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SÃO PAULO – A sessão que já era negativa para o Ibovespa nesta segunda-feira (23) azedou na reta final do pregão com o mercado seguindo o clima tenso no exterior e também de olho no rumo da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e com a reforma da Previdência, que segundo a Bloomberg deve mesmo ser desidratada pelo governo para ser aprovada.
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,28%, aos 75.413 pontos – próximo da mínima do dia, quando caiu 1,41%. O volume financeiro ficou em R$ 7,500 bilhões. Já o dólar comercial, teve forte alta de 1,30%, cotado a R$ 3,2311 na venda – maior patamar desde 11 de julho -, enquanto o dólar futuro com vencimento em novembro avançou 1,39%, para R$ 3,241.
Para Bruno Marques, da XP Gestão, o movimento vai em linha com o cenário negativo do exterior. Segundo ele, o mercado brasileiro não seguiu o mau humor de Wall Street nos últimos dias, principalmente no câmbio, algo que acabou se acentuando nesta sessão. “Com o S&P 500 caindo 0,5%, a tendência é ver o Ibovespa recuando estes 1% como está hoje”, afirma.
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Por volta das 16h, o movimento negativo do mercado se acentuou após a Bloomberg divulgar uma notícia, citando duas fontes, afirmando que o governo decidiu desidratar a reforma da Previdência para conseguir que ela seja aprovada. Isso ocorre por conta do desgaste que Temer teve para conseguir superar as duas denúncias contra ele na Câmara (a segunda deve ser votada nesta quarta).
De acordo com a Bloomberg, em vez de uma ampla mudança no sistema que economizaria R$ 600 milhões em 10 anos, Temer busca agora preservar a adoção da idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres se aposentarem (com período mínimo de 25 anos de contribuição), a regra de transição e a unificação dos regimes previdenciários do setor público e da inciativa privada.
Marques não acredita que esta notícia deva ter pesado no mercado por não ser uma novidade. “Das poucas pessoas que acreditam que a reforma da Previdência vai passar, todas sabem que será desidratada”, afirma. Por outro lado, ele diz que houve um forte fluxo no câmbio e na bolsa por volta do horário que a matéria foi publicada. “Concordo que houve este movimento forte, mas acredito que tenha sido coincidência apenas”, completa.
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Outro ponto de grande foco dos investidores é a própria denúncia contra Temer. Como gastou boa parte do capital político na primeira denúncia, o presidente está encontrando maior dificuldade com os parlamentares para ganhar vantagem no Congresso na votação da segunda acusação contra ele.
O governo hoje teme uma rebelião de membros da base aliada, o que pode comprometer o resultado. Embora corra poucos riscos de ver a formação de 342 votos contra si, o peemedebista sabe que o desempenho nesta votação dirá muito sobre sua capacidade para conduzir alguma agenda de reformas em novembro, apesar de serem searas completamente distintas.
De acordo com a Eurasia, o presidente Michel Temer deve perder o suporte de apenas alguns deputados na votação da segunda denúncia em relação ao número de apoio na primeira votação em agosto, quando 263 deputados votaram a favor dele (227 votaram contra em agosto, sendo necessários 342 votos contra Temer para a denúncia passar). Contudo, se trinta ou mais parlamentares desertarem, a probabilidade para a reforma da Previdência deve diminuir, diz a consultoria, em relatório.
Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 subiram 5 pontos-base, para 7,29%, enquanto os contratos para janeiro de 2021 tiveram alta de 8 pontos-base, a 8,95%, após o último Relatório Focus apontar um novo aumento da expectativa para a inflação deste ano de 3% para 3,06%, ficando pela primeira vez acima do piso da meta de inflação.
Destaques do mercado
Depois de três semanas consecutivas de alta, as ações da Smiles, que estreiam o novo ticker SMLS3, ficaram entre os destaques de baixa desta segunda-feira. Na ponta positiva, as empresas elétricas, com destaque para a Eletrobras, tiveram os melhores desempenhos, junto com as companhias de papel e celulose Fibria e Suzano. As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram: As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram: As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram: * – Lote de mil ações Agenda econômica A agenda de indicadores americana é extensa e destaca o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, a ser divulgado na sexta-feira (27), às 10h30 (horário de Brasília). O indicador deve trazer novas sinalizações sobre o nível de recuperação da maior economia do mundo e interferir nos rumos das decisões de política monetária do Fed. Ainda na pauta externa, destaque para a agenda de divulgação de PMIs (Purchasing Managers’ Index) nos Estados Unidos e na Europa, na terça-feira (24), para os dados do PIB do Reino Unido, na quinta-feira às 6h30. Também no velho continente, destaque para a reunião do Banco Central Europeu, que deve manter os juros. Eleições internacionais
