Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta sexta-feira

Confira os assuntos que agitarão os mercados nesta sessão

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Crise ainda mais profunda no PSDB, governo ainda buscando votos para a Previdência, pessimismo com a reforma tributária de Donald Trump. O dia promete ser de tensão para o mercado brasileiro. Confira os destaques desta sexta-feira na bolsa:

1. Bolsas mundiais

As bolsas externas seguem em queda em meio a dúvidas sobre pacote tributário no Senado dos EUA depois que os senadores republicanos apresentarem ontem um plano tributário diferente do que havia sido anunciado na semana passada pelos deputados do partido. Pela proposta apresentada, o muito aguardado corte nos impostos de empresas ficaria só para 2019.

No Japão, os investidores aproveitaram o momento para realizar lucros, que acumulou forte valorização nos últimos meses e atingiu os maiores níveis desde 1992 nesta semana. Já na Europa, diante da perspectiva de que os EUA demorem mais para reduzir impostos, ficaram em segundo plano notícias positivas da economia britânica e da temporada de balanços. No Reino Unido, a produção industrial cresceu 0,7% em setembro ante o mês anterior e teve alta de 2,5% na comparação anual, segundo dados oficiais divulgados hoje, superando projeções dos analistas.

Às 8h25 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,41%

*FTSE (Reino Unido) -0,31%

*DAX (Alemanha) -0,31% 

*FTSE MIB -0,25%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,79% (fechado)

*Xangai (China) +0,16% (fechado)

*Nikkei (Japão) -0,82% (fechado)

*Dow Jones futuro (EUA) -0,20%

*Petróleo WTI +0,05%, a US$ 57,20 o barril

*Petróleo brent +0,30%, a US$ 64,12 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,39%, a 462,50 iuanes

2. Agenda econômica

O grande destaque da agenda doméstica fica para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro sai nesta sexta, às 9h (horário de Brasília). Segundo mediana das estimativas em pesquisa Bloomberg, o indicador deve acelerar para 0,48% no último mês, acima do nível de 0,16% de setembro. Se a estimativa for confirmada, o dado será o maior desde julho de 2016. O IPCA acumulado de 12 meses também deve acelerar, embora permaneça abaixo de 3%.

Já nos EUA, atenção para os dados de confiança dos consumidores da Universidade de Michigan, a ser revelado às 13h.

3. Reforma da Previdência

Na última quinta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu que líderes da Câmara dos Deputados chegaram à conclusão de que se vote a reforma da Previdência ainda este ano. Segundo o ministro, há empenho de lideranças para aprovar Previdência e o importante é que reforma tenha efeito do ponto de vista fiscal. Contudo, conforme aponta a coluna de Raymundo Costa no Valor Econômico, o tempo joga contra Temer no Congresso: o governo teria 280 votos na Câmara para reforma e ainda precisaria garimpar 28 votos.

Enquanto as negociações sobre a reforma continuam, o Tesouro Nacional, aproveitando-se do momento ainda favorável internacional informou que o Brasil exercerá a opção de compra do título Global 2019 com cupom de 5,875% no mercado externo. Em valor de face, a operação atinge a marca de US$ 1,7 bilhão.

4. Crise se agrava no PSDB

O noticiário sobre reforma da Previdência foi, de certa forma, ofuscado pelas notícias indicando um racha ainda maior no PSDB após o senador Aécio Neves (MG) destituir Tasso Jereissati da presidência interina do partido na tarde de quinta-feira. Aécio justificou a decisão para equilibrar disputa no PSDB; Tasso, que era o presidente interino, concorre com o governador de Goiás, Marconi Perillo, eleição para comandar a legenda.

Conforme aponta o Valor, a possibilidade do senador Tasso Jereissati (CE) usar a presidência do PSDB como plataforma de lançamento de sua candidatura ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2018, determinou a volta do senador Aécio ao comando do partido, com o aval de tucanos de São Paulo. Já a Folha de S. Paulo aponta que o maior prejudicado com a confusão é justamente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Segundo o Estadão, a atitude de Aécio teve apoio do Planalto e a estratégia pode ter impacto na operação que vinha sendo capitaneada por Tasso para o partido desembarcar do governo.  

5. Noticiário corporativo

Os resultados do terceiro trimestre seguem dando o tom nesta sexta-feira. A BRF reportou lucro líquido de R$ 138 milhões no terceiro trimestre de 2017, crescimento de mais de sete vezes (alta de 666,67%) ante o mesmo período de 2016 e superou a expectativa dos analistas, que projetavam lucro de R$ 121,7 milhões. A Minerva fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 85,8 milhões, uma alta de 80,9% ante os R$ 47,4 milhões registrado no mesmo período do ano passado. 

A Ecorodovias registrou lucro de R$ 125,3 milhões, alta de 86,8% sobre o mesmo período do ano passado, resultado impulsionado pela redução de custos e de despesas, enquanto o prejuízo líquido da Gafisa cresceu mais de 2 vezes no terceiro trimestre, passando para R$ 157,84 milhões ante o mesmo período do ano passado, enquanto a incorporadora Tenda fechou com lucro líquido de R$ 30,7 milhões, crescimento de 33,3% frente ao mesmo período de 2016. Além delas, Senior Solution, Ouro Fino, Kroton e São Martinho divulgaram resultados.

Por fim, no InfoTrade de hoje, destaque para o Dólar Futuro, que está em um ponto decisivo para a retomada da tendência de alta de curtíssimo prazo. No “Gráfico do Dia”, um alerta para os comprados nas ações da RD (RADL3) – confira a análise completa.

(Com Agência Estado e Agência Brasil)

Tópicos relacionados

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.