Venda da Eletrobras deve frear alta em conta, “novata da bolsa” é compra para 3 bancos, 5 balanços e mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (7)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com três recomendações de ações, a intensa temporada de balanços, com destaque para Smiles, Localiza e Itaúsa, além de novidades sobre a privatização da Eletrobras. Confira mais destaques: 

Petrobras (PETR3; PETR4)
O GEMP (Grupo Executivo de Mercado e Preços) da Petrobras decidiu na segunda-feira elevar o preço da gasolina em 2,3% e o do diesel em 1,9%. Isso acontece, segundo a estatal, uma vez que, para a gasolina, o limite superior de variação de 7% fixado pela política de preços da companhia para decisões da área técnica foi atingido. O reajuste entrou em vigor à meia noite desta terça-feira. “O reajuste foi causado principalmente pelo aumento das cotações dos produtos e do petróleo no mercado exterior, influenciado pela geopolítica internacional, assim como pela continuidade da política de contenção da oferta pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). Além disso, verificou-se uma depreciação do valor do real frente ao dólar”, disse a companhia. 

Na segunda-feira, o petróleo disparou mais de 2% em Nova York e mais de 3% em Londres, após ação anticorrupção na Arábia Saudita, que fortalece o poder do príncipe Mohammed bin Salman, favorável a cortes de produção pela Opep. O comitê anticorrupção da Arábia Saudita decretou no último domingo (5) a prisão de 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros, todos acusados de desvios de dinheiro. Nesta terça, a companhia elevou o preço da gasolina em 0,6% e do diesel em 2,5%, válido para quarta-feira (8). 

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Ainda no radar da estatal, a Reuters informou que a Petrobras pediu que Odebrecht pare as operações Norbe VIII. Além disso, em comunicado, a estatal informou que planeja a retomada do terminal de Pecém em 27 de novembro.

Smiles (SMLE3)
A Smiles encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 339,5 milhões, resultado 134,6% acima dos R$ 144,7 milhões registrados um ano antes. O mercado esperava um lucro de R$ 153,7 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. A receita líquida, por sua vez, avançou 10,7%, para R$ 440,8 milhões, ficando abaixo da projeção dos analistas de R$ 465,2 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) recuou 1,7%, para R$ 163,0 milhões. Já a receita com resgate de milhas atingiu R$ 423,5 milhões, alta de 13,6% ante o mesmo período de 2016. Os resgates de milhas (quando os prêmios são efetivamente amortizados) são a principal fonte de receita da empresa.

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De acordo com a empresa, o acúmulo de milhas do programa entre julho e setembro apresentou crescimento de 65,0% em relação ao mesmo período de 2016, impulsionado pelo crescimento no acúmulo das milhas oriundas de bancos, varejo e serviços de 40,7% e da nova dinâmica de acúmulo na Gol, onde o cliente que voa com a Gol acumula mais milhas por real gasto, apresentando um crescimento de 52,4% em um ano.

Por outro lado, as despesas operacionais da Smiles subiram 6%, o que, segundo a empresa tem relação com três fatores: (i) aumento de R$ 2,8 milhões em despesas com pessoal (consolidado entre despesas comerciais e administrativas), associado principalmente ao maior número de colaboradores; (ii) ao aumento das despesas comerciais de R$ 3,3 milhões, principalmente em decorrência das despesas associadas ao processamento de cartões de crédito; e (iii) do aumento de R$ 700 mil nas despesas com serviços de informática, contabilizadas nas despesas administrativas.

De acordo com o Itaú BBA, o faturamento bruto continua forte, mesmo com queda nos preços unitários. 

Localiza (RENT3)
A Localiza fechou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 139,5 milhões, resultado 34,3% acima dos R$ 103,9 milhões registrados um ano antes, e um novo recorde trimestral da companhia. O resultado ficou levemente acima do que o mercado esperava, com um lucro de R$ 132,0 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Em seu release, a empresa afirmou que, enquanto a alta do Ebitda afetou positivamente o lucro, houve um aumento de R$25,7 milhões nas despesas financeiras líquidas, em função do aumento da dívida líquida, principalmente em razão dos investimentos para compra de 49.051 carros e na aquisição da Hertz por R$ 360,1 milhões. Este efeito, porém, foi parcialmente compensado pela queda na taxa básica de juros.