No noticiário internacional, vale destacar a eleição na Argentina, com a coalização Cambiemos, do presidente Mauricio Macri, conseguiu 42% dos votos, enquanto o Kirchnerismo obteve 21,75%. A ex-presidente Cristina Kirchner também conseguiu se eleger para o Senado com 37,2% dos votos. “Desta forma, por conta deste desempenho Macri se qualifica como favorito para eleições presidenciais de 2019. Além disso, amplia sua maioria no Congresso para dar continuidade à sua agenda reformista”, aponta a LCA Consultores. Na Ásia, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, venceu as eleições deste domingo (22) com uma vantagem que abre caminho para uma polêmica reforma da Constituição pacifista do país. O partido de Abe ficou com pelo menos 264 das 465 cadeiras da Câmara Baixa, com o qual garante a maioria absoluta do Parlamento. A coalizão formada pelo PLD e o Komeito elegeu pelo menos 292 deputados, muito perto de obter a maioria de dois terços obtida nas eleições de dezembro de 2014 e a eleição de Abe sugere continuidade da política de expansão fiscal e alívio monetário. De olho em 2018
Falando nas eleições de 2018, os jornais dos últimos dias destacam as movimentações para o pleito presidencial. Segundo a Folha de S. Paulo, uma eventual candidatura do apresentador Luciano Huck à presidência em 2018 passou a entrar no radar de investidores, analistas de mercado e de diversos partidos. Na última semana, o apresentador tornou-se assunto central em conversas de analistas, uma vez que ele representaria o pensamento liberal para a economia, sem conservadorismo nos costumes. No mundo político, aponta a publicação, o movimento é semelhante, uma vez que pesquisas que chegaram a ele e a partidos indicam forte potencial de voto no Nordeste – confira mais clicando aqui. Já Lula começa a sua caravana por Minas Gerais ao lado do empresário Josué Gomes, filho de José de Alencar (seu vice e fundador da Coteminas, agora presidida por Josué) e pretende reerguer uma ponte com o empresariado, como avançar com alianças para além de sua basem, segundo informações da Folha. Já em entrevista ao jornal El Mundo, o ex-presidente disse que, se eleito, fará referendo para revogar muitas das medidas de Temer e disse que é um crime ter lei que limita investimentos do estado por 20 anos referindo-se ao teto de gastos. Ainda falando sobre o ex-presidente, atenção à pesquisa Datafolha que mostra que, se depender do eleitorado evangélico, a candidatura de Jair Bolsonaro e de Marina Silva é impulsionada, enquanto Lula perdeu força (veja mais aqui). Bolsas mundiais Entre as moedas, o dólar se fortalece contra a maioria das demais divisas com investidores aguardando escolha para novo presidente do Federal Reserve e ainda refletindo expectativa com plano fiscal de Donald Trump. No mercado de commodities, os metais em Londres sobem e se recuperam de queda semanal, enquanto o petróleo oscila entre leves ganhos e perdas após a Opep dizer que todas as opções estão em aberto para reequilibrar o mercado.
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
ESTC3
ESTACIO PARTON
29,45
-4,85
+89,63
96,81M
USIM5
USIMINAS PNA
9,65
-4,46
+135,37
217,30M
KROT3
KROTON ON
18,10
-4,38
+38,66
188,19M
CPLE6
COPEL PNB
26,80
-4,11
+1,73
18,95M
WEGE3
WEG ON
21,57
-3,71
+41,41
36,86M
Cód.
Ativo
Cot R$
% Dia
% Ano
Vol1
ELET3
ELETROBRAS ON
22,45
+3,65
+6,31
126,25M
ELET6
ELETROBRAS PNB
26,45
+3,52
+8,51
79,34M
FIBR3
FIBRIA ON
53,12
+2,43
+70,66
127,01M
SUZB5
SUZANO PAPELPNA
20,47
+2,15
+48,02
69,98M
Código
Ativo
Cot R$
Var %
Vol1
Vol 30d1
Neg
PETR4
PETROBRAS PN
16,20
-0,12
475,66M
617,28M
32.966
VALE3
VALE ON
32,71
-0,73
392,85M
668,13M
18.368
ITUB4
ITAUUNIBANCOPN
43,59
-0,93
283,52M
367,26M
15.176
BVMF3
BMFBOVESPA ON
24,38
-1,06
271,58M
192,84M
15.026
BBDC4
BRADESCO PN
35,60
-0,95
264,96M
303,66M
16.935
USIM5
USIMINAS PNA
9,65
-4,46
217,30M
242,69M
14.185
BBAS3
BRASIL ON
36,31
-3,20
203,67M
280,92M
14.956
KROT3
KROTON ON
18,10
-4,38
188,19M
155,78M
16.653
ABEV3
AMBEV S/A ON
21,30
-1,07
171,35M
318,47M
16.385
FIBR3
FIBRIA ON
53,12
+2,43
127,01M
129,96M
11.169
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
O destaque da agenda doméstica na semana fica para o Copom: o Banco Central deverá anunciar uma redução de 75 pontos-base na taxa básica de juros, recuando de 8,25% para 7,5% ao ano. Contudo, os investidores deverão observar com atenção o comunicado a ser apresentado, que trará novas indicações sobre os próximos passos da política monetária brasileira. Os investidores ainda observam o resultado fiscal do governo central, previsto para quinta-feira (26). O número será divulgado após surpresa positiva da arrecadação do mesmo mês, que veio acima das expectativas.
Em dia de alta nos mercados internacionais, o destaque ficou por conta do Japão, com o índice Nikkei subindo forte após o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, vencer as eleições deste domingo (22). Na Europa, os investidores digerem os balanços do terceiro trimestre de 2017, mas seguem cautela de olho na questão da Catalunha, com separatistas planejando resposta à decisão da Espanha de anunciar medidas para reduzir autoridade do governo da região.