa em comunicado.  Durante este período, permanecerão suspensos os processos judiciais envolvendo as partes em curso perante o mesmo juízo. A Samarco também abriu Programa de Demissão Voluntária para 600 empregados.

Por fim, a Vale informou ainda a celebração de um acordo de compra de cotas com a Yara International ASA, para a venda de sua subsidiária integral Vale Cubatão Fertilizantes, que atualmente detêm e opera os ativos de nitrogenados e fosfatados localizados em Cubatão, litoral de São Paulo.

O preço de aquisição é de US$ 255 milhões a ser pago em dinheiro mediante a conclusão da transação contemplada pelo acordo de compra, prevista para o segundo semestre de 2018. A consumação da transação está sujeita à satisfação de várias condições, incluindo a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Ainda segundo a companhia, não há decisão de adiar a venda de fatia na mina Nova Caledônia. De acordo com comunicado ao mercado, o processo para encontrar um novo parceiro na mina de níquel está em andamento.

Petrobras (PETR3, R$ 16,65, +0,79%; PETR4, R$ 16,17, +0,94%)

A Petrobras segue o movimento levemente positivo do petróleo, com o WTI em alta de 0,34%, a US$ 56,61, além do dia positivo na véspera, dia de feriado no Brasil, para o ADR da companhia na NYSE.

No radar da estatal, ela anunciou o corte de 2,6% do preço da gasolina e de 0,6% o preço do diesel, válidos a partir de 22 de novembro.  A petroleira ainda informou o início da fase não vinculante referente ao processo de desinvestimento de 100% das ações da POGBV (Petrobras Oil & Gas B.V.). Ainda segundo a Petrobras, os interessados que tiverem assinado o Acordo de Confidencialidade receberão um memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre a operação, “incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes”.

Recomendações

As recomendações também são destaques na volta do feriado, levando a reações na bolsa. A Linx (LINX3, R$ 21,48, -2,81%) teve recomendação reduzida a neutra pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 23, enquanto o Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 75,27, +2,83%) foi elevado pelo Itaú BBA para outperform, com preço-alvo de R$ 96.

Já a Usiminas (USIM5, R$ 8,95, +2,52%) foi elevada a ‘overweight’ por Morgan Stanley, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 9 para R$ 10,90. Quem também teve o preço-alvo elevado foi a CVC (CVCB3, R$ 44,35, +0,80%) pelo BTG Pactual, de R$ 38 para R$ 58, com recomendação de compra mantida, destacando as fusões e aquisições positivas e o cenário macroeconômico mais positivo. Por fim, a Braskem (BRKM5, R$ 45,71, -3,18%) teve a recomendação reduzida a neutra pelo UBS, mas teve o preço-alvo elevado de R$ 49 para R$ 53. 

Frigoríficos

Após abrir em queda, as ações da JBS (JBSS3, R$ 7,79, +0,78%) viraram para leve alta. A  agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou o rating da JBS para BB-, em observação para possível novo rebaixamento. O rebaixamento deve-se à dependência que a JBS tem em relação aos bancos para rolar uma dívida de curto prazo que vence em julho de 2018, disse a agência de classificação de risco em comunicado. Além disso, a decisão também reflete incerteza em torno das várias investigações que estão ocorrendo na JBS e com seu acionista controlador. 

Além disso, a Rússia ainda informou que irá impor restrições temporárias às importações de carnes bovina e suína do Brasil a partir de dezembro. O país é o maior importador de carne suína do Brasil e ocupa a quarta posição no ramo bovino, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). O anúncio ocorre uma semana após a agência de segurança alimentar do país, a Rosselkhoznadzor, dizer ter encontrado o aditivo ractopamina em alguns carregamentos brasileiros.

Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que as restrições russas se referem apenas a algumas empresas, sendo três da JBS e uma da BRF, e que essas companhias devem corrigir o problema identificado. “Se alguma empresa fraudou, deixou passar ou não conseguiu controlar isso, cabe a eles fazerem essas adequações”, afirmou. As ações do Minerva (BEEF3, R$ 11,32, -2,16%) registram a queda mais acentuada do setor, enquanto BRF (BRFS3, R$ 42,55, +0,45%) e Marfrig (MRFG3, R$ 6,89, +0,58%) têm leves altas. 

