Gerdau salta 4%, Embraer sobe 7,5% da mínima do dia e 4 ações reagem a recomendações

Confira os destaques do pregão desta terça-feira na B3

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após duas sessões consecutivas de queda, o Ibovespa subiu 1,55% nesta terça-feira (10), aos 76.897 pontos, renovando máxima histórica de fechamento, em meio à expectativa do avanço da tramitação de uma reforma da Previdência mais enxuta na Câmara dos Deputados, e seguindo o movimento do petróleo no mercado internacional, que teve a melhor sessão em duas semanas. 

Do lado positivo do índice, as ações da Gerdau e Metalúrgica Gerdau dispararam até 5%, liderando os ganhos do Ibovespa. Por outro lado, as ações da Vale caíram pelo quarto pregão seguido, período em que acumulam desvalorização de 4%, seguindo o movimento do petróleo. Destaque ainda para os papéis da Embraer, que conseguiram uma recuperação de 6% após a afundarem na abertura do pregão com dados fracos do 3° trimestre. 

Confira abaixo principais destaques de ações desta sessão:

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Vale (VALE3, R$ 31,36, -0,44%; VALE5, R$ 28,86, -0,31%)
As ações da companhia caíram pelo 4 pregão seguido, acumulando no período perdas de 4%. O movimento hoje acompanhou o recuo de 2,65% do minério de ferro spot (à vista) negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, e de 2% dos contratos futuros da commodity negociada em Dalian, que encerrou a 440 iuanes — o equivalente a US$ 66,96.

Petrobras (PETR3, R$ 16,72, +1,46%; PETR4, R$ 16,19, +1,89%)
As ações da Petrobras subiram na esteira dos preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos do petróleo WTI, negociados em Nova York, subiram 2,7%, fechando a US$ 50,92, no melhor pregão em duas semanas; enquanto os contratos futuros do Brent, cotados em Londres, registravam valorização de 1,31%, a US$ 56,52 o barril. 

No radar, a Petrobras anunciou o corte do preço da gasolina em 2,6% e do diesel em 0,2% ,válidos para as refinarias a partir de 11 de outubro, de acordo com o site da empresa. 

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Cielo (CIEL3, R$ 21,65, -0,65%)
No noticiário da companhia, destaque para a revisão de preço-alvo para os papéis pelo Credit Suisse, de R$ 25 para R$ 24, mas mantendo recomendação neutra. Os analistas do banco esperam que a companhia reporte mais um trimestre fraco, refletindo a continua competição dado o fim dos acordos de exclusividade e novos entrantes. O volume da Cielo deve acelerar na comparação anual por causa de crédito, mas deve perder participação olhando na base trimestral. “Esperamos também um queda de 3,5% na comparação trimestral da base de POS, pressionado pelo fim da exclusividade”, afirmam os analistas.

Alimentos e bebidas

Em relatório, o Santander destacou ver o setor de alimentos e bebidas ganhando ‘momentum’. “Após vários trimestres de consumo deprimido (menores volumes), câmbio desfavorável (exportações fracas) e pressões cíclicas (pressões de custos), esperamos que o setor finalmente participe da tendência de recuperação no Brasil”, dizem analistas do Santander Ronaldo Kasinsky e Luis Miranda em relatório. 

As empresas ainda enfrentam vários desafios, mas os analistas vêem oportunidade de se beneficiar da melhoria das perspectivas do Brasil e da dinâmica do ciclo positivo. O Santander baixou as previsões do Ebitda de 2017 e 2018 em 5% e 2% em média. Os preços-alvo para o final de 2018 oferecem um potencial de valorização atrativo (21% em média), principalmente devido a taxas de desconto mais baixas. As estimativas atualizadas ainda refletem os resultados mais desfavoráveis do que o esperado no primeiro semestre de 2017; o consumo doméstico ainda desafiador (embora melhorando); e previsões de macro atualizadas, incluindo um real mais forte, com estimativa para o fim de 2018 revistada de R$ 3,84 para R$ 3,50 por dólar. 

Neste cenário, a Marfrig (MRFG3, R$ 6,44, +0,78%) foi cortada de compra para manutenção devido à “falta de gatilhos de curto prazo”, embora a ação ainda ofereça um potencial de valorização atrativo para o longo prazo. Já a BRF (BRFS3, R$ 46,88, +2,02%) é a top pick do banco no setor devido à combinação de ambiente macro favorável e impulso cíclico positivo. A Minerva (BEEF3, R$ 11,40, -0,26%), por sua vez, “é uma história para o longo prazo”. Já para a Ambev (ABEV3, R$ 21,56, +2,33%), “o pior pode ter passado, mas o progresso deverá ser lento”. 