A receita líquida, por sua vez, avançou 39,2%, para R$ 1,56 bilhão, contra uma projeção dos analistas de R$ 1,4 bilhão. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficou em R$ 332,2 entre julho e setembro, um avanço de 31,8% em um ano, superando a expectativa do mercado, que era de R$ 301,6 milhões.

Apesar do Ebitda acima do esperado, a companhia informou que fez um ajuste de R$ 21,5 milhões referente a custos não recorrentes relacionados à aquisição das operações da Hertz Brasil e da integração de 17 agências franqueadas.

Enquanto isso, a frota da divisão de aluguel de carros cresceu mais de 39 carros em 12 meses, o que equivale a 44,7%, enquanto a divisão de gestão de frotas avançou em mais de 10 mil veículos no mesmo período, alta de 29,7%.

A companhia apresentou, mais uma vez, resultados fortes para o trimestre, mesmo após os custos gerados pela aquisição da Hertz, dizem analistas do Safra em relatório, enquanto o Bradesco BBI apontou: “ninguém pode parar a Localiza”. A companhia apresentou lucro líquido 8% maior do que o esperado pelo banco, justificado por pré-venda de aluguel de carros melhor que o esperado, segundo relatório. 

Marcopolo (POMO4)
A Marcopolo encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 13,7 milhões, queda de 92,3% em relação ao lucro de R$ 177 milhões registrado no mesmo intervalo de 2016. De acordo com a empresa, o lucro foi afetado pela contabilização de R$ 34,8 milhões como “outras despesas operacionais”, entre os queis estão os custos relacionados ao incêndio que atingiu a unidade Ana Rech, em Caxias do Sul, no valor de R$ 17,7 milhões.

A companhia afirma que estas despesas também impactaram o Ebitda, que ficou em R$ 24,1 milhões entre julho e setembro, uma queda de 91,8% em um ano. A margem Ebitda, por sua vez, caiu de 41,6% para 3,3% no mesmo período. Já a receita líquida fechou em R$ 736,8 milhões, alta de 4%.

Linx (LINX3)

O lucro líquido ajustado da Linx teve alta de 11,1% na base de comparação anual, para R$ 19,98 milhões, enquanto a receita líquida operacional subiu 17,2%, a R$ 144,37 milhões. 

Os destaques foram resultados robustos em vendas e margens operacionais da Synthesis e margem bruta sólida de 71% na ponta positiva, gastos administrativos altos na ponta negativa, dizem analistas do Bradesco BBI em relatório. As vendas e Ebtida ajustado ultrapassaram em 5% e 9% as estimativas do Itaú BBA, segundo relatório. O ponto positivo mais importante foi resultado resiliente de vendas não-recorrentes, refletindo o modelo de sucesso da Linx, diz relatório.

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa, controladora do banco Itaú Unibanco e as empresas Duratex, Elekeiroz e Itautec, teve lucro líquido aos seus acionistas de R$ 2,3 bilhões no terceiro trimestre, alta de 11%na base de comparação anual. Já a receita da companhia subiu 11% na mesma base de comparação, para R$ 1,3 bilhão. O lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social subiu 13%, a R$ 2,3 bilhões.

BRF (BRFS3)

A disputa entre o empresário Abilio Diniz e os fundos de pensão vem dificultando a troca de comando na BRF, aponta o jornal Folha de S. Paulo. Abilio, que preside o conselho de administração e detém cerca de 4% da BRF, defende o nome de José Aurélio Drummond Junior, membro do colegiado e ex-presidente da Whirpool. A indicação tem apoio do fundo Tarpon.

