Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira os principais eventos da semana nos mercados

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Na véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida, em que a B3 ficará fechada, os mercados aguardam pela ata do Fomc e também ficam de olho no noticiário político. De acordo com a LCA Consultores, as críticas de Rodrigo Maia à condução do governo na votação da MP 784, que caducará, pesará negativamente nos mercados domésticos. Na agenda, destaque para as vendas no varejo de agosto, que devem ter crescido na margem. Por fim, atenção para a decisão do STF sobre afastamento de parlamentares. Confira os destaques desta quarta-feira (11):

1. Bolsas mundiais
Em destaque nesta quarta-feira, o dólar e o rendimento dos Treasuries americanos caem antes da ata da última reunião do Fed, enquanto na Europa, as ações espanholas sobem após o presidente da Catalunha dizer que buscará negociações com Madri, recuando de uma declaração unilateral de independência.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou no maior nível em mais de duas décadas nesta quarta-feira, num marco para um mercado que enfrentou um longo período negativo, em meio ao fortalecimento dos lucros das empresas japonesas, a melhora da economia e um ambiente mais favorável para acionistas. Mais recentemente, a bolsa japonesa foi impulsionada por pesquisas indicando que a coalizão governista do primeiro-ministro Shinzo Abe irá consolidar seu poder após a eleição parlamentar do próximo dia 22.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No mercado de commodities, o petróleo avança após a alta na véspera com a Arábia Saudita revelando planos de cortar exportações no próximo mês e à espera do relatório mensal da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sobre o mercado da commodity. Destaque também o minério de ferro, que recuou pelo segundo dia consecutivo na China e voltou a negociar abaixo da faixa de US$ 60,00.

Às 8h10 (horário de Brasília), este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,13%

Continua depois da publicidade

*FTSE (Reino Unido) -0,06%

*FTSE MIB +0,23%

*DAX (Alemanha) +0,03% 

*FTSE MIB +0,19%

*Hang Seng (Hong Kong) -0,36% (fechado)

*Xangai (China) +0,18% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,28% (fechado)

*Petróleo WTI +0,75%, a US$ 51,30 o barril

*Petróleo brent +0,35%, a US$ 56,81 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -0,91%, a 436 iuanes

*Minério spot 62% negociado em Qingdao (China) -2,23%, a US$ 59,65 a tonelada

2. Agenda de indicadores

Na agenda brasileira, o grande destaque fica para os dados de vendas no varejo, a ser divulgado pelo IBGE às 9h. As vendas devem ter subido 4,4% em agosto na comparação anual, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após avanço de 3,1% na medição anterior. No comparativo mensal, índice deve ficar quase estável, com alta de 0,1%.

Atenção ainda para a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), a ser revelada às 15h. De acordo com a LCA Consultores, o documento sobre a reunião de setembro será importante para se ter uma ideia de quão forte é consenso entre os seus diretores para o aumento dos juros em dezembro. Além disso, o dia é marcado pelos discursos de Charles Evans, do Fed de Chicago, às 8h15, enquanto John Williams, do Fed de San Francisco, fala às 15h40.

3. STF X Senado

Em meio à crise interna no PSDB e à disputa entre os Poderes da República, o Supremo Tribunal Federal poderá deliberar ainda hoje se o parlamento precisará ratificar decisões tomadas pela corte envolvendo os membros das casas legislativas, resultado que será decisivo para o futuro do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

De acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, haverá pelo menos três correntes divergentes sobre o assunto no Supremo. Há uma divisão na corte: há os que dizem que o afastamento é ilegal, os que pregam autorização do Congresso para a aplicação da medida e os que afirmam que ação é legal e nem sequer está sujeita ao Legislativo. Contudo, a aposta é de que a solução intermediária deve vencer. 

4. Parecer da denúncia contra Temer e novo imbróglio com Maia

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara a rejeição do prosseguimento da denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) pelo crime de organização criminosa. O relatório de Andrada será apreciado pelos membros da comissão e, se aprovado na CCJ, será encaminhado para plenário.

Enquanto Temer obteve essa vitória na CCJ, por outro lado, ele enfrenta mais um embate com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Na tarde da última terça-feira, Maia afirmou que não vai colocar em votação mais nenhuma MP (Medida Provisória) enviada pelo Palácio do Planalto depois dos governistas esvaziarem o plenário para a votação da MP da Leniência do Banco Central.

“Se o governo em cima da hora decide que não tem mais urgência, que comece a encaminhar suas propostas por projetos de lei. Nenhuma das antigas medidas provisórias será mais votada enquanto não aprovarmos aqui a PEC com a regulamentação das MPs”, disse Maia. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o episódio tem como pano de fundo as movimentações do parlamentar para guardar distância regulamentar da impopularidade do presidente.

Ainda sobre o governo, de modo a compensar as perdas de arrecadação com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, o Ministério da Fazenda quer aumentar as alíquotas dos tributos, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, o Bradesco comunicou a renúncia de Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do banco, que será substituido por Luiz Carlos Trabuco, então presidente da instituição. A Cosan informou que a petroleira Shell exerceu opção de venda de suas ações na Comgás, as quais serão compradas pela controladora da companhia, Cosan Limited, enquanto a Helbor aprovou um aumento de capital de até R$ 280 milhões via emissão de ações. A Gol, por sua vez, divulgou que a demanda total aumentou em 5,0% em setembro ante o mesmo mês do ano passado.

Por fim, no InfoTrade, destaque para recomendação de compra para as ações da CCR (CCRO3). – confira a análise completa.

(Com Bloomberg, Agência Estado e Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.