Além disso, no radar da BRF, segundo a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, Gilberto Xandó, presidente da Vigor, Antonio Ramatis, ex-presidente da Via Varejo e Ivan Zurita, ex-presidente da Nestle Brasil, estão na lista de candidatos para novo CEO da BRF. A lista está sendo analisada por Abilio Diniz, diz a coluna; a BRF não comentou.

Papel e Celulose 

O Bradesco BBI, por sua vez, segue com avaliação positiva sobre o setor de papel e celulose, tendo a Fibria (FIBR3, R$ 48,46, +1,59%) como top pick do setor. O banco espera um forte terceiro trimestre para empresas do setor, já que os preços da celulose continuaram a aumentar ao longo do trimestre, enquanto o real subiu 1,7% no trimestre, ficando em média em R$ 3,16 por dólar no trimestre, segundo relatório. Os analistas do banco esperam desempenho positivo nos custos do setor no trimestre, com exceção da Suzano (SUZB5, R$ 20,04, +1,93%), devidos às obras na planta de Imperatriz.

A Fibria é a top pick. Na avaliação dos especialistas, há um “momentum positivo dos resultados apenas começando”, com redução de custos acentuada nos próximos trimestres, à medida que o Horizonte 2 entra em operação. Já o resultado da Suzano deve ser “ok”, afetado pela manutenção em Imperatriz; os resultados mostrarão principalmente custos mais elevados e menores embarques de celulose na base trimestral.

Enquanto isso, o terceiro trimestre da Klabin (KLBN11, R$ 18,98, -0,42%) irá “finalmente refletir o projeto Puma em velocidade de cruzeiro ou próximo disso, o que significa embarques anualizados próximos de 1,5 milhão de toneladas” e custo-caixa de celulose em torno de R$ 660 a tonelada. Os resultados também mostrarão a ausência de paradas de manutenção relevantes, o que implica menor custo-caixa em papel. Também sobre a Klabin, o UBS cortou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 19,50. 

Azul (AZUL4, R$ 30,40, +1,33%)
Os papéis da companhia operam em alta, com os investidores comemorando o crescimento de 15% na demanda em setembro — medida em passageiros-quilômetros disponíveis (RPK, na sigla em inglês) –, em relação a mesmo mês do ano passado. Na mesma base de comparação, a oferta apurada em assentos-quilômetro disponíveis (ASK) aumentou em 10,3%. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves da companhia atingiu 83,2% em setembro, alta de 3,4 pontos percentuais na base anual. No mercado doméstico, a taxa de ocupação foi de 80,0% e no internacional, de 90,2%.

Oi (OIBR3, R$ 5,00, +2,25%; OIBR4, R$ 3,74, +4,18%)
Em reunião no Planalto na tarde da última segunda-feira, o presidente Michel Temer decidiu que a ministra Grace Mendonça, da AGU (Advocacia-Geral da União), irá coordenar um grupo e concentrar todas as ações referentes à Oi, segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. A operadora vive uma queda de braço hoje para acertar suas dívidas com o governo federal.

O Valor Econômico informa ainda, citando uma fonte, que a proposta de plano de recuperação judicial, aprovada pelo conselho de administração na última quinta-feira, não foi entendida como um “grande progresso” para resolver as dívidas da companhia. Essa foi uma das ponderações feitas por integrantes do governo durante a reunião convocada pelo presidente Michel Temer para o fim da tarde desta segunda-feira no Palácio do Planalto. “O plano da Oi não está completo e isso não é animador”, disse a fonte. Já na semana passada, circulavam informações de que a companhia havia aprovado somente as linhas gerais da proposta. 

Também sobre o encontro, a Folha de S. Paulo informa que Temer articula socorro para ampliar o prazo de parcelamento da dívida das empresas com o governo de cinco para 20 anos. Não haveria descontos, como no Refis, programa de refinanciamento de dívidas tributárias.

J&F

O Ministério Público Federal do Distrito Federal vai investigar possível descumprimento dos termos do acordo leniência firmado com o grupo J&F, dona da JBS (JBSS3, R$ 8,49, +0,83%). O procedimento tem prazo de um ano e, por enquanto, não significa uma suspensão ou cancelamento dos efeitos legais do acordo.