Maiores acionistas da BRF, os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) resistem à escolha de Drummond. As famílias Fontana e Furlan, que eram donas da Sadia e continuam com uma fatia minoritária, também não concordam. Segundo interlocutores dos fundos, Petros e Previ não estão confortáveis com a indicação de Drummond por conta de sua proximidade com Abilio e com a Tarpon. Os fundos avaliam que a BRF precisa de uma mudança significativa na gestão.

Recomendações

Em destaque entre as recomendações, a Omega Geração (OMGE3) foi iniciada como ’outperform’ pelo Itaú BBA; já o Pão de Açúcar (PCAR4) foi elevado a ‘outperform’ pelo Credit Suisse, com preço- alvo de R$ 92.

Enquanto isso, a Camil (CAML3), que estreou na bolsa em 28 de setembro, teve cobertura iniciada pelo Santander, Itaú BBA e Bradesco BBI com recomendação de compra. O Itaú BBA tem preço-alvo de R$ 13 para a ação e destaca que a Camil tem vantagens competitivas significativas devido à sua escala, marcas reconhecidas e seu portfólio, que se traduzem em retornos altos e bom crescimento. “A Camil é a nossa principal escolha no setor de alimentos e bebidas”, afirmam os analistas. O Bradesco BBI também destacou, em relatório de ontem, que a ação é a preferida no setor de alimentos e possui preço-alvo de R$ 12 para os ativos, apontando que a empresa tem um perfil defensivo e deve continuar entregando uma margem Ebitda entre 10% e 12%, como tem feito nos últimos dez anos. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Após reunião do presidente Michel Temer e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o governo decidiu ontem que enviará ainda esta semana ao Congresso Nacional dois projetos de lei que com as regras da privatização da Eletrobras. Um, com a privatização das distribuidoras, e outro com o modelo de venda das ações da estatal.

Pela proposta, parte do dinheiro da privatização da Eletrobras será destinado para ações de revitalização do Rio São Francisco e parte vai para o caixa da União. O governo ainda discute se os projetos serão enviado à Câmara com urgência constitucional. A ideia é que as propostas sejam aprovadas ainda este ano. A privatização da principal estatal do setor elétrico, com a possibilidade de venda de ações na Bolsa de Valores, foi anunciada pelo governo em agosto deste ano. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a medida tem o objetivo de dar mais competitividade e agilidade às operações da empresa. A expectativa é arrecadar R$ 12 bilhões.

A intenção do governo é reduzir a participação da União no capital da Eletrobras, hoje em 63%, com sua consequente democratização na Bolsa de Valores, a exemplo do que já foi feito com a Embraer e a Vale. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o governo permanecerá como acionista, recebendo dividendos ao longo do tempo, e a União manterá poder de veto na administração da companhia, garantindo que decisões estratégicas no setor sejam preservadas. Na emissão de ações da empresa, cada investidor poderá ter no máximo 10% das ações ordinárias, para que o controle seja de fato pulverizado. 

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, declarou estar otimista com o processo de privatização da estatal que comanda. Ele disse acreditar que a emissão das novas ações para negociação no mercado ocorrerá até o segundo semestre de 2018. Para Wilson Ferreira Júnior, será possível levar o processo adiante mesmo com a agenda eleitoral do próximo ano. “É do interesse do país. O país precisa se esforçar, se é bom”.

Por fim, o jornal O Globo informa que Temer bateu o martelo e decidiu que parte do dinheiro arrecadado com a privatização da Eletrobras será destinado a evitar uma alta maior nas contas de luz a partir de 2019. As receitas totais esperadas com a venda da empresa superam a cifra de R$ 30 bilhões, dos quais um terço serviria para diminuir as tarifas de energia e os dois terços restantes se destinariam ao Tesouro e à própria estatal.

JBS (JBSS3)

A JBS aderiu ao Programa Especial de Regularização Tributária, o PERT, relacionado a débitos de INSS, PIS, Cofins e IR/CSLL da companhia, inscritos ou não na dívida ativa da União, segundo comunicado. Considerando o efeito líquido entre os débitos aderidos ao PERT, incluindo as reduções pelo programa, e as provisões já constituídas, JBS apurou impacto negativo contabilizado no lucro líquido do terceiro trimestre de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Dos R$ 4,2 bilhões inclusos no programa, 20% do valor bruto serão pagos em parcelas mensais até dezembro de 2017, totalizando R$ 1,1 bilhão. Os débitos no âmbito da RFB serão quitados à vista com a utilização de créditos tributários, totalizando R$ 1,6 bilhão. 