Wiz (WIZS3, R$ 12,87, -10,92%)

A Caixa Econômica Federal informou que a Wiz não terá exclusividade em novo acordo com a CNP. Conforme destaca a Coinvalores, tudo começou quando a Caixa e a CNP resolveram antecipar o fim do acordo que tinham até 2021 e assinar um novo acordo, que vale já a partir do ano que vem, mas que abrange uma gama menor de produtos.

“O entendimento da Wiz é que a exclusividade que a companhia tinha na distribuição de produtos do acordo que valia até 2021 passaria a valer para os produtos abrangidos pelo novo acordo. O comunicado da Caixa de hoje diz que essa obrigação não abrange eventual nova joint venture formada pela CNP por meio de sociedade não controlada pela Caixa Seguros. Jogando ainda mais dúvidas em um terreno já carente de certezas”, aponta a Coinvalores.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 60,92, +2,73%)

Após um período de expressiva baixa, as ações do Magazine Luiza registram um dia positivo na bolsa, acumulando ganhos superiores a 24% em 5 pregões e voltando para a casa dos R$ 60,00. B2W (BTOW3, R$ 19,30, +0,89%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 22,65, +2,72%) também registram ganhos na bolsa. 

Na sexta-feira, o BTG Pactual reiterou recomendação de compra para a ação MGLU3, com novo preço-alvo de R$ 80 (versus preço-alvo anterior de R$ 74).

Os analistas apontam que não é de hoje que eles vêm falando o quão atrativo acham o case de MGLU, bem como a qualidade da execução. Além disso, apontaram que nos últimos trimestres a dinâmica competitiva mudou com players como Walmart e Cnova ficando mais racionais e a B2W decidindo descontinuar algumas categorias no B2C. “Mais importante do que tudo isso, na nossa visão, foi a capacidade do Magalu de montar uma plataforma omnichannel de sucesso. Dito isso, achamos que essa será a chave do sucesso para que a companhia entregue crescimento acima da média nos próximos anos, corroborando nossa visão positiva estrutural no case. O sell-off recente em decorrência do aumento da presença da Amazon no Brasil e de mais competição por parte do MercadoLibre nos pareceu exagerado e abriu oportunidade compra”.

Falando em Amazon, a empresa americana  anunciou na sexta-feira a inclusão de produtos para casa e cozinha em sua plataforma de marketplace no Brasil. Entre os produtos disponíveis estarão liquidificadores, fritadeiras, aspiradores, talheres e cafeteiras.  Assim como acontece com os livros e eletrônicos, a venda dos produtos acontece pelo modelo de marketplace, em que outras empresas usam o site da Amazon para vender seus produtos, pagando uma comissão de 10% para cada item vendido. 

Cemig (CMIG4, R$ 6,83, +2,71%)
As subsidiárias integrais Cemig GT e Cemig D celebraram com seus principais bancos credores um acordo para refinanciar seus endividamentos de curto e médio prazos, em um montante de até R$ 4 bilhões. Segundo comunicado da companhia, o acordo envolve a substituição de dívidas que vencem a partir de 2017 por novas dívidas com amortizações em 36 parcelas mensais a partir de janeiro de 2019, no caso da Cemig GT, e a partir de julho de 2019, no caso da Cemig D. Os ADRs da companhia negociados em Wall Street subiram 3,40% na segunda-feira.

Cosan (CSAN3, R$ 36,90, +2,19%)

O Cade aprovou a compra pela Cosan de fatia da Shell Gás na Comgás. A operação aprovada sem restrições consiste na aquisição, pela Cosan Limited, de participação acionária das empresas Integral e Shell Gás na Comgás, totalizando 16,77% do capital social da Comgás, segundo despacho publicado no Diário Oficial e no site do Cade. Os papéis CZLT33 avançam 7,66%, a R$ 29,50. 

O Grupo Cosan, por meio da Cosan S.A., já é titular de 63,11% do capital social da Comgás, exercendo desde 2012 controle compartilhado da empresa.   

 

Eletrobras (ELET3, R$ 20,27, +0,45%; ELET6, R$ 22,93, +0,75%)
A companhia informou ao mercado que a subsidiária Eletrosul assinou um acordo estruturante com a Shangai Electric Group. A iniciativa tem por objetivo a transferência de 100% dos empreendimentos de transmissão de energia elétrica, bem como as condições para a constituição de parceria futura para a Sociedade de Propósito Específico a ser criada pela companhia chinesa. A operação, contudo, ainda depende do aval dos órgãos reguladores brasileiros.

