Mercado inicia a semana contando os votos de Temer às vésperas da 2ª denúncia; dólar volta para R$ 3,20

Votação está sendo vista como crucial para a reforma da previdência

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – Pressionado pelas ações dos bancos, o Ibovespa registrava baixa de 0,32%, aos 76.144 pontos, às 12h32 (horário de Brasília) desta segunda-feira (23), com os investidores contando os votos de Michel Temer na segunda denúncia na Câmara para validar a reforma da Previdência, que está marcada para ser apreciada na próxima quarta-feira (25). Destaque também para o dólar comercial, que voltou para a faixa de R$ 3,20.

Como gastou boa parte do capital político na primeira denúncia, o presidente está encontrando maior dificuldade com os parlamentares. O governo hoje teme uma rebelião de membros da base aliada, o que pode comprometer o resultado. Embora corra poucos riscos de ver a formação de 342 votos contra si, o peemedebista sabe que o desempenho nesta votação dirá muito sobre sua capacidade para conduzir alguma agenda de reformas em novembro, apesar de serem searas completamente distintos.

A votação da segunda denúncia está sendo vista como crucial para a reforma da Previdência, conforme aponta a Eurasia, isso porque o número de parlamentares que votarem a favor de Temer deve servir como um bom termômetro para a viabilidade da reforma, apesar das últimas sinalizações da base de que ela ainda resiste a essas mudanças estruturais. De acordo com a consultoria, o presidente Michel Temer deve perder o suporte de apenas alguns deputados na votação da segunda denúncia em relação ao número de apoio na primeira votação em agosto, quando 263 deputados votaram a favor dele (227 votaram contra em agosto, sendo necessários 342 votos contra Temer para a denúncia passar). Contudo, se trinta ou mais parlamentares desertarem, a probabilidade para a reforma da Previdência deve diminuir, diz a Eurasia, em relatório.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No mesmo momento, o dólar comercial registrava valorização de 0,47%, voltando para a casa de R$ 3,20, com o mercado na expectativa pela escolha para novo presidente do Federal Reserve e ainda refletindo expectativa com plano fiscal de Donald Trump. Enquanto isso, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 registram ligeira alta de 2 pontos-base, cotados a 7,26% e 8,89%, respectivamente, após o último Relatório Focus apontar um novo aumento da expectativa para a inflação deste ano de 3% para 3,06%, ficando pela primeira vez acima do piso da meta de inflação.

Destaques do mercado

Depois de três semanas consecutivas de alta, as ações da Smiles, que estreiam o novo ticker SMLS3, estão entre os destaques de baixa desta segunda-feira. Na ponta positiva, os papéis da Marfrig avançam na expectativa por ganha de market share da JBS (veja mais aqui). 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Continua depois da publicidade

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ESTC3 ESTACIO PARTON 30,29 -2,13 +95,04 6,45M
 CPLE6 COPEL PNB 27,39 -2,00 +3,97 1,07M
 QUAL3 QUALICORP ON 35,63 -1,74 +91,06 5,40M
 SMLS3 SMILES ON 91,38 -1,55 +119,83 584,90K
 BBDC3 BRADESCO ON 33,63 -1,44 +28,40 1,59M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

C?d. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CSAN3 COSAN ON 39,05 +1,43 +5,00 4,97M
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 34,58 +1,41 +35,36 3,17M
 CYRE3 CYRELA REALTON 13,69 +1,26 +34,26 886,85K
 MRFG3 MARFRIG ON 6,47 +1,25 -2,12 2,31M
 JBSS3 JBS ON 8,03 +1,01 -29,34 8,53M
* – Lote de mil a??es
1 – Em reais (K – Mil | M – Milh?o | B – Bilh?o)

Agenda econômica

O destaque da agenda doméstica na semana fica para o Copom: o Banco Central deverá anunciar uma redução de 75 pontos-base na taxa básica de juros, recuando de 8,25% para 7,5% ao ano. Contudo, os investidores deverão observar com atenção o comunicado a ser apresentado, que trará novas indicações sobre os próximos passos da política monetária brasileira. Os investidores ainda observam o resultado fiscal do governo central, previsto para quinta-feira (26). O número será divulgado após surpresa positiva da arrecadação do mesmo mês, que veio acima das expectativas.

