Ibovespa Futuro sobe com possibilidade de reforma da Previdência mais enxuta

Líderes do governo pretende colocar o texto em votação no plenário da Câmara em novembro

Rafael Souza Ribeiro

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SÃO PAULO – Recuperando-se após quatro sessões consecutivas de queda, os contratos futuros de Ibovespa com vencimento em outubro avançavam 0,70%, aos 76.670 pontos, às 9h27 (horário de Brasília) desta terça-feira (10), na expectativa pela aprovação de uma reforma da Previdência mais enxuta e seguindo o movimento do petróleo, que sobe mais de 1% no mercado internacional.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, já de olho no futuro após a tramitação da segunda denúncia contra Michel Temer, que deve ser barrada sem dificuldades na Câmara, lideranças governistas estão trabalhando para apresentar à base aliada uma proposta mais enxuta da reforma da Previdência. A estratégia é colocar o texto em votação no plenário da Câmara em novembro.

O grupo está preparando um texto alternativo ao parecer do deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA) que foi aprovado em maio em uma comissão especial da Casa. Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) diz que a emenda deve se concentrar em três mudanças: idade mínima de aposentadoria, tempo mínimo de contribuição e uma regra de transição para quem já contribui hoje com a Previdência.

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No mesmo momento, o dólar futuro com vencimento em novembro registrava desvalorização de 0,61%, aos 3.179 pontos, enquanto os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 e 2021 operam em queda de 4 pontos-base, negociados a 7,32% e 8,93%, respectivamente, com os investidores monitorando de perto o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que irá falar na audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado às 10h00.

Bolsas mundiais

Em um dia com poucos indicadores econômicos, a política é destaque tanto no Brasil quanto lá fora. Após três altas contra real, o dólar cai no exterior ante demais moedas com receio de que o plano fiscal de Donald Trump não seja aprovado no Senado, enquanto a libra sobe após a premiê Theresa May ganhar apoio para sua abordagem sobre o Brexit. Por outro lado, a bolsa espanhola volta a cair antes de fala de líder da Catalunha no parlamento, diante da possibilidade de declaração de independência.

Já na Ásia, a Bolsa de Tóquio encerrou os negócios desta terça-feira no maior nível em mais de dois anos, em virtude da expectativa de que a coalizão governista do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, consolide seus poder e mantenha o foco em políticas econômicas depois da eleição parlamentar marcada para o dia 22. 

No mercado de commodities, os contratos futuros de petróleo operam com ganhos nesta terça-feira, após a Arábia Saudita anunciar planos para cortar suas exportações em novembro. Além disso, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) mostrou ontem uma posição otimista sobre o mercado, o que colabora para o movimento, amparado ainda pelo dólar em geral mais fraco. 

Às 9h27, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) -0,12%

*FTSE (Reino Unido) +0,22%

*DAX (Alemanha) -0,14% 

*IBEX 35 -1,08%

*Hang Seng (Hong Kong) +0,58% (fechado)

*Xangai (China) +0,27% (fechado)

*Petróleo WTI +1,33%, a US$ 50,24 o barril

*Petróleo brent +1,06%, a US$ 56,38 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -2%, a 440 iuanes

Segunda denúncia contra Temer

A Câmara dos Deputados começará a análise da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução da justiça e organização criminosa. A sessão está marcada para começar às 10h00, mas o relator da denúncia, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), já afirmou que pretende entregar relatório a partir das 15h00. Após apresentação do deputado Bonifácio de Andrada, a defesa de Temer e dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, também envolvidos, poderá expor argumentos.

Conforme destaca o jornal O Globo, em meio ao processo de votação da denúncia, Temer retarda decisões polêmicas, como veto ao Refis e adiamento de reajuste de servidores, para evitar desgaste. 

Noticiário corporativo

O InfoMoney traz entrevista com o CEO (Chief Executive Officer) da Estácio, Pedro Thompson, que aponta a virada da história da companhia, que já disparou 120% na bolsa desde o fracasso da fusão com a Kroton. Ele conta os três pilares para a mudança de visão sobre a empresa e, apesar de não descartar fusões e aquisições, ressalta que o foco é no aumento da rentabilidade. Confira a entrevista clicando aqui. 

O Estadão aponta que há três nomes cotados para a presidência da BRF: Gilberto Xandó, Ivan Zurita e Antonio Ramatis. A Direcional divulgou dados operacionais referentes ao terceiro trimestre deste ano, período que o VGV (Valor Geral de Vendas) totalizou R$ 115 milhões, crescimento de 156% quando comparado a igual trimestre de 2016. Além disso, segundo a Folha, Temer articula socorro à Oi e pode estender dívida a 20 anos.

Do lado das revisões de recomendações, o Bradesco BBI reforçou seu otimismo com o setor de papel e celulose, mantendo Fibria como top pick. Já o Santander vê setor de alimentos e bebidas ganhando ‘momentum’, mantendo a BRF como a top pick do setor devido à combinação de ambiente macro favorável e impulso cíclico positivo, enquanto a Marfrig foi cortada de compra para manutenção devido à “falta de gatilhos de curto prazo”.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.