O acordo prevê que o grupo pague os R$ 10,3 bilhões ao longo de 25 anos, corrigidos pela inflação, com o primeiro pagamento a ser feito em dezembro deste ano. Além disso, os executivos ficam obrigados a colaborar com as investigações abarcadas no acordo, que correm em primeira instância e, em troca, se livram de ações de improbidade. 

O jornal O Globo afirma, por sua vez, que a Procuradoria defende que J&F indenize o BNDES em R$ 2,1 bilhões. A defesa é feita no pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal para ampliar o bloqueio de bens dos donos da J&F e de seus familiares — a indisponibilidade do patrimônio foi determinada pela Justiça Federal em Brasília no fim de setembro. Em nota, o Grupo J&F reiterou que “as operações com o BNDES não geraram prejuízos ao banco e foram feitas dentro da mais absoluta regularidade, de maneira transparente e seguindo os melhores padrões de governança”, diz nota da J&F à Bloomberg

 Já a Folha de S. Paulo informa que, em relatório final, a Polícia Federal incrimina Wesley Batista por lucro indevido da JBS no mercado de câmbio. Segundo a coluna, a peça tem mais de 100 páginas e reafirma a posição de Wesley como o mandante das negociações de câmbio. A PF diz que Joesley, à época chefe da FB Participações, controladora da JBS, operou em outras frentes. Ele não será incriminado pela compra de dólares. Procurada pela assessoria da JBS não respondeu a pedidos de comentário. 

Embraer (EMBR3, R$ 18,00, +0,61%)
As ações da Embraer amenizam queda nesta tarde. Da mínima do dia até o fechamento, a alta foi de 7,5%. O movimento ocorreu na esteira do anúncio da entrega de 25 jatos comerciais e 20 executivos no terceiro trimestre. Em 30 de setembro, a carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) totalizava US$ 18,8 bilhões versus US$ 18,5 bilhões no segundo trimestre de 2017, segundo comunicado. No segmento de Aviação Comercial, das 25 aeronaves entregues no terceiro trimestre, 18 são E175, 5 são E190 e 2 são E195. O segmento acumula 78 jatos entregues em 2017; já na Aviação Executiva, dos 20 jatos entregues no período, 13 são leves e 7 são grandes. O segmento acumula 59 entregas em 2017.

Direcional (DIRR3, R$ 6,18, +3,34%)
Os papéis da companhia fecharam em alta de 3%, tendo registrado ganhos superiores a 4% na máxima do dia, mesmo com os dados operacionais divulgados não agradando os analistas. A construtora lançou três empreendimentos entre julho e setembro, todos no âmbito do programa “Minha Casa, Minha Vida”, totalizando um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 115 milhões, crescimento de 156% quando comparado a igual trimestre de 2016, e 740 unidades. As vendas líquidas somaram R$ 169 milhões, crescimento de 101% na comparação anual. Já os distratos alcançaram R$ 69 milhões, crescimento de 27% na mesma base de comparação.

De acordo com o Credit Suisse, a Direcional reportou dados preliminares fracos. Apesar do VSO ter sido forte na baixa renda a 18%, os lançamentos foram abaixo do esperado. No quarto trimestre, a tendência é de recuperação, mas não o suficiente para atingir a estimativa do banco, que era de R$ 800 milhões. “Apesar de ser uma das ações mais baratas no setor,a falta de visibilidade de crescimento de lançamento deve limitar um re-rating. A nossa cautela em relacao aos fundos do FGTS tambem não anima e por isso mantemos recomendação neutra”, afirmam.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 79,62, +2,35%)
O Magazine Luiza disse que “não mantém quaisquer negociações com a empresa Máquina de Vendas (mais conhecida como Ricardo Eletro) reiterando que tais informações são totalmente improcedentes”. O esclarecimento foi feito depois da notícia do Radar Online, da Veja, de que as conversas entre as duas empresas voltaram a ficar “firmes”.

WEG (WEGE3, R$ 22,45, +1,17%)
A WEG e a TGM têm negócio declarado complexo pelo Cade. O Conselho determinou realização de diligências adicionais, conforme despacho publicado no Diário Oficial. As diligências terão os seguintes objetivos de acordo com site do Cade: *aprofundar a investigação acerca das condições competitivas nos mercados relevantes afetados pela operação; *avaliar o poder de portfólio decorrente da operação e seus impactos nos mercados nacionais em que se observam market shares elevados das requerentes na venda dos equipamentos que integram as soluções de geração de energia que suscitaram preocupações concorrenciais e * a análise das eficiências da operação a serem apresentadas pelas requerentes.

(Com Bloomberg e Agência Estado)