Já sobre a privatização da Eletrobras, o projeto de lei que vai abrir caminho para o processo deve ser aprovado até junho de 2018, e os R$ 12,2 bilhões esperados pelo governo federal devem ingressar no caixa em dezembro do ano que vem, prevê o relatório de receitas do Orçamento de 2018. O parecer não fala de riscos de frustração de receitas, caso esse cronograma tenha algum atraso.  O Tribunal de Contas da União (TCU) já alertou o governo para os riscos de prever grande concentração de receitas extraordinárias no fim do ano, uma vez que isso deixa pouca margem de manobra para compensar eventuais frustrações. Nessa hipótese, o governo poderia ter de fazer um corte de gastos para evitar descumprimento da meta fiscal, mas isso pode ser inócuo na reta final do ano, quando quase todas as despesas já foram empenhadas.

 

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,40, +7,62%)
A PDG Realty, do setor construção, e a PDG Companhia Securitizadora apresentaram na sexta-feira um novo plano de recuperação judicial, o que impulsiona as ações nesta terça. Segundo as empresas, que não deram mais detalhes sobre as mudanças, a elaboração do plano reflete ajustes que resultaram de negociações mantidas entre o Grupo PDG e seus credores ao longo das últimas semanas. O processo de recuperação judicial das empresas envolve ainda as demais 510 sociedades integrantes do seu grupo econômico.

O diretor presidente da PDG Realty, Vladimir Ranevsky, afirmou no início do mês que acreditava na aprovação do plano de recuperação na assembleia geral de credores. A primeira convocação está marcada para dia 22, e a segunda, para o dia 30.

Sanepar (SAPR4, R$ 11,68, +2,37%)
A Companhia de Saneamento do Paraná, Sanepar, informou que foi atingida a adesão mínima de 40% das ações preferenciais de emissão da companhia para o programa de conversão em units. Diante disso, a empresa confirmou que o programa de emissão de units será efetivamente implementado. Segundo a estatal, até 17 de novembro, data final do primeiro período de conversão de ações em certificados de depósitos de ações, foi verificada a adesão de aproximadamente 62,5% de ações PN em circulação.

O Segundo Período de Conversão, para os demais acionistas que ainda não solicitaram a conversão de suas respectivas ações, iniciará em 21 de novembro. A empresa ainda ressaltou que irá informar no futuro qual foi o percentual total de adesão que foi atingido.

Copel (CPLE6, R$ 23,89, +1,79%)
A Copel pediu adesão ao programa de units da Sanepar. A Copel Holding solicitou a conversão de 7,27 milhões de ações preferenciais em ordinárias e a formação de 7,27 milhões units. Enquanto isso, a Copel Comercialização solicitou a conversão de 6,37 milhões de ações ordinárias em preferenciais e formação de 1,59 milhões units.

A Copel Holding detém 7,2% de participação nas ações da Sanepar e a Copel Comercialização detém 1,6%.

BR Malls (BRML3, R$ 12,44, +0,97%)
A BR Malls convocou uma Assembleia Geral para o dia 13 de dezembro para deliberar sobre incorporação da EPI (Empresa Patrimonial Industrial IV), cujo capital é 100% detido pela BR Malls, informou a companhia em comunicado.

Profarma (PFRM3, R$ 7,54, -4,19%)
A Profarma anunciou a celebração de memorando de entendimentos com a BMK Participações e a BPL Brazil para a realização de aumento privado de capital entre R$ 200 milhões e R$ 350 milhões ao preço por ação de R$ 7, por meio do qual a BPL se comprometeu a subscrever e integralizar um montante mínimo de R$ 200 milhões. 

Randon (RAPT4, R$ 7,10, +2,90%)
A companhia informou que sua receita líquida consolidada aumentou 7% no acumulado de janeiro a outubro em relação a igual período no ano anterior, para R$ 2,4 bilhões. A receita líquida consolidada atingiu a marca de R$ 291 milhões em outubro, em um salto de 34% em comparação com o mesmo mês em 2016. A receita bruta total, por sua vez, atingiu R$ 417 milhões no mês, em um salto de 38,8%. No acumulado do ano, a métrica totalizou R$ 3,4 bilhões — 9,5% a mais que igual período no ano anterior.

Fras-le (FRAS3, R$ 5,49, +0,73%)
A companhia informou que sua receita líquida consolidada em outubro atingiu a marca de R$ 74 milhões, o que corresponde a uma alta de 7,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 2017, o indicador totalizou R$ 685,3 milhões, ou 0,2% abaixo do resultado entre janeiro e outubro de 2016.

(com Agência Estado e Agência Brasil)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.