A agenda de indicadores americana é extensa e destaca o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, a ser divulgado na sexta-feira (27), às 10h30 (horário de Brasília). O indicador deve trazer novas sinalizações sobre o nível de recuperação da maior economia do mundo e interferir nos rumos das decisões de política monetária do Fed. Ainda na pauta externa, destaque para a agenda de divulgação de PMIs (Purchasing Managers’ Index) nos Estados Unidos e na Europa, na terça-feira (24), para os dados do PIB do Reino Unido, na quinta-feira às 6h30. Também no velho continente, destaque para a reunião do Banco Central Europeu, que deve manter os juros.

Eleições internacionais
No noticiário internacional, vale destacar a eleição na Argentina, com a coalização Cambiemos, do presidente Mauricio Macri, conseguiu 42% dos votos, enquanto o Kirchnerismo obteve 21,75%. A ex-presidente Cristina Kirchner também conseguiu se eleger para o Senado com 37,2% dos votos. “Desta forma, por conta deste desempenho Macri se qualifica como favorito para eleições presidenciais de 2019. Além disso, amplia sua maioria no Congresso para dar continuidade à sua agenda reformista”, aponta a LCA Consultores.

Na Ásia, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, venceu as eleições deste domingo (22) com uma vantagem que abre caminho para uma polêmica reforma da Constituição pacifista do país. O partido de Abe ficou com pelo menos 264 das 465 cadeiras da Câmara Baixa, com o qual garante a maioria absoluta do Parlamento. A coalizão formada pelo PLD e o Komeito elegeu pelo menos 292 deputados, muito perto de obter a maioria de dois terços obtida nas eleições de dezembro de 2014 e a eleição de Abe sugere continuidade da política de expansão fiscal e alívio monetário.

De olho em 2018

Falando nas eleições de 2018, os jornais dos últimos dias destacam as movimentações para o pleito presidencial. Segundo a Folha de S. Paulo, uma eventual candidatura do apresentador Luciano Huck à presidência em 2018 passou a entrar no radar de investidores, analistas de mercado e de diversos partidos. Na última semana, o apresentador tornou-se assunto central em conversas de analistas, uma vez que ele representaria o pensamento liberal para a economia, sem conservadorismo nos costumes. No mundo político, aponta a publicação, o movimento é semelhante, uma vez que pesquisas que chegaram a ele e a partidos indicam forte potencial de voto no Nordeste – confira mais clicando aqui. 

Já Lula começa a sua caravana por Minas Gerais ao lado do empresário Josué Gomes, filho de José de Alencar (seu vice e fundador da Coteminas, agora presidida por Josué) e pretende reerguer uma ponte com o empresariado, como avançar com alianças para além de sua basem, segundo informações da Folha. Já em entrevista ao jornal El Mundo, o ex-presidente disse que, se eleito, fará referendo para revogar muitas das medidas de Temer e disse que é um crime ter lei que limita investimentos do estado por 20 anos referindo-se ao teto de gastos.

Ainda falando sobre o ex-presidente, atenção à pesquisa Datafolha que mostra que, se depender do eleitorado evangélico, a candidatura de Jair Bolsonaro e de Marina Silva é impulsionada, enquanto Lula perdeu força (veja mais aqui). 

Bolsas mundiais

Em dia de alta nos mercados internacionais, o destaque ficou por conta do Japão, com o índice Nikkei subindo forte após o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, vencer as eleições deste domingo (22). Na Europa, os investidores digerem os balanços do terceiro trimestre de 2017, mas seguem cautela de olho na questão da Catalunha, com separatistas planejando resposta à decisão da Espanha de anunciar medidas para reduzir autoridade do governo da região.

Entre as moedas, o dólar se fortalece contra a maioria das demais divisas com investidores aguardando escolha para novo presidente do Federal Reserve e ainda refletindo expectativa com plano fiscal de Donald Trump. No mercado de commodities, os metais em Londres sobem e se recuperam de queda semanal, enquanto o petróleo oscila entre leves ganhos e perdas após a Opep dizer que todas as opções estão em aberto para reequilibrar o mercado. 

Às 12h32, este era o desempenho dos principais índices:

*Dow Jones (EUA) +0,13%

*S&P 500 (EUA) +0,03%

*Nasdaq (EUA) -0,23%

*CAC-40 (França) +0,46%

*FTSE (Reino Unido) +0,16%

*DAX (Alemanha) +0,10% 

*FTSE MIB +0,22%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,64% (fechado)

*Xangai (China) +0,11% (fechado)

*Nikkei (Japão) +1,11% (fechado)

*Petróleo WTI +0,48%, a US$ 52,09 o barril

*Petróleo brent -0,03%, a US$ 57,73 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +1,32%, a 459 iuanes

*Minério de ferro spot (à vista) no porto de Qingdao, na China, -0,74%, a US$ 62,00 a tonelada