Justiça dos EUA suspende class action contra Petrobras; 4 recomendações, lucro de R$ 1 bi do BB Seguridade e mais destaques

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma semana que promete ser movimentada por conta da bateria de resultados, o destaque fica para as recomendações de ações e para o noticiário sobre Petrobras, Oi e Eletrobras. Confira no que se atentar nesta segunda-feira na bolsa:

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras obteve uma vitória na Justiça americana, com a Suprema Corte do país suspendendo a class action (espécie de ação coletiva) contra a empresa. “A class action permanecerá suspensa até que a Suprema Corte norte-americana decida se apreciará recurso da Petrobras”, segundo fato relevante da estatal.

A companhia informa que protocolou em 1 de novembro “petição à Suprema Corte norte-americana requerendo a admissão de recurso contra determinados aspectos da decisão da Corte Federal de Apelações do Segundo Circuito que, em 7 de julho, que anulou parcialmente a certificação de classe e determinou que a matéria fosse reapreciada pela Corte de primeira instância”. 

Oi (OIBR4)

O fundo Société Mondiale, veículo pelo qual o empresário Nelson Tanure detém 5,28% da operadora de telefonia Oi, repudiou no domingo (05) as declarações feitas na véspera pelo Moelis & Company, FTI e G5 Evercore, maior grupo de detentores de títulos internacionais da empresa de telefonia. Ontem, os bondholders internacionais conclamaram, por meio de comunicado, todas as partes envolvidas na recuperação judicial da tele brasileira a agirem para desfazer o que classificou de “manobra claramente ilegal” do conselho de administração, dando prosseguimento aos esforços para a aprovação de um plano que possa reunir o apoio de todos os interessados. 

Na sexta-feira (3), o conselho de administração da Oi aprovou um novo Plan Support Agreement (PSA) apoiado por Tanure e rejeitou o proposto pelo grupo Moelis & Company, FTI e G5 Evercore. O conselho de administração também aprovou as nomeações dos conselheiros Hélio Costa e João Vicente Ribeiro para os cargos de diretores estatutários da Oi. O novo plano deverá ser registrado amanhã (06) na 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. O PSA é uma espécie de pré-acordo de adesão ao plano de recuperação da Oi. Os credores que assinarem o papel terão que votar a favor do plano na assembleia marcada para 10 de novembro, além de assumir o compromisso de participar da injeção de recursos na operadora. O plano prevê a capitalização de R$ 9 bilhões, sendo R$ 3 bilhões em conversão de dívidas e R$ 6 bilhões em novos aportes divididos entre bondholders (R$ 3,5 bilhões) e acionistas (R$ 2,5 bilhões).

No domingo, o fundo de Tanure defendeu, por meio de nota, o PSA e a nomeação dos conselheiros Hélio Costa e João Vicente Ribeiro para a diretoria da Oi, afirmando que eles reforçam “o time atual nessa fase de demandas extremas”, e que concordaram em receber 1/3 do salário dos atuais diretores. O Société critica ainda a proposta feita pelos acionistas internacionais, já rejeitada pelo conselho. “Na mesma reunião (sexta-feira), os conselheiros também avaliaram a correspondência enviada à Oi por Moelis & Company, FTI e G5 Evercore, com um esboço de uma proposta alternativa ao plano de RJ (recuperação judicial) protocolado na Justiça, e consideraram os seus termos inaceitáveis”, disse o fundo de Tanure.

Segundo o Société Mondiale, a proposta feita pelos assessores da Moelis, FTI e G5 Evercore “é um esboço de intenção de proposta sem garantia e não vinculante, a ponto de nem sequer nomear um único bondholder que o apoie. Os seus termos foram considerados inaceitáveis pelo Conselho por muitas razões”, disse em nota, enumerando em seguida dez falhas da proposta, entre elas a de não trazer assinatura de nenhum credor, nem comprometer nenhum credor a votar favoravelmente ao plano de recuperação judicial da companhia. O fundo lembra ainda que o PSA aprovado pelo conselho foi construído ao longo de muitos meses, com a contribuição de diversos credores, e que a companhia tem um plano “exequível, juridicamente viável e financeiramente sustentável, que conta com o apoio de um número expressivo de bondholders”, ressalta a nota.

Ainda sobre a Oi, vale destacar que, segundo noticiou o jornal O Globo na última quarta-feira (2), a China Telecom, uma da maiores empresas de telecomunicações do mundo, mostrou em reuniões com o governo que pode aportar até R$ 20 bilhões na Oi. De acordo com a fonte ouvida pelo jornal, a companhia chinesa informou sua intenção de investir na tele carioca ao participar de reuniões na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e na Advocacia-Geral da União (AGU) nesta quarta-feira. Com esse volume de recursos, a chinesa poderá ter até 70% das ações da Oi. Cabe lembrar que, nesta manhã, às 9h30, o presidente da Oi Mauro Schroeder se encontra com o secretário Eduardo Guardia e com a advogada-Geral da União, ministra Grace Mendonça, para falar sobre o processo de recuperação judicial da companhia. 