Os débitos de competência da PGFN serão quitados em 145 parcelas mensais e sucessivas a partir de janeiro de 2018, totalizando R$ 1,5 bilhão. O valor parcelado considera reduções de 80% dos juros de mora, 50% das multas de mora e de ofício e 100% dos encargos legais. Os valores parcelados sofrerão atualização pela taxa Selic e a adesão ao PERT representa uma economia total de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, segundo comunicado. 

Eletropaulo (ELPL4)

O Conselho de administração da Eletropaulo deliberou promover o encerramento do Programa de American Depositary Receipts – ADRs, Nível I, da companhia segundo comunicado. A “AES Eletropaulo manterá o mercado e seus acionistas informados a respeito de eventos subsequentes relevantes relacionados ao encerramento do Programa de ADRs”.

Oi (OIBR4)

Com dívidas de R$ 65,4 bilhões, a operadora de telefonia Oi passará a ter um representante da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) nas reuniões de diretoria. A informação foi dada pelo presidente da agência reguladora, Juarez Quadros. Com a decisão, a Anatel passará a monitorar a proposta de apoio ao plano de recuperação judicial a ser oferecida aos detentores de títulos da companhia.

Desde 2016, a Anatel participava das reuniões do Conselho de Administração da Oi. A Anatel aprovou uma medida cautelar que pede uma cópia da proposta de recuperação judicial e impede a operadora de assinar o acordo antes que os diretores da agência o analisem.

De acordo com Quadros, a Anatel precisa conhecer os termos da proposta de recuperação judicial para analisar se ela não provocaria prejuízos para a sociedade. “Agora, nós teremos acesso também a reuniões da diretoria executiva da empresa. Além da cautelar, estamos pedindo que uma minuta de um acordo seja apresentada à Anatel para apreciação para verificar se não há nenhum dano à continuidade da prestação dos serviços, à garantia dos direitos dos trabalhadores que compõem a empresa e dos consumidores”, disse.

Apesar de a entrada da Anatel nas reuniões de diretoria ampliar o controle da agência sobre a Oi, Quadros negou que a medida signifique intervenção. “O representante da agência não tem poder de veto e de decisão, tampouco o Conselho Diretor [da Anatel]. Ele apenas trará as informações suficientes para acompanhar a rotina da companhia”, declarou.

Aprovada pela maioria do Conselho de Administração da Oi no último sábado (4), a proposta de recuperação judicial depende apenas da aprovação em assembleia de credores e acionistas para tornar-se o plano de recuperação judicial da empresa. Prevista para hoje (6), a assembleia foi adiada para sexta-feira (10) porque alguns acionistas questionaram o apoio financeiro aos detentores de bônus (títulos) da operadora.

Protagonista do maior pedido de recuperação judicial da história, a Oi enfrenta dificuldades para fechar um acordo entre credores e acionistas para poder renegociar a dívida bilionária. Os credores propuseram a conversão das dívidas em ações, o que os faria virar donos de uma grande fatia da empresa. Os atuais acionistas, no entanto, não querem diminuir a participação na companhia

Outro ponto de atrito é o desconto da dívida pedido pela Oi na primeira proposta de recuperação judicial, apresentada em setembro do ano passado. Os credores consideraram alto o abatimento. Desde então, propostas alternativas de recuperação judicial têm sido discutidas, sem sucesso.

Suzano (SUZB5)

A Suzano informou que inicia a negociação no Novo Mercado em 10 de novembro. A empresa também aprovou a recompra de US$ 300 milhões de senior notes 2021.

 PetroRio (PRIO3)

A Petro Rio aprovou a recompra de até 624 mil ordinárias em 18 meses. 

(Com Agência Brasil e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.