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Índice de ADRs brasileiro contraria bolsa dos EUA e sobe 1%; Maia dá ultimato para Temer

Rafael Souza Ribeiro

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A bolsa esteve fechada no Brasil nesta quarta-feira (15) por conta do feriado da Proclamação da República, mas o noticiário não parou. Por aqui, o cenário político segue agitado, com Maia dando um ultimato para Temer sobre o prazo da reforma da Previdência. Nos EUA, o fechamento em alta do índice Brazil Titans 20 com a reviravolta dos ADRs (American Depositary Receipt) da Petrobras e Vale foi o grande destaque, fato que gera uma expectativa positiva para a volta dos negócios na B3 (entenda mais clicando aqui). Confira os destaques:

ADRs em alta

O índice Brazil Titans 20, que reúne os principais ADRs (American Depositary Receipt) de empresas nacionais negociados em Wall Street, reverteu as perdas da abertura e fechou em alta de 0,94%, aos 21.324 pontos, acompanhando a virada dos ativos da Petrobras e Vale, contrariando o movimento das bolsas dos EUA, que encerraram o pregão em queda.

Depois de recuarem mais de 1% no início do dia, os ADRs da Petrobras (PBR.A) – referentes às ações preferenciais da estatal – subiram 1,74%, a US$ 9,36, enquanto os PBR – que representam os papéis ordinários – fecharam em alta 1,50%, a US$ 9,82, em dia de recuperação após a forte queda da véspera em vista do resultado abaixo do esperado pelo mercado do terceiro trimestre (veja mais aqui) e ignorando mais um dia de queda do petróleo em Nova York e Londres. A commodity, que recuou mais de 2% no pregão passado, caiu cerca de 1% após a AIE (Agência Internacional de Energia) estimar menor demanda global pela commodity no ano que vem e refletindo os estoques de petróleo dos EUA na última semana, que surpreenderam ao marcar alta de 1,854 milhão de barris, enquanto os analistas estimavam queda de 1,4 milhão na semana até 10 de novembro.

Assim como a Petrobras, os ativos da Vale, que chegaram recuar 2% no intraday acompanhando o minério de ferro, que recuou 4% na China (veja mais aqui), iniciaram um processo de recuperação no final do dia e fecharam em alta de 0,87%, cotados a US$ 9,85. Destaque também para os ADRs da Sabesp, que subiram 5,20%, aos US$ 9,40%, após apresentar resultado acima do esperado no terceiro trimestre, segundo os analistas do Goldman Sachs, que destacaram a melhora operacional da empresa, em especial a parte de custos e geração de caixa. Além disso, os ativos da Fibria subiram 1,18%, cotados a US$ 15,48, refletindo o anúncio da empresa que vai elevar em US$ 30 o preço da tonelada de celulose vendida para Europa, América do Norte e Ásia a partir de 1º de dezembro deste ano.

EUA fecham em queda

Os principais índices de ações dos EUA recuaram nesta quarta-feira na esteira das cotações do petróleo e com os investidores digerindo os dados econômicos publicados às 11h30, com destaque para as vendas dos varejo, que surpreenderam os analistas e reforçam a expectativa de aumento da taxa de juro pelo Fed. O Dow Jones fechou em queda de 0,58%, enquanto S&P 500 e Nasdaq registraram desvalorização de 0,55% e 0,47%, respectivamente.

O CPI (Consumer Price Index), índice que mede a evolução dos preços ao consumidor nos EUA, registrou inflação de 0,1% na passagem de setembro para outubro, número em linha com o esperado pelo mercado. Enquanto isso, as vendas do varejo registraram alta de 0,2% na mesma comparação, enquanto as projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg apontavam para estabilidade.

O Core CPI, que exclui os itens mais voláteis, como energia e alimentação, avançou de 0,2% na passagem de setembro para outubro, valor semelhante ao esperado pelo mercado, ao passo que que o Retail Sales ex-Auto, que exclui o item Automóveis pelo mesmo motivo, subiu 0,1% e veio ligeiramente abaixo da projeção de crescimento de 0,2% dos analistas.

Maia vs Temer

É agora ou nunca. Irritado com Temer após ter assinado MP (Medida Provisória) alterando pontos importantes da reforma trabalhista na última terça-feira (14), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deu um ultimato ao presidente: ou o governo envia o novo texto da reforma da Previdência na próxima semana, ou não haverá chance nenhuma de votação neste ano, segundo detalha a colunista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo.

Cumprindo uma promessa feita em julho aos senadores governistas, Temer editou uma MP para fazer ajustes na nova legislação trabalhista, que entrou em vigor no último sábado (11). Porém, Maia defendia o envio de um Projeto de Lei, para que as mudanças fossem discutidas pelas duas casas e, assim, sancionadas pelo presidente: “óbvio que vou pautar o acordo que o presidente fez com o Senado, mas não acho justo. Encaminhá-la enfraquece a lei que foi sancionada”, disse Maia.

Ainda no campo das críticas, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Maia questionou a tentativa do governo em transferir a responsabilidade pela aprovação da reforma da Previdência para o Congresso: “empurrar a responsabilidade não ajuda. Tenho grande clareza de que a matéria precisa ser votada o mais rápido possível”, afirmou o presidente da Câmara.

PT ainda não morreu

Esperançosa das chances de Luiz Inácio Lula da Silva ganhar as eleições do ano que vem, Dilma Rousseff afirmou em debate realizado na última terça-feira (14) na Universidade Livre de Berlim que o PT não pode abrir mão da candidatura do ex-presidente e deve “lutar até o último minuto para que ele possa ser candidato”.

Sobre os possíveis adversários de Lula, Dilma não poupou críticas aos tucanos, que, segundo ela, são os adversários históricos dos petistas: “o PSDB era o partido da modernização conservadora. Eles tinham um programa. E depois passaram a ser aliados do que há de pior, os símbolos da corrupção”, afirmou a ex-presidente. Segundo ela, a ausência de uma força conservadora de centro favorece a ascensão da direita em figuras como Jair Bolsonaro e “com isso se cria grupos como o MBL, de extrema-direita, que têm um padrão de agressão que leva a um clima insustentável de intolerância”, finalizou.

Trump na mira da Coreia

Em editorial publicado nesta quarta-feira (15), o governo norte-coreano classificou como uma “declaração de guerra” o discurso de Donald Trump durante visita à Coreia do Sul na semana passada, quando acusou Kim Jong-un de impor uma “ditadura cruel” no país, ao passo que o presidente norte-americano deve ser condenado à morte. “O pior crime pelo qual ele nunca poderá ser perdoado é que ele ousou afetar malignamente a dignidade do nosso líder supremo (..) ele deve saber que é apenas um criminoso hediondo condenado à morte pelo povo coreano”, segundo o jornal estatal Rodong Sinmun.

Quando esteve em Seul, capital da Coreia do Sul, o presidente dos EUA foi categórico em dizer que o governo norte-coreano viola os diretos humanos e que Kim Jong-un transformou o país em um inferno com seu plano ditatorial.

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