Recomendações

Em destaque no noticiário, estão as recomendações de ações: a AES Tietê (TIET11) foi elevada para ’neutra’ por Credit Suisse, assim como a Engie Brasil (EGIE3). A B2W Digital (BTOW3), por sua vez, foi rebaixada a ’market perform’ pelo BB Investimentos, enquanto a Camil Alimentos (CAML3) foi iniciada com recomendação ’overweight’ pelo JPMorgan.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A equipe econômica está disposta a usar todas as ferramentas para reduzir a participação da União na Eletrobras, afirmou ontem o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em Madri, onde participará de reuniões com potenciais investidores no setor de infraestrutura, com vistas a divulgar os leilões que o governo tem programados. A viagem oficial, que ainda incluirá uma passagem pela Itália, vai tentar destacar o atual cenário de recuperação da economia brasileira.

O primeiro passo será uma emissão de ações da estatal, atualmente em fase de definição. Pelos cálculos do ministro, a operação deve fazer com que a fatia do governo caia de pouco mais de 60% das ações com direito a voto para cerca de 40%. Caso a emissão seja insuficiente para atingir esse resultado, o governo partirá para uma nova venda direta de papéis. Segundo ele, a maior preocupação do governo hoje é a de que a diluição da União não ocorra mesmo com emissão de ações.

Para o mercado financeiro, a redução de 60% para 40% vai na direção correta – mas, mesmo assim, o consenso é que a participação estatal na companhia ainda continuaria a ser expressiva. “(A redução da participação do governo para 40%) não é um target (objetivo) nosso, ao contrário. Mas é que, pelo tamanho do aumento de capital pela emissão de ações, dificilmente vai diluir mais do que isso”, explicou o ministro. Para que a fatia estatal seja reduzida para algo mais perto de 20% ou 30%, de acordo com Oliveira, seria preciso um fluxo “enorme”, dado o alto valor de mercado da companhia. “A participação do governo na Eletrobrás vai continuar sendo alta, mas se houver risco de a participação do governo não ser diluída, aí sim pode ser que se venda uma pequena parcela.”

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, holding que concentra os negócios de seguros do Banco do Brasil, reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,021 bilhão no terceiro trimestre, cifra 3,4% superior em um ano, de R$ 987,930 milhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, de R$ 956,306 milhões, cresceu 6,8%.

O resultado contábil da BB Seguridade, que considera eventos extraordinários, foi de R$ 1,192 bilhão de julho a setembro, aumento de 20,7% em um ano e de 24,7% no comparativo trimestral. O impulso veio, conforme explica a companhia em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, da venda de parte de suas ações na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do IRB Brasil Re, que gerou ganho líquido de R$ 171,2 milhões.

A BB Seguridade explica ainda que, no trimestre, seu lucro líquido foi impactado pela queda da taxa Selic e dos índices de inflação, o que levou o resultado financeiro combinado das empresas do grupo a uma redução de 6,3% comparado ao mesmo período de 2016, para R$ 270 milhões.

“Por outro lado, o resultado operacional, considerando o combinado de todas as
empresas do conglomerado, apresentou crescimento de 7,3%, impulsionado pelos
segmentos de previdência e resseguros, e pelo aumento do resultado operacional
consolidado da holding BB Seguridade e suas subsidiárias integrais BB Seguros e BB
Corretora”, acrescenta a companhia, em relatório.

De julho a setembro, o volume total de prêmios emitidos de seguros, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização alcançou R$ 15,8 bilhões, expansão de 2,9% sobre igual período de 2016.

No acumulado até setembro, o lucro líquido ajustado da BB Seguridade alcançou R$ 3,0 bilhões, com retração de 2,1% sobre igual período do ano passado. Com tal desempenho, a companhia está dentro das expectativas divulgadas no guidance revisado em agosto, de redução dos resultados de 1% a 5% neste ano.

A BB Seguridade encerrou o terceiro trimestre com R$ 9,906 bilhões em ativos totais, aumento de 10,2% em um ano. Entretanto, na comparação com o trimestre anterior, foi vista queda de 3,4%. Seu patrimônio líquido foi a R$ 9,890 bilhões, crescimento de 10,1% e 13,9%, respectivamente. O retorno ajustado da BB Seguridade (RSPL) foi a 46,4% ao final de setembro contra 44,5% ao final de junho e 48,9% no mesmo mês do ano passado.

 

Cemig (CMIG4)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 6, aviso de homologação e adjudicação do leilão das Usinas São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, cujas concessões pertenciam à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

O aviso ratifica os vencedores da concorrência: a chinesa SPIC Pacific Energy levou São Simão; a franco-belga Engie Brasil Minas Geração ficou com Miranda e Jaguara; e a italiana Enel Brasil arrematou Volta Grande.

As quatro hidrelétricas foram leiloadas no dia 27 de setembro e renderam uma arrecadação em outorgas de R$ 12,13 bilhões ao governo federal, resultado 9,73% maior que o valor mínimo estabelecido. O recurso deverá entrar nos cofres da União até 30 de novembro.

PDG Realty (PDGR3)

A PDG Realty viu seu prejuízo líquido cair 82,6% no terceiro trimestre de 2017 na base de comparação anual, passando para R$ 299 milhões. A receita líquida, que havia ficado negativa em R$ 84 milhões no ano passado, ficou positiva em R$ 15 milhões neste trimestre. Já as despesas gerais e administrativas caíram em 38%, para R$ 29,3 milhões, em meio à continuidade da readequação da estrutura da empresa às suas operações.O número total de colaboradores da incorporadora teve queda de 96% desde 2012, para 383. 

(